![]() |
Ilustração: NaniHumor.com |
Cesar Maia
1. Curiosa situação das pesquisas presidenciais, das quais o último
Datafolha é um exemplo. A intenção de voto para presidente da república, no
primeiro turno, está basicamente estática há uns 3 meses, com Dilma um pouco
acima dos 30%, Aécio nos 20%, Campos nos 10% e os demais somados um pouco
abaixo dos 10%. Mas a intenção de voto no segundo turno é diferente e aproxima
tanto Aécio quanto Campos de Dilma. Por quê?
2. A avaliação de Dilma segue uma curva sistematicamente
declinante, degrau a degrau. Neste momento, em nível nacional, aqueles que
marcam para Dilma – ótimo+bom- se igualam àqueles que marcam ruim+péssimo, no
entorno dos 30%. É assim no resultado nacional global.
3. Mas quando se entra nas avaliações regionais e estaduais,
excluindo quase que apenas o Nordeste e ainda e alguma coisa o Norte, a
avaliação de Dilma despenca verticalmente. Em alguns casos – como no Rio de
Janeiro- Dilma mantém sua intenção de voto no primeiro turno, mas sua avaliação
despenca e se torna negativa.
4. Em S. Paulo há algum paralelismo entre intenção de voto e
avaliação. A intenção de voto equilibra Dilma e Aécio em torno de 25%, mas a
avaliação de Dilma a lança num precipício de impossível reversão.
5. Como se interpretar este quadro: estável no primeiro turno, com
empate ou quase no segundo turno e queda sustentável na avaliação? A resposta é
simples. A rejeição a Dilma indica que nas pesquisas de segundo turno – com
apenas dois nomes- a rejeição a ela caminha em direção a qualquer nome que a
enfrente num segundo turno. É como se o segundo turno fosse – a favor x contra-
Dilma.
6. A intenção de voto estável no primeiro turno nos informa que as
candidaturas de oposição ainda não transformaram o NÃO a Dilma, num SIM
enfático a cada uma dessas outras duas candidaturas. Quando, ao lado da
rejeição a Dilma, surgir a identificação de seu opositor – hoje Aécio- como a
alternativa, a rejeição a Dilma e a intenção de voto produzirão tal sinergia
que as extrapolações poderão apontar até uma inversão do resultado no primeiro
turno.
7. Essa é a tendência. Mas vêm os programas eleitorais, a ficção
política na TV e o populismo eletrônico. Ao lado disso, o abuso da máquina
pública e da publicidade das estatais. Estas podem continuar durante o processo
eleitoral sob alegação que estão em mercado, competindo. Mas não é o conteúdo
que importa e sim a distribuição de recursos na busca da “boa vontade” de uma
parte da mídia espontânea. O que prevalecerá? Hoje tudo leva a crer que a
‘tendência’ terá mais força que a máquina e a TV eleitoral.
Título e Texto: Cesar Maia, 21-07-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-