sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mercados

João César das Neves
Portugal conseguiu há semanas um brilharete nos mercados internacionais com o sucesso de uma colocação de dívida pública a 5 anos a taxas módicas. Entretanto um escândalo em Espanha e eleições em Itália complicaram a situação. Estas afirmações tão estranhas são repetidas a cada passo como se fossem normais. Como é possível acontecimentos tão banais e alheios em países longínquos afectarem-nos desta maneira? Serão os famigerados mercados entidades caprichosas e desmioladas? São as decisões financeiras tomadas de forma tão fútil?
Esta situação ensina duas coisas. Primeiro, os mercados não são doidos ou irresponsáveis. Mas estamos a falar de dívida a entidades políticas por parte de inúmeros investidores estrangeiros. Qualquer pessoa inteligente sabe que está a lidar com devedores volúveis e oportunistas. Ter cautelas e tacto são práticas altamente recomendáveis.
Segundo, os recentes problemas nos outros países latinos não afectaram a credibilidade da França ou Bélgica, mas a nós sim. Portugal está ainda numa posição muito delicada. Nos próximos tempos vão permanecer ansiosos connosco e recuarão a qualquer sinal imprevisto. Isto não é loucura. O erro deles foi confiar em nós tanto tempo.
Título e Texto: João César das Neves, Destak, 13-02-2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-