Cristina Índio do Brasil
O ministro da Economia, Paulo
Guedes [foto], disse que não há razão para pessimismo no Brasil. Na visão dele, o
Brasil passa por um período de desenvolvimento institucional extraordinário.
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil |
“Estou vendo instituições
brasileiras robustas, florescendo e se aperfeiçoando. Não há nenhuma razão para
pessimismo. O Brasil está avançando institucionalmente”, disse ao participar da
abertura encontro BNDES com ‘S’ de Social e de Saneamento, na sede do banco, no
centro do Rio de Janeiro: “[O Brasil] vai voltar a crescer fazendo a coisa
certa, aperfeiçoando as suas instituições”.
Guedes voltou a defender a
desoneração da folha de pagamento. Segundo ele, um país que tem imposto sobre
folha de pagamento e duplica o custo da mão de obra, não quer gerar emprego.
“Os impostos sobre folha de pagamento são o imposto mais cruel, armas de
destruição em massa de empregos. Dezenas de milhões de empregos são destruídos
por estes impostos excessivos sobre a folha de pagamento. É um crime contra o
trabalhador brasileiro”, afirmou.
Saneamento
Ele destacou ainda que o BNDES
está voltando às suas funções, com financiamento a projetos sociais e de
saneamento, que vão se refletir em educação e saúde. O ministro chamou a
atenção para a situação de crianças que morrem no país por falta de saneamento:
“Como vamos salvar as crianças se elas não tiverem sequer saúde, por falta de
saneamento?”.
“A mortalidade infantil é
brutal. Se a criança brinca sem água, sem saneamento, saúde, não tem nada lá
embaixo, morre cedo, pega doenças letais. Esse é um crime contra as crianças
brasileiras”, completou.
“O S de saneamento é viga
mestra no novo BNDES. É um legado que o novo BNDES, no papel de articulador
dessas políticas, quer deixar”.
Segundo o ministro, durante a
campanha eleitoral e depois, na elaboração do programa de governo Bolsonaro, a
equipe diagnosticou o crescimento descontrolado dos gastos públicos durante
três, quatro décadas: “Isso causou hiperinflação, moratória externa,
congelamento de preços, sequestro de ativos financeiros e, mais recentemente,
juros muito altos, impostos elevados, corrupção no sistema democrático
nacional.”.
Guedes disse ainda que esse
excesso de gastos, que chegou a 45% do PIB, foi a fonte de vários desacertos e
disfunções, não só do sistema econômico, como do sistema político. Para ele, os
governadores são eleitos e não conseguem realizar os projetos necessários
devido à dificuldade dos orçamentos estaduais. “Da mesma forma queremos
descentralizar os recursos públicos. O povo está nos estados e nos municípios.”
Previdência
Paulo Guedes afirmou que o
excesso de gastos é apenas uma dimensão do problema, sendo a outra a má gestão
dos recursos públicos. No entanto, de acordo com ele, um dos principais
problemas do governo foi resolvido com a reforma da Previdência, que derrubou
os juros de longo prazo. “Já estão a 5% e continuam descendo. Ao contrário do
governo anterior, em que os juros baixos desceram, mas os longos não
acompanharam, porque havia o desequilíbrio fiscal. Dessa vez, como fizemos a
Previdência, demos um horizonte de 25 anos de estabilidade, pelo menos no
controle desses gastos”, disse.
O ministro disse ainda que o
governo tem acelerado as privatizações e o BNDES tem realizado as devoluções
dos recursos aplicados pelo governo federal, no passado recente. “O BNDES, na
linguagem popular, foi pedalado. Pedalaram o BNDES, com quadro técnico
extraordinário, gente espetacular, de ótima qualidade, mas a missão era
estreita: alavancar campeões nacionais, parte da gigantesca máquina de
transferência perversa de renda. No Brasil, quem tem mais poder econômico ou
político captura orçamentos públicos. Os recursos são desviados da finalidade
principal que seria ajudar as populações mais pobres”, apontou.
O ministro negou que o
redirecionamento dos recursos do banco seja contrário aos projetos da
iniciativa privada. “Somos totalmente favoráveis à iniciativa privada. Nada
contra, mas pelas suas próprias pernas. Ninguém pode virar campeão nacional,
bombado pelo governo. Isso é uma na alocação de recursos e principalmente se
depois isso vira dinheiro de campanha para financiar quem o financiou
previamente. Isso é um absurdo. É corrupção no melhor estilo da própria
confissão que foi feita.”
Título e Texto: Cristina
Índio do Brasil; Edição: Maria Claudia – Agência Brasil, 6-12-2019, 14h52
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