Estamos a chegar a um ponto, no Ocidente, em que a realidade é insustentável. Não se aguenta, literalmente
Paulo Hasse Paixão
Reparem bem nesta história,
contada por Candace Owens, e que parece 100% credível, mesmo apesar de ser
completamente inacreditável.
Em fevereiro, quando estava a terminar a sua reportagem sobre Brigitte Macron, Candace recebeu repetidos recados da Casa Branca, em que lhe era solicitado, e depois exigido, que pusesse um fim a esse trabalho jornalístico.
Acabou até por receber um
telefonema de Donald Trump, no mesmo sentido. A coisa correu de tal forma
surrealista que Candace só tem uma maneira de definir a conversa:
“Eu falei com o Presidente
dos Estados Unidos sobre o pênis da mulher de Macron!”
Os dias em que foi alvo desta
pressão coincidiram com a visita de Emmanuel Macron à Casa Branca. E
aparentemente, o Presidente francês ameaçou não colaborar com o processo de paz
na Ucrânia que na altura Trump estava interessado em promover, se a jornalista
norte-americana não pusesse um fim à investigação sobre a natureza do seu
casamento.
A sério. Isto aconteceu. Oiçam a Candace:
Alguém acha que ela está a
mentir?
E é difícil perceber o que é
mais ridículo: o facto do Presidente francês chantagear Trump no sentido de
silenciar Owens (como se os EUA não tivessem uma Primeira Emenda), a propósito
de um processo de paz que podia salvar incontáveis vidas humanas e que nada tem
a ver com as suspeitas que recaem sobre a primeira-dama francesa e a relação
que tem com o marido, ou os recadinhos insolentes que a Casa Branca endereçou à
jornalista (como se os EUA não tivessem uma Primeira Emenda), num crescendo que
acabou por ser personalizado através de um contacto desenvolvido pelo próprio
Presidente.
É claro que Candace Owens,
sendo Candace Owens, ignorou a pressão a que estava a ser sujeita.
Mas isto supera ou não a mais
delirante imaginação de qualquer romancista de cordel?
É espantoso. É nojento. É
caricato. Mas é assim.
Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 2-7-2025
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