Henrique Raposo

Não, não estou a falar da
amnésia que domina as hostes do Rato. Não, não estou a falar da ausência de um
período de nojo das pessoas que conduziram o país à bancarrota: andam por aí,
no parlamento, nos jornais, nas TVs, como se fossem anjos acabadinhos de
aterrar. Estou a falar, isso sim,
do estilo nepotista que os senadores
do PS utilizam na protecção de alguns seres, como Ricardo Rodrigues ou Armando
Vara. Repare-se nas palavras que
Almeida Santos usou para
defender Vara, que, como se sabe, está a ser julgado por tráfico de
influências: "começou a trabalhar aos 14, sempre a subir, sempre a
triunfar. Três vezes ministro, duas vezes deputado, membro do Secretariado do
PS. De um modesto funcionário da CGD chegou a administrador. Acha que se não
fosse sério, tinha este currículo? Desonestidade não conduz a estes
lugares". É notável, não é? Armando Vara passou de caixa a banqueiro,
porque tinha o cartão do PS, porque teve um amigo, Sócrates, que o colocou nas
administrações.
Dá para suportar a incompetência governativa do PS, mas
esta prepotência não se suporta. Esta falta de vergonha é o pior de tudo. É
enjoativa, cheira mal, cheira a fim de qualquer coisa.
Os lordes do Rato acham que
somos todos tontinhos. E, se calhar, somos: tirando um ou outro jornalista,
estas declarações e atitudes de
gangue-que-protege-sempre-os-seus-façam-eles-o-que-fizerem vai passando entre
os intervalos da chuva.
Título e Texto: Henrique Raposo, Expresso,
26-11-2012
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