Passos cria lugar para
Silva Carvalho na Presidência do Conselho de Ministros
O que você, prezado leitor, inferirá? Muito provavelmente: o
primeiro-ministro criou, isto é, acrescentou mais um funcionário à função
pública, porque lhe apeteceu “contratar” esse senhor Carvalho.
Leia, por favor, a matéria assinada por Maria Lopes. Os grifos são meus.
Leia, por favor, a matéria assinada por Maria Lopes. Os grifos são meus.
O ex-director do SIED Jorge Silva Carvalho foi integrado nos quadros da
Presidência do Conselho de Ministros, com efeitos a 1 de Dezembro de 2010,
estipula um despacho assinado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das
Finanças, publicado nesta terça-feira em Diário da República.
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Foto: Enric Vives-Rubio |
Silva Carvalho era o único ex-espião envolvido no "caso das
secretas" que ainda não tinha sido integrado, como permite a lei, nos
quadros da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. Tinha
feito o pedido logo que pediu a exoneração de director dos Serviços de
Informações Estratégicas de Defesa (SIED), a 1 de Dezembro de 2010, antes de
ser contratado pelo grupo Ongoing, liderado por Nuno Vasconcellos.
O ex-espião começou a trabalhar oficialmente como administrador da
Ongoing a 2 de Janeiro de 2011, esteve no grupo durante um ano, e depois acabou
por se demitir ainda durante a fase de investigações do Ministério Público. Em
Maio do ano passado, Silva Carvalho foi acusado dos crimes de abuso de poder,
violação de segredo de Estado e de acesso indevido a dados pessoais.
Silva Carvalho pedira ao director operacional do SIED, João Luís, que lhe
arranjasse dados dos telefonemas e SMS do telemóvel do jornalista do PÚBLICO
Nuno Simas para perceber quem, nos serviços, estaria a passar informações para
fora. De acordo com o processo, ainda enquanto director do SIED, Silva Carvalho
passou informações classificadas para a Ongoing e, já depois de deixar os
serviços e estando a trabalhar como administrador do grupo, continuou a pedir
dados aos operacionais que lhe eram próximos.
Há três semanas, o advogado do ex-espião anunciou mesmo que ia apresentar
uma acção no Tribunal Administrativo de Lisboa contra o Estado, precisamente
porque Silva Carvalho ainda não fora reintegrado nos serviços. Na altura, o
advogado queixava-se também do atraso do processo e pedira ao Conselho Superior
da Magistratura a sua aceleração. A fase de instrução do processo das secretas,
requerida por Nuno Vasconcellos a 1 de Junho do ano passado, deveria ter
começado, segundo o prazo legal, até ao fim de Setembro, mas só vai iniciar-se
a 3 de Abril.
De acordo com a lei que rege os serviços de informação, os funcionários
que tenham pelo menos seis anos de serviço ininterruptos adquirem
automaticamente vínculo definitivo ao Estado – situação em que se encontrava
Silva Carvalho –, passando a integrar a Secretaria-Geral da Presidência do
Conselho de Ministros. Daí que agora tenha sido criado um posto de trabalho no
mapa de pessoal daquele organismo para que o ex-espião seja integrado “na
carreira e categoria de técnico superior”, com salário correspondente à
remuneração-base da carreira e categoria que tinha quando liderava o SIED, com
efeitos a 1 de Dezembro de 2010.
O Ministério Público anunciou a acusação do processo das secretas no
início de Maio do ano passado. Além das acusações imputadas a Silva Carvalho,
também o então director do departamento operacional do SIED, João Luís, foi
acusado, em co-autoria com o ex-director do SIED, de acesso ilegítimo agravado
a dados pessoais e abuso de poder. Sobre Nuno Vasconcellos pende a acusação de
corrupção activa.
Depois de a polémica das secretas vir a público, em Agosto de 2011, João
Luís foi exonerado pelo novo director do SIED, Casimiro Morgado, a 5 de
Novembro. Mas acabou por ser reintegrado nos quadros da Secretaria-Geral da
Presidência do Conselho de Ministros no final de Julho de 2012. Já os dois
operacionais que na mesma altura foram demitidos dos serviços de informações
por passarem informações a Silva Carvalho, mas que o Ministério Público acabou
por não constituir arguidos, pediram para ser readmitidos em Janeiro do ano
passado e Passos Coelho deu o seu aval em Junho.
E, claro, os comunistas, já se apressaram a jogar veneno para cima do governo que, está claríssimo, apenas cumpre a lei. Aliás, a bem da verdade, não sei quem mais se apressou, se o comunista Filipe (que, por acaso, é meu vizinho) ou a redação da Agência Lusa correndo para saber a opinião dos comunistas...
Como o leitor denominaria a matéria com o título indutor e a intervenção do comunista contrário ao cumprimento da lei? Hein?
Eu denomino de cretinice da pior espécie, nem mais, nem menos.
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