Prezados amigos que aos
milhares acompanham a ação do Movimento Brasil Dignidade junto ao Congresso e a
altas autoridades com vistas a proteger o Orçamento da Seguridade Social,
manifestamo-nos com este comunicado, mais uma vez sobre a sanha implacável dos
algozes que apenas tendem a criar a cisão e o aumento de outras formas de
pobreza no país: a da terceira idade e da saúde pública.
Assim repercutirá a aprovação
da DRU, que é patente aliciação dos recursos do Orçamento da Seguridade para
qualquer outro intento do Executivo, e toda vergonhosa politicalha que milhões
de brasileiros aguardam desde 2009 pela Câmara em colocar em pauta do plenário
os projetos de lei que atinam pelos contribuintes do RGPS. Estas situações
transgridem a moral e a solicitude entre os homens.
Neste contexto ainda vemos o
Ministro da Previdência, apresentar-se vez por outra, com propostas que visem
dar algum conteúdo de solução a tragédia que se abate sobre trabalhadores e
aposentados do RGPS; porém, como se trata de um Ministério zumbi, nada acontece
– apenas discursos vazios enganando a nação, Abaixo, e com pesar segue
comunicado enviado a S.Exa. Ministro Garibaldi Alves, que quando Senador, dizia
apoiar a causa dos contribuintes do RGPS, e como Ministro sequer se digna a
responder comunicado envaido duas vezes ao seu gabinete. Esta é a consideração
que após décadas de contribuição recebemos, esta é a paga pela decência do
nosso trabalho. Esta é a decadência moral dos Poderes Republicanos que dão as
costas aos justos reclamos de milhões de famílias brasileiras. Haverá hora, e
não muito distante, que a nação se erguerá diante de tão mal fadado escárnio a
que é submetida.
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Garibaldi Alves, ministro da Previdência Social. Foto: AD |
Ao
Excelentíssimo Ministro da
Previdência Social, Garibaldi Alves Filho
Senhor Ministro,
Ref.: Sua entrevista à Revista
Veja (30/10/11)
Primeiramente meus
cumprimentos e saudações, e que certamente o faço em nome de milhares de
trabalhadores, aposentados e contribuintes da Previdência Social-RGPS, em razão
da entrevista concedida à Revista Veja. Na oportunidade, e na matéria com o
título “Não dá mais para esperar” refere-se à reforma da Previdência Social no
Brasil, onde V. Exa. informa, e de forma categórica, que o governo está
disposto a enfrentar as resistências corporativas e atacar os mais graves
problemas nessa área; pois se trata de patrimônio da nação. Afirmou na
entrevista que o déficit provocado pelas aposentadorias do serviço público é o
grande rombo da Previdência ao conjunto dos regimes brasileiros. Como colocou,
a Previdência; pagou em benefícios, pensões e aposentadorias R$ 93 bilhões a
mais do que arrecadou, mas para tão-somente 950.000 ex-servidores públicos
(aposentados) o destino foi de R$ 51 bilhões. Vale-nos afirmar que menos de um
milhão de cidadãos foram reesposáveis em 2010, por parcela do déficit de
aproximadamente 70% do total de todos os regimes; isto em se considerando o
conjunto geral que se compõe a iniciativa privada; assistência social e os RPPS
estaduais e municipais. Teremos assim que menos de 4% dos integrantes de
qualquer regime brasileiro, são responsáveis por 70% do déficit global;
portanto aos outros 96% - 27 milhões de beneficiários respondem pelos outros
30% do déficit previdenciário nacional. Mais do que isso; neste 27 milhões de
brasileiros de segunda classe, encontram-se os atendidos pelos programas de
assistência social (LOAS e renda mínima); além do RGPS – rural que não deixa de
ser um fundamento ao limite da pobreza (assistencial).
V.Exa. não especificou outros
importantes aspectos que limitam as fontes de financiamento ao RGPS, e assim
dão vazão ao cada vez mais vazio discurso do déficit previdenciário na
iniciativa privada. Não citou o dano causado pela DRU, sendo uma legislação
secundária à ordem constitucional, e que entre 2003 e 2011 – desviou R$ 273,7
bilhões do OSS (Orçamento da Seguridade Social), o que equivale a 24,7% da
arrecadação do RGPS (1,3% do PIB). E que no mesmo período, as renúncias
previdenciárias e com características ficais, subtraíram outros entre 7% a 8%
do mesmo Orçamento. Diante desses fatos, não só torna-se impróprio alegar falta
de recursos à própria Previdência como também à Saúde Pública, pois ambas são
contempladas no Orçamento da Seguridade Social o que deixa patente que o que
falta é seriedade na gestão pública orçamentária e não recursos.
Aproveito a oportunidade para
citar outros fatos: Em 2000, - 54% dos beneficiários do RGPS recebiam o piso
previdenciário; hoje, já ultrapassam 70%, com certeza V. Exa. não está incluído
nestes e nem precisa preocupar-se, pois já recebe um benefício (aposentadoria)
de R$ 7.000,00, referente a 14 anos de árduo trabalho de mandato como deputado
estadual do Rio Grande do Norte como noticiou a Revista Veja – valor que é
quase o dobro do máximo pago a um trabalhador comum (máximo) que contribuiu 35
a 40 anos para o INSS; em 2010 o subsistema urbano produziu um saldo positivo
de 7,8 bilhões. Arrecadou R$ 207,2 bilhões e despendeu R$ 194,4 bilhões em
benefícios como aposentadorias e pensões. No subsistema rural a situação foi
inversa: as receitas somaram apenas R$ 4,8 bilhões, e as despesas reuniram R$
55,5 bilhões; o saldo previdenciário foi negativo em R$ 50,70 bilhões.
Senhor Ministro, dados
estatístico da OCDE, e no Brasil mencionados pela IPEA, demonstram que na média
dos países membros (33), os recursos do Tesouro respondem por 36% das despesas
previdenciárias – o dobro do verificado no Brasil. Vale ressaltar que não
existe por lá, regimes sem caracterização de contribuintes de forma
diferenciada como o rural – todos contribuem diretamente, e nem há tamanha
incidência de informalidade ou mão-de-obra ocupada não inserida
contributivamente como no Brasil; que aliás se registra nos boletins da
previdência, e a mal grado já sabemos que serão suportados no futuro pelos
contribuintes do RGPS - urbano. Segundo a própria Previdência, no Brasil, nunca
menos de 40%/45% de informalidade, na OCDE, nunca mais de 5% a 7%. Pois também
lá as contribuições são compulsórias, e o nível de informalidade é punido com
altíssimo rigor, e até sem acesso a gratuidade de medicamentos e serviços
médicos e odontológicos. Aqui quem não contribui é beneficiado, e quem
contribui é punido pelo fator previdenciário e por pífios reajustes.
Renúncias Previdenciárias –
São na verdade substitutas ou adicionais às renúncias ou incentivos fiscais
concedidos pelo Orçamento Fiscal (Tesouro). Foram R$ 75,7 bilhões aprovados na
LDO para os próximos três anos; e que representarão 9% da receita total do
RGPS; ou ainda 0,5% do PIB. Trata-se de uma previsão subestimada; pois não
inclui a concessão a times de futebol profissional que ultrapassam R$ 200/220
milhões/ano, tal qual nada consta sobre as renúncias a tudo que se produza,
comercialize ou construa em nome da Copa da FIFA até 2015 – desde bandeirolas,
vuvuzelas, subsídios a meia entrada, até estádios “monumentais”. Tudo facilitado
para a “bola correr”. Na LDO tais renúncias são relacionadas, mas no campo
destinado a valores encontra-se a sigla NI; provavelmente: - “não informar”, ou
“nem imaginamos”, o que é bem plausível, pois a cada dia os custos para esse
evento aumentam conforme demanda o comitê organizador. Aqui Senhor Ministro,
lhe apresentamos apenas algumas colocações e que desde já de forma bem
elaborada seguem até para a imprensa internacional, pois é lamentável o
vaticínio de qualquer ação do governo para com os contribuintes da área urbana
que não sai da conversa fiada. Aliás, estes, senhor Ministro, não só não
contribuem para a redução do déficit do RGPS como também estão contribuindo
para o superávit primário do governo federal. Esta é a função da Previdência Social?
Milhões de pessoas aguardam
suas providências, sendo que desde já poderia iniciar encaminhando efetiva
proposta para alternativa ao fator previdenciário, reajustes para os que
recebem acima do piso, e que de forma definitiva sejam excluídas das contas das
previdências todas as renúncias que não tenham características previdenciárias,
passando-as ao encargo do Tesouro; ou que seja a autoridade concedente, afinal
o que os direitos dos aposentados do RGPS têm a ver isenções concedidas às ME’s;
ou incentivos a exportações, times de futebol etc.. Prezado Ministro, conforme
o título da matéria-sua entrevista, a quem cabe dizer: - “não dá para esperar
mais” – são os segurados e contribuintes do RGPS urbano.
Respeitosamente, e no aguardo
Orcelino Andrade
Precisamos igualar o tempo de contribuição entre gênenos, pois os homens já estão em jornada dupla, ou até tripla, não é justo o homem trabalhar mais e morrer mais cedo. Queremos igualdade, queremos justiça, vamos queimar nossas cuecas.
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