Todos se lembram de um hipotético movimento que espalharam recentemente via internet que ocorreria na Avenida Paulista no passado dia 12 de março…
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Lisboa. Foto: Estela Silva/Lusa |
O objetivo era simples, gerar frustração por nada acontecer, e mais inconformidade no íntimo das pessoas com a própria passividade dos brasileiros, mas que na verdade a cada dia, e passo a passo, mais se revelam como participes e formadores em redes sociais mobilizadas em não mais aceitar conceitos populistas, e em nosso caso bisonhamente lulo-fisiológicos, além da mais completa inanição do poder judiciário.Na verdade tratava-se de uma manifestação que ocorreria, e ocorreu em Portugal e que algum lesa-cidadania aqui no Brasil falsificou os dizeres e chamamento público, e espalhou via blogs e e-mails pela internet, causando grande e falsa expectativa.
Assim, lá em Portugal, no dia 12/03 o movimento cívico ocorreu, e conforme previsto levando milhares de pessoas às ruas, e cuja reação no Congresso culminou com a queda do “populista” primeiro-ministro José Sócrates, - amigão de Lula, e já execrado pela comunidade das competentes economias sérias da Europa. Legou as finanças portuguesas na total precariedade. O país está à bancarrota. Aqui, o seu amigo do ABC deixou os chamados “restos a pagar do ano de 2010”, não só liquidou programas como “Minha Casa Minha Vida” para 2011, além de atingir outros programas sociais, como também irá produzir a maior inflação pós-plano real; podendo chegar a 6,5% em 2011. Com Mantega no comando da Economia podemos pôr em risco anos de trabalho e sacrifício de toda a nação desde o início do Plano Real, e que Lula dizia fazer parte da “herança maldita”; talvez por isso queira destruir.
6 % de inflação, já é a maior projeção dentre as 20 maiores economias para 2011, em segundo temos a Austrália com 2%.
Mantega se instituiu outras obrigações: assumir ostensivamente o controle da maior empresa exploradora de Minério do Mundo – a Vale, ou seja, a já mais valiosa que a própria Petrobras no mercado de capitais e que nas mãos do governo era um saco sem fundo. É o corporativismo incrustrado no Governo, apoiado pelo fisiologismo e a eterna burocracia e burguesia estatal. A presidente Dilma, dentro das possibilidades críticas que lhe foram legadas deverá, e sem demora, a bem do serviço público, a bem de seu governo, e a bem desta nação se livrar de Ministros incompetentes ou que perderam vocação técnica para com as suas áreas de atuação. A Nação está farta de escândalos pelas incompetências nas áreas de Energia, Previdência, Educação e Fazenda claramente demostrada nestes poucos meses, ou até em períodos antecedentes. Não se trata mais de política; versa sim pelo respeito aos contribuintes de uma das maiores cargas fiscais do planeta que querem ter brasileiros competentes a testa das políticas públicas dessas áreas vitais.
Voltando ao tema em que a canalhada produziu um falso movimento no Brasil – na Avenida Paulista; - o verdadeiro lá em Portugal teve grande sucesso, para ironia do destino aos lulo-populistas brasileiros; porém vale a leitura do artigo (VIDE ABAIXO- um notável discurso populista e que os números dos ditos burlescos de balcão de botequim ali disposto não se sustentam sobre números).
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Porto. Foto: Estela Silva/Lusa |
Parece encomendado em razão de “rasgados” elogios feitos à época em que Lula se despedia do Governo. Assinava a libertação de Battisti, dava um rapa em móveis e objetos do Planalto/Alvorada/Granja do Torto – como divulgado; emitia passaportes diplomáticos; transportava em caminhões frigoríficos vinhos de Brasília para o ABC em São Paulo.
Meus caros, mas aos conscientes cidadãos, isto é um pouco do Brasil, sem justiça e que mal exemplifica e conduz os nossos jovens à formação de caráter e cidadania, e que não pode mais e não deve ser tolerado por ninguém.
Moral não se estabelece por padrões imperfeitos a guisa de linguagem e interesses vulgares. Quem engana está servido a propósitos escusos a interesses que são contrários ao seu estado de comodismo ou de favorecimento.
A humanidade recebeu esta frase há quase dois mil anos e nunca deverá esquecê-la principiante praticá-la: “Orai, e Vigiai”.
Oswaldo Colombo Filho
Brasil Dignidade
O meu Brasil é com “S”
Lula era o homem certo. Sem complexos ou desfalecimentos, o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro com seu povo.
Raros são os políticos que dão seu nome a um tempo. Os “anos Lula” mudaram o Brasil. É outro país: mais desenvolvido economicamente, mais avançado tecnolo-gicamente, mais justo socialmente, mais influente globalmente.
Uma democracia mais consolidada, uma sociedade mais coesa e mais tolerante. Sabemo-lo hoje: no Brasil, o século 21 começou em 1º de janeiro de 2003, o dia inaugural da Presidência de Lula.
Quero ser claro: Lula mostrou que a esquerda brasileira sabe governar. Causas, sim, mas competência também; princípios políticos, mas também eficácia técnica; realismo inspirado por ideais que nunca se perderam.
Este presidente, oriundo do PT, deu à esquerda brasileira credibilidade, modernidade, força e maturidade. A grande oportunidade de sua eleição não foi uma promessa incumprida ou um sonho desfeito.
Ao contrário, com Lula, a esquerda ganhou crédito e consistência; o Brasil, reputação e prestígio.
Sou testemunha das reservas, se não do ceticismo, com que a intelligentzia recebeu a eleição de Lula da Silva. Hoje, na hora do balanço, a descrença transmutou-se em aplauso; a expectativa, em admiração. É essa a “alquimia” de Lula.
Os números falam por si: crescimento econômico, equilíbrio financeiro, reputação nos mercados, milhões de pessoas arrancadas da extrema pobreza, salto inédito na educação e na formação profissional, melhoria do rendimento que alargou e consolidou a classe média brasileira.
Lula era o homem certo. Sua história pessoal e política permitiu dar à esquerda uma nova atitude e ao Brasil um novo horizonte. Sem complexos e sem desfalecimentos, o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro com seu povo. Se falhasse, não falharia apenas ele: falharia um ideal, um sonho, um projeto, uma esperança do tamanho de um continente.
Foi também nesses anos vitais que o Brasil se afirmou como o grande país que é. “Potência emergente”, como é habitual dizer, assume-se – e vai se assumir cada vez mais – como um dos grandes países que marcam o mundo contemporâneo. Pela sua grandeza e pela sua energia, tem tudo o que é necessário para isso.
Portugal tem orgulho deste grande país, com quem partilha uma língua, uma fraternidade, um passado, um presente e um futuro. Tudo isso queremos valorizar e projetar: aos sentimentos que nos unem, juntamos os interesses que nos são comuns; à memória conjunta associamos visão partilhada do futuro.
Para Portugal e para todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a importância do Brasil no mundo do século 21 é um motivo de alegria e uma riqueza imensa, com potencialidades em todos os planos: econômico, cultural, linguístico, político, geoestratégico.
A vida política de Lula é uma longa corrida feita com ritmo, esforço, persistência. As palavras que ocorrem são tenacidade e temperança, clássicas virtudes da política. Tenacidade para fazer de derrotas passadas vitórias futuras. Temperança que lhe ensinou a moderação, o equilíbrio e a responsabilidade que o tornaram o presidente que foi.
Na hora da despedida, quero prestar-lhe, em meu nome pessoal e em nome do governo português, uma homenagem feita de amizade, reconhecimento e admiração. Lembro os laços que firmamos, os projetos que comungamos, os encontros que tivemos, nos quais se revelou, invariavelmente, um grande amigo de Portugal.
Lembro, em especial, o trabalho que desenvolvemos para que durante a presidência portuguesa da União Europeia fosse possível a realização da primeira cúpula EU–Brasil, um ponto de viragem nas relações entre a Europa e o Brasil.
Na passagem do testemunho à presidente eleita Dilma Rousseff, que felicito vivamente e a quem desejo as maiores felicidades, renovo a determinação de prosseguirmos juntos e reafirmo, na língua que nos é comum, o nosso afeto e a nossa gratidão. Mais do que nunca: “O meu Brasil é com ‘S’.” “S” de Silva.
Lula da Silva, Saravá!
José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, escreveu este texto no jornal “Folha de São Paulo”, 14 de novembro de 2010 - e postado aqui no blogue no dia 15 de novembro.
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