quarta-feira, 20 de junho de 2012

O mensalão


Peter Rosenfeld
Parece que está se aproximando a data em que o famoso “mensalão” entrará em pauta para julgamento no STF. Será que entrará mesmo? A pergunta é pertinente pois:
O ministro relator, Sr. Lewandowski, ainda não apresentou seu trabalho de revisor, sem o qual nada acontecerá!
O sinistro Sr. José Dirceu declara que ainda tem muitas cartas na manga para inviabilizar o julgamento. Penso que, na hora “H”, é capaz de jogar algo no ventilador para impedir o julgamento, pois sabe que, como chefe da quadrilha (nas palavras do então Procurador Geral da Republica) deve ter cartas (e $$$) no bolso à espera de serem usados!
Não tenho dúvidas que os Ministros nomeados no período pré-Lula julgarão o feito com a necessária isenção, pois nada devem ao período em que o Sr. da Silva foi Presidente, como nada devem à Sra. Rousseff.
Já quanto aos demais, que compõem a esmagadora maioria, vale qualquer conjectura, até porque, em um dos casos, o ministro não entende muito de leis, tanto assim que nunca foi aprovado em qualquer concurso.
E, também, é de se questionar se, por um sentido de agradecimento, o teor da lei não será mandado às favas e o juiz julgará com um sentido de agradecimento pela nomeação.
É de se esperar que o Sr. José Dirceu mobilize mundos e fundos para perturbar o julgamento! Os jornais a cada dia nos dão conta de suas gestões para isso. Tem-se a impressão de que nem mais dorme, passando as 24 horas do dia maquinando o que fazer...
Muitas experiências já foram feitas nesse nosso mundo para tapar o sol com a peneira! Nenhuma teve êxito. Será que o Sr. Dirceu conseguirá esse feito?
Aliás, a história desse cidadão (?) é muito interessante, assim como sua personalidade.Sempre esteve “do outro” lado do direito e do bem.
Foi líder estudantil, quase sempre em posição de destaque. Foi “guerrilheiro” de guerrilha urbana, tendo participado de várias ações terroristas, a mais notória sendo a do sequestro de um embaixador norte-americano.
Banido do Brasil por suas ações de guerrilha urbana, exilou-se primeiramente no México e depois em Cuba (passou a ser o maior admirador do assassino Fidel Castro).
Conseguiu penetrar no Brasil sob nome falso (Carlos Henrique Gouveia de Mello) e fisionomia igualmente falsa, graças a uma operação plástica feita em Cuba; escondeu-se no interior do Paraná, casou e teve um filho. Surpreendentemente, foi um cidadão normal nesse período.
Com a anistia (ampla, geral e irrestrita), voltou a Cuba para desfazer a plástica, retornou ao Brasil agora com seu nome e fisionomia reais.
E retomou o trabalho que sabia fazer: agitação. Interessante que, como Deputado Federal assinou, juntamente com o Sen. Eduardo Suplicy, a proposta de cassação do mandato do então Presidente Fernando Collor de Mello.
Parêntese: O Governo do Sr. Collor foi santo, um anjo, comparado com os governos (dois mandatos) do Sr. da Silva, em todos os sentidos, a começar pelo da modernização do País. O que estragou o governo do Sr. Collor foi sua soberba intolerável (quem assistiu aos debates na primeira reunião sobre o meio ambiente em 1992 haverá de se lembrar dessa soberba), enquanto o Sr. da Silva era e continua sendo um demagogo simpático ao povo!).
Voltando ao mensalão: Se o desfecho for o da não-aceitação da denúncia do Procurador-Geral, sendo todos ou quase todos inocentados, estará aberto o caminho para que o Brasil se torne um País sem lei, onde tudo vale.
O mesmo se aplica para o caso de as penas serem brandas para quase todos.
Essa é a oportunidade de o STF demonstrar não só ao Brasil, mas a todo o mundo, que há leis e justiça neste País, punindo os culpados exemplarmente. Parece-me que não há distintos graus de culpa: ou o réu recebeu dinheiro ilicitamente ou não. Se recebeu, é culpado. Se pagou, para corromper, idem!
Ao que me lembre, dos atuais 36 (parece-me) réus, todos embolsaram alguns tantos dinheiros.
Se, ao contrário, os culpados forem só dois ou três, que servirão de exemplo e de cobaias, podemos dar adeus ao Poder Judiciário.
A tendência é de que muitos e muitos juízes Brasil afora se basearão no exemplo do STF e a quantidade de inocentes aumentará muito.
Espero que isso não aconteça!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 20 de junho de 2012
Edição: JP

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