Carlos Luiz Martins
A matéria “Sem plano de voo”, publicada dia 22 na Revista O GLOBO, levou-me a várias reflexões. A primeira delas, que salta aos olhos e ativa memórias, é que, num ambiente extremamente competitivo no Brasil e no mundo, a indústria da aviação não foi tratada pelos últimos governos com a devida preocupação patriótica, como vários outros setores têm sido tratados.
As empresas brasileiras de aviação — os exemplos vêm se repetindo ao longo dos anos — não podem competir em igualdade de condições com as concorrentes estrangeiras por uma série de razões. A maior delas talvez seja o baixo retorno da atividade adicionada às diferenças impostas pelo Custo Brasil, principalmente aquelas empresas com grande envolvimento na operação internacional de longo curso. A verdade é que hoje o Brasil não tem uma aviação de longo curso genuinamente brasileira.
A matéria “Sem plano de voo”, publicada dia 22 na Revista O GLOBO, levou-me a várias reflexões. A primeira delas, que salta aos olhos e ativa memórias, é que, num ambiente extremamente competitivo no Brasil e no mundo, a indústria da aviação não foi tratada pelos últimos governos com a devida preocupação patriótica, como vários outros setores têm sido tratados.
As empresas brasileiras de aviação — os exemplos vêm se repetindo ao longo dos anos — não podem competir em igualdade de condições com as concorrentes estrangeiras por uma série de razões. A maior delas talvez seja o baixo retorno da atividade adicionada às diferenças impostas pelo Custo Brasil, principalmente aquelas empresas com grande envolvimento na operação internacional de longo curso. A verdade é que hoje o Brasil não tem uma aviação de longo curso genuinamente brasileira.

Outra razão está nas condições precárias do setor, tanto na pontualidade quanto na regularidade, fruto do esforço das empresas em otimizar suas frotas em função de preços promocionais extremamente baixos, fora da realidade. Isso sem falar na precária infraestrutura, principalmente aeroportos, que em países com economias muito inferiores à nossa dispõem de instalações funcionais bastante superiores.
Por fim, o título da capa da revista (“Cemitério de aviões”), retratando com fotos o abandono e a deterioração de máquinas que um dia cruzaram os céus brasileiros transportando milhões de passageiros e carga, leva-me a estabelecer um paralelo com os aposentados da Varig, participantes do Aerus, plano de aposentadoria criado pelo governo, baseado em três pilares: a contribuição das empresas patrocinadoras, a contribuição dos participantes e uma taxa de 3% sobre as tarifas nacionais com vigência de 30 anos, para torná-lo auto sustentável. Quase dez anos depois, o governo unilateralmente extinguiu a taxa de 3% sobre as tarifas, levando o plano a dificuldades e impondo a milhares dos assistidos do Aerus uma situação semelhante à dos aviões mostrados na reportagem. Só que as pessoas não podem ser desmontadas ou reaproveitadas. Elas estão morrendo.
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