Valmir Fonseca Azevedo
No lascivo reino da
“Esbórnia”, um gigantesco país nas margens do Ipiranga, reinava uma mandona
intragável jocosamente denominada de UPA. A razão, ninguém sabia.
Assim, dos menos ricos
“esbornienses”, pois todos eram afortunados, aos mais aquinhoados, todos
reverenciavam a UPA como uma impoluta “gerentona”.
Portanto, causava espécie para
os entendidos e até para os leigos, que apesar da economia que patinava, da
inflação que aumentava, da educação que afundava, da corrupção que assolava e a
certeza de que o país navegava à matroca, que, admiravelmente, a UPA subia no
coração dos bem-aventurados habitantes - os CUPAS, denominação genérica daquele
fagueiro povo. Apesar dos múltiplos escândalos como:
- a amada Rose fora
descoberta, mas a metamorfose, padrinho da UPA, e guru da amantíssima Rose,
seguia impoluto, e, absurdamente, a UPA subia;
- o Dirceu, prestigiado membro
da “tchurma” da UPA, filhote moral do falacioso e melífluo guru da enganação,
declarou que no julgamento do mensalão contava com o voto benevolente de vários
ministros, inclusive nominou um, mas tudo ficou sem novidade no front, pelo contrário,
milagrosamente, a UPA subia;
- os gays e as lésbicas
adquiriram foro privilegiado, e, breve tiveram cotas nas universidades, nos
empregos públicos; mas os CUPAs, até os cheios de méritos, só levavam um belo
nabo no traseiro.
No país, nada acenava para
qualquer obra de monta em prol da melhoria da infraestrutura e do futuro do
reino, mas, assombrosamente, a UPA subia.
As estradas não
"pedagiadas" se transformaram no caos da “buraqueira”, mas
extraordinariamente, a UPA subia.
A gasolina subia e o tomate
idem, e no furor dos aumentos, e estrepitosamente e apesar de tudo, a UPA
também subia.
Alguns chegaram à conclusão de
que os CUPAs agiam de forma inversamente proporcional, pois quanto mais os
CUPAs desciam a UPA mais subia.
O sadomasoquismo é um
instrumento usado à larga por desviados sexuais, portanto conhecendo – se o
alto grau de sacanagem que dominava a mente dos nativos da terra do Cruz Credo,
a UPA subia cada vez mais, mesmo à custa dos CUPAs que desciam.
Não importavam as denúncias,
nem as omissões, nada absolutamente podia macular o “foro” que apoiava a UPA,
que sempre subia no conceito dos CUPAs.
Existia uma pletora de
bondades e omissões com os quais a UPA poderia brindar os omissos CUPAs, que
beneficiados chegaram à total servidão.
Podemos concluir nesta breve lenda,
que deixando de lado os maiores cuidados com seu solitário neurônio, liberada
para enunciar em palavras lapidares o seu destino de maior “símbolo” da nação
“esborniense”, que a UPA deve ter subido aos céus.
Mas sabemos que na vida nada
se perde e que tudo se transforma e, se a UPA subia, os CUPAs desciam.
A conclusão é lógica e repousa
em dados científicos e matemáticos, e ficou comprovado na prática, que quanto
mais a UPA subia, mais a comunidade dos CUPAs descia.
Até onde a UPA subiu e os
CUPAs desceram só a tradução de indecifráveis hieróglifos poderá dizer.
Alguns podem questionar que em
remotas eras tenha existido na face da terra uma Nação como a “Esbórnia”, mas
segundo a lenda, com a morte da UPA, os CUPAs sucumbiram por falta de trolha.
Haviam atingido o fundo do poço.
Ainda bem que no século XXI,
estórias como as ocorridas na “Esbórnia” não florescem jamais.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília,
DF, 22 de abril de 2013
Que ótimo!
ResponderExcluirAdorei!
circe