O “socialismo do século XXI” –
criado por Hugo Chávez por inspiração cubana – tem se mostrado um fiasco
político e um desastre econômico e, pois, uma aberração social, num incoerente
amálgama de políticas populistas e demagógicas concebidas para iludir os menos
preparados e para exercer o controle sobre os venezuelanos e promover a
confrontação ideológica e a desmoralização religiosa, dentro dos preceitos
marxistas e leninistas.
Na verdade, o chavezismo
conseguiu desmantelar seu setor produtivo com suas políticas hostis ao setor
privado, paralisou a indústria do petróleo com suas demandas sociais, e manteve
à tona as economias de seus ‘aliados’ para, a custa do ouro negro dos venezuelanos,
fazer com que os que detêm seus capitais os enviassem para o exterior e a
maioria de sua mão-de-obra competente, buscasse emprego e empreendedorismo em
outros países. Estava criado o abismo que o país começa a despencar.
Abateu-se sobre o país
sul-americano um cenário de crise, de abscesso social que os analistas dizem que
virá a furar este ano, mas cuja duração poderá ser prolongada em face da longa
lista de desequilíbrios acumulados ao passar dos últimos anos. “Os economistas
do país e do exterior vêm advertindo sobre esses desequilíbrios sociais enormes
desde há muito tempo, mas acontece que o preço do petróleo tem subido com uma
taxa superior à da inflação – pelo menos a oficial – do país e isso sempre tem
feito com que tais desequilíbrios fossem sendo varridos para debaixo do tapete
do Palácio Miraflores. As aberrações estavam lá, presentes no dia-a-dia, mas
o cidadão comum não os conseguia ver nem sentir”, comentou Angel García Banch,
diretor de uma empresa econométrica. “Quando os preços do petróleo pararam de
crescer, os desequilíbrios, que continuaram se acumulando desde há muito tempo,
começaram a se fazer sentir. Então, começaram a vir os apertos de cintos, a
queda da produção, do consumo, das importações, as medidas antinflacionária com
base na escassez”, acrescentou García Banch.
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Uma mulher protesta numa fila
para comprar alimentos, em Caracas. Foto: AP
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Apertar cintos parece ser a
nova política de desvalorizações seguidas da moeda, anunciadas pelo governo do
presidente interino Nicolás Maduro. As duas últimas, com intervalo de seis
semanas entre elas, tentaram expandir em bolívares os dólares conseguidos pelo
estado com as vendas de petróleo, que representam algo em torno de 96 por cento
das exportações do país.
A Venezuela socialista do
século XXI é hoje um país que não produz nada, com uma indústria florescente
que hoje está destruída e estatizada e, por isso improdutiva, e vazia de mão-de-obra
qualificada, que se mandou com armas e bagagem para outros países.
Mas tais medidas têm se
mostrado insuficientes para conter o que os economistas percebem como sendo um
dos maiores déficits fiscais do planeta, que no ano passado alcançou proporções
semelhantes à da crise econômica da Grécia – situando-se em 15 por cento do
PIB, taxa que só foi superada nesse mesmo ano pelo Azerbaijão, com 20 por
cento.
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Em dezembro de 2011, os
clientes compravam ainda no MERCAL (mercado de alimentos) uma variedade de
gêneros alimentícios. Hoje suas prateleiras estão em grande parte vazias. Foto:
AP
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As desvalorizações, de fato,
vêm acompanhadas de um enorme custo político. A sistemática destruição do
parque produtivo privado empreendida pelo chavezismo tem tornado o país cada
vez mais dependente dos produtos importados e uma desvalorização da moeda
significa preços mais altos nas lojas, e quando o governo os congela eles em
pouco tempo desaparecem das prateleiras. Os brasileiros já viram esse filme nas
décadas de 1970 e 1980. “Com essas maxidesvalorizações da moeda, os ‘socialistas
do século XXI’ estão metendo a mão diretamente no bolso dos venezuelanos”,
disse David Morán, um analista e colunista conhecido no país.
Em contraste, as fortunas
pessoais do falecido caudilho e sua família, bem como de diversas figuras do
“politiburo bolivariano” são enormes e quase todas no exterior.
O Brasil que se cuide para
evitar tamanha aberração...
Título e Texto: Francisco Vianna, 25-03-2013
Título e Texto: Francisco Vianna, 25-03-2013
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