
Escrito pelos médicos
Christiane Lopes Pereira e Luiz Monteiro Franco, a obra de quase 1,3 mil
páginas divididas em quatro volumes é o resultado de uma pesquisa que já
completa seis anos. Baseado no relato de Nora Daisy - figura intrigante que
viveu na miséria em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, entre 1972 e 2006 - o
livro traz depoimentos de historiadores e documentos que ajudam a esclarecer
fatos que por muito tempo permaneceram apenas em relatórios sigilosos e na
memória de testemunhas importantes.
Trabalhar com história oral é
algo complicado, que requer um cuidado muito grande até dos historiadores mais
experientes, quem dirá para médicos. Sem desmerecer a profissão, mas a
diferenciação de história e memória deve ser muito bem observada.
Entrevistados no programa do
Jô foram ridicularizados pelo entrevistador, estranhamente a gravação da
entrevista não aparece nos arquivos do site oficial do programa.
Os entrevistados são
visivelmente pessoas sérias e dedicadas a contar uma história controversa e
cheia de contradições. Simplesmente Jô Soares colocou um trabalho sério de 5
anos em dúvida, aliás, em dúvida não, simplesmente diante do camalhaço
apresentado pelos entrevistados disse que se tratava de uma mentira e tirou
toda a competência e validade da pesquisa, afirmando toda a história como falsa.
Absurdo é Jô Soares dar enorme
espaço em seu programa para inúmeras futilidades e besterol. Quando aparece
algo como o instigante relato de Nora Daisy, simplesmente...
O caso é que a queda do
Terceiro Reich ainda causa muita polêmica e muita especulação.
Por demasiado intrigante será
possível tamanha articulação?
Será que a conjuntura
momentânea permitia tamanha manobra?
Mais que uma biografia da condessa Nora Daisy Auguste Emilie Carlotte Friz Kirschner Von Kirschberg e de sua mãe, Nora Berthé Auguste Maria Friz, as revelações relatadas no livro, afirmam os autores, levam a uma conclusão inquietante. Nora Friz e Nora Daisy seriam, respectivamente, Magda Goebbels, esposa do então ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, e Holdine Kathrim, filha mais nova do casal e que seria fruto de um relacionamento com Hitler. No livro, o Führer aparece ora como Dom Franzisko, ora como Kurt Bruno Kirschner, cujas iniciais dão nome à coleção.
Encontro
Médica da família em Foz do
Iguaçu, a doutora Christiane teve o primeiro contato com a condessa, como era
conhecida no bairro, em 2005, no Posto de Saúde onde trabalhava. “Uma senhora
idosa, com traje de mendiga, doente e sofrida”, conta a autora. Ao mesmo tempo
em que o tratamento avançava, a confiança entre as duas se estreitava. Dramas,
lembranças ruins, medos e tristezas permeavam as histórias de mãe e filha, que,
na década de 1970, chegaram a ser apontadas por uma revista da região como
sendo Eva Braun, esposa de Hitler, e a filha do casal.
“Se no primeiro momento
tivemos a sensação de estar diante de uma pessoa portadora de sério distúrbio
psíquico, em pouco tempo percebemos que, apesar de toda a camuflagem e da
tentativa de esconder a verdadeira história por trás daquilo tudo, estávamos
diante de algo muito maior”, lembra Franco. Nora Daisy e sua mãe, defende,
foram pessoas importantes na história do nazismo, conviveram com Hitler e
conheceram intimamente muitos daqueles personagens. “Por mais que
estivéssemos convencidos, tínhamos que investigar mais seriamente tudo o que a
condessa nos dizia. E ainda há muito a ser descoberto e comprovado.”
Memórias
As histórias detalhadamente
retratadas em um livro autobiográfico todo desenhado trazem datas, lugares,
tramas e coadjuvantes importantes para a compreensão dos episódios
convenientemente sustentados e que mãe e filha garantem ter vivido. “Sem
dúvida, um dos maiores mistérios embutidos na saga da condessa Nora Daisy está
na figura da sua mãe. Sobre ela falamos quase todo o tempo. São informações
sobre uma época em que Daisy ainda era menina, recontadas hoje com aparente
naturalidade, mesmo que pouca informação seja fruto de vivência própria”, comentam.
Além do livro, a condessa
guardava entre seus pertences fotos antigas, cópias de testamentos e registros
de nascimento e de óbito. Na memória, datas continuamente decoradas, em
especial as que ordenam a viagem de 17 anos que as duas fizeram a cavalo por
países da América do Sul, logo após a morte de Kurt Bruno Kirschner, em 1954,
na cidade de Encarnación, no Paraguai, onde plantava arroz e criava animais.
Coincidência ou não, a saga teve no roteiro conhecidos redutos germânicos de
forte apelo nazista.
Respostas
Nora Friz morreu em um
misterioso incêndio em 1978 e Nora Daisy em 2006, de causas naturais. Várias,
porém, são as interrogações. Os conspiradores estavam certos? Como se deu e
quem estava por trás de toda a logística de fuga da Alemanha? Desde quando
vinha sendo planejada? Quem foram as vítimas que deram nome aos fugitivos para
que pudessem permanecer incógnitos sob seus disfarces? Quem conseguiu escapar
e para onde foram? Hitler passou os últimos anos de vida no Paraguai? O Führer
teria deixado descendentes? Afinal, quem foram Nora Friz e Nora Daisy?
Magda Goebbels era uma linda
mulher, que pela história oficial, matou os filhos envenenados pela ideologia
nazista.
Enfim, como disse e repito:
Trabalhar com história oral é
algo complicado, que requer um cuidado muito grande até dos historiadores mais
experientes.
A diferenciação de história e
memória deve ser muito bem observada.
Texto e pesquisa de vídeos: Plínio Sgarbi, 22-11-2011
Por mais que o Jô quisesse desmoralizar o trabalho de pesquisa e a veracidade da história, não conseguiu, pelo menos comigo. Acredito no resultado da pesquisa e no farto material comprobatório do que foi relatado em 4 volumes.
ResponderExcluirJô, como sempre que pode, quer polemizar, mas foi tão fraco o seu argumento que não conseguiu o seu intento. Viva!
Taí uma história que eu adoraria ler.
Teca D.
Eu não creio que Jô Soares quis demoralizar a pesquisa (livro)...apenas constata o que tos aprenderam a acreditar ou seja, que Magda Goobbels se matou junto com o marido após assassinar seus filhos. Mas a verdade é que nas fotos e filmes publicados é possível ver as crianças e o corpo de Goobbles nitidamente, mas o de Magada não..pode ser qualquer outra mulher até masmo Magda mas não se pode afirmar que é ela. Então essa história toda pode sim ser real.
ResponderExcluir