João Bosco Leal

Recentemente recebi um e-mail
que falava sobre a importância dos momentos de felicidade, uma vez que a
felicidade plena, essa imaginada e buscada por todos não existiria e só seria
possível vivermos momentos felizes.
Olhando à minha volta,
pensando nas pessoas que conheço e analisando minhas próprias experiências,
conclui que passamos mais tempo buscando essa tal felicidade do que procurando
criar momentos felizes diariamente, como o de dar um abraço apertado em um
amigo, irmão, filho, neto ou contar uma piada divertida.
Estamos sempre em busca de
coisas grandiosas e com isso não vivemos as pequenas, que no conjunto, poderiam
proporcionar-nos, e aos nossos próximos, dias muito mais agradáveis.
Isso também ocorre no
comércio, pois estamos sempre em busca de construir ou inventar algo enorme,
maravilhoso, quando cada vez mais se comprova que o que realmente faz sucesso
são coisas simples, especialmente aquelas que facilitam a vida, o comércio, a
comunicação, a alimentação e a diversão das pessoas.
O lucro da fabricação ou venda
de uma caixa de fósforos, ou de um isqueiro cricket, pode ser proporcionalmente
muito maior do que a venda de um computador ou mesmo um automóvel, produtos de
construção muito mais difícil, cara e complexa, mas poucos pensam em fabricar
caixas de papelão, imprescindíveis em todos os segmentos da indústria e do
comércio. A grande maioria está sempre pensando em descobrir, inventar,
produzir ou vender algo bem maior, sem se lembrarem de que proporcionalmente,
provavelmente será menos rentável.
As buscas por esse grande
produto e pela felicidade total acabam fazendo com que deixemos de lucrar muito
vendendo milhões de caixas, ou vivermos centenas de pequenos momentos de
felicidade. Fechando os olhos para coisas pequenas, acabamos não vivendo nem
essas nem as grandes.
Perdemos muito tempo
procurando inventar ou descobrir algo inédito e que nos torne milionários ou a
felicidade plena. Com isso, muitas vezes deixamos de produzir mais e não
percebemos grandes oportunidades de ganhar dinheiro ou vivenciar diversos
momentos de felicidades simplesmente por estarmos focados em objetivos muito
distantes. Buscando coisas praticamente impossíveis, não percebemos e deixamos
de atingir as possíveis que, não raramente, estão próximas.
Passamos noites e dias
sonhando, imaginando momentos maravilhosos, especiais, mas só depois de muito
tempo percebemos quantos assim já perdemos, deixamos passar, por estarmos em
busca de algo maior ainda, ou nos desgastando por guardar lembranças e mágoas
dos momentos tristes, quando deles é que deveríamos procurar nos esquecer,
arquivando na memória apenas o aprendizado, a experiência vivida em cada
episódio.
A constatação da perda, do não
aproveitamento desses momentos, normalmente ocorre com todos, mas ainda assim
acaba pouco ensinando, pois continuamos não colocando em prática esse
aprendizado e aproveitamos minimamente os momentos alegres que diariamente
ocorrem em nossas vidas, tanto que é comum lembrarmos como deixamos de
aproveitar, demos pouca ou nenhuma importância a momentos que vivenciamos
tempos atrás, que poderiam ou deveriam ter sido mais intensamente vividos. O
mesmo ocorre nos relacionamentos, onde estamos sempre procurando algo
duradouro, quando o que importa é a intensidade enquanto durou.
No balanço geral da vida, pouco importa se fizemos grandes descobertas
ou vivemos raros momentos de felicidade plena, mas se fomos felizes muitas
vezes.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, jornalista, escritor, articulista político e produtor rural.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, jornalista, escritor, articulista político e produtor rural.
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