Portugal vai estrear-se no
Conselho de Direitos Humanos na segunda-feira, apresentando as prioridades
nacionais para o mandato de três anos que cumprirá neste organismo das Nações
Unidas.
Agência Lusa
A chefiar a delegação
portuguesa, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, vai
discursar na reunião de alto nível que dará início aos trabalhos da 28.ª sessão
do CDH, em Genebra, na Suíça.
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Foto: AFP/Getty Images |
Portugal integrou por três
vezes a antiga Comissão de Direitos Humanos, mas esta é a primeira vez que
integra o CDH, em funcionamento desde 2007 e com maior capacidade interventiva
na proteção e promoção dos direitos humanos no mundo, tendo iniciado mandato a
1 de janeiro.
Entre as questões que “merecem
a atenção urgente do CDH”, Portugal destaca as violações e os abusos de
direitos humanos registados em situações de conflito, nomeadamente no que diz
respeito ao movimento extremista Estado Islâmico, em relação ao qual “a
comunidade internacional não pode permanecer indiferente”, adiantou à Lusa
fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Recordando que Portugal já
contribuiu com 230 mil euros para ajudar as vítimas daquele grupo
fundamentalista, a fonte frisou que o efeito da atuação do autoproclamado
Estado Islâmico na Síria, no Iraque e na Líbia é “uma questão prioritária”.
Em segundo lugar, Portugal
compromete-se a apresentar anualmente no CDH, “resoluções” sobre direitos
económicos, sociais e culturais e sobre o direito à educação e a dar atenção
aos direitos de mulheres e crianças, à eliminação de todas as formas de
discriminação e violência e à abolição da pena de morte.
Portugal defende ainda que
“deve ser redobrada a defesa” dos valores fundamentais das democracias, como a
liberdade de pensamento, de opinião e de expressão, “com especial atenção para
a proteção dos jornalistas (…), dos defensores de direitos humanos e dos
representantes da sociedade civil”, e destaca “a necessidade imperativa de
assegurar a liberdade de religião e de crença, e combater todas as formas de
discriminação e intolerância religiosa”.
Para além da intervenção no
CDH, marcada para as 11:00 de segunda-feira (10:00 em Lisboa), no Palácio das
Nações, o ministro Rui Machete aproveitará a deslocação a Genebra para se
encontrar, às 12:00, com o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos
Humanos, Zeid al-Hussein, e às 16:00 com o Alto Comissário das Nações Unidas
para os Refugiados, António Guterres.
A par de Portugal, estreiam-se
no CDH Albânia, Bangladesh, Bolívia, Botsuana, República do Congo, El Salvador,
Gana, Holanda, Índia, Indonésia, Letónia, Nigéria, Paraguai e Qatar.
Os 47 membros do CDH, que
cumprem mandatos de três anos, reúnem-se pelo menos três vezes por ano.
Os trabalhos da 28.ª sessão do
CDH decorrem até 27 de março.
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