A questão é levantada pelos dois lados e
suscita dúvidas.

Isso porque, caso alguém não
saiba, a contribuição sindical é OBRIGATÓRIA. Sim, obrigatória. Você não tem
direito de negar, é como um tributo (não por acaso, é denominada “imposto
sindical”). Há algumas outras que eles cobram e que dá para escapar (mediante
famigerada ‘cartinha’): assistencial, confederativa etc. Mas a sindical, mesmo,
não tem como. Você paga e fim.
Outra coisa: a Constituição
Federal estabelece a unicidade sindical, bem como a representação compulsória.
Respectivamente, isso significa que há somente um sindicato por área (município
ou região) e o trabalhador é por ele representado INDEPENDENTEMENTE DE QUERER.
Resumindo: você é torneiro
mecânico numa cidade X? Então você APENAS terá o sindicato X para representá-lo
em tal região e, mais quer isso, esse sindicato X te representa mesmo se você
detestar. É ele quem vai negociar por você junto às categorias empresariais; é
ele quem ficará com seu imposto. Cabe ao trabalhador ao menos interferir
nas eleições internas, constituindo chapas e/ou nelas votando. E, claro, também
nas deliberações desses sindicatos – participando de assembleias e afins.
Diante disso tudo, e
considerando que alguns sindicatos partiram para as ruas no impeachment –
financiados com o pagamento obrigatório e representando TODOS os trabalhadores
daquela região, quer eles gostem ou não disso -, indaga-se: esses trabalhadores
concordam com isso? Sentem-se de fato representados pelos respectivos
sindicatos?
Vejam, por exemplo, o “APP”,
que representa (obrigatoriamente) os professores do Paraná. Apesar de
observações mais críticas da mídia local (vejam aqui e aqui),
estiveram nas ruas para combater o impeachment. Será que a maioria dos docentes
paranaenses concordam com isso? E vale para qualquer outro sindicato, enfim.
Esse é o centro da questão.
E isso foi levantado também,
para dar outro exemplo, quanto a FIESP tomou o partido contrário,
pró-impeachment. O detalhe é que quem questionou a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo costuma fazer vista grossa para quando sindicatos
‘vermelhos’ fazem a mesma coisa com a estrutura conseguida por meio da
contribuição obrigatória dos trabalhadores.
O debate, portanto, é interessante.
Mas é preciso explorar todos os lados. E agora?
Título, Imagem e Texto: Implicante,
20-4-2016
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