Marcos Espínola
A megaoperação no Rio gerou
opiniões distintas. Para uns foi positivo, para outros uma ação desastrosa.
Entretanto, tecnicamente falando, o que vimos foi uma iniciativa corajosa da
cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro, com destaque para a bravura dos
mais de 2.500 homens que enfrentaram horas de confronto. Tudo isso sem que
nenhum civil morresse, fato que, por si só, já demonstra ter sido bem
planejada. Todos os policiais ali estavam amparados pelo estrito cumprimento do
dever legal, sob ordem superior hierárquica e em legítima defesa de suas vidas
e de terceiros.
A perda de uma vida é sempre ruim, porém, os indivíduos que foram para a mata
fortemente armados e camuflados assumiram o risco de enfrentar a força do
Estado democrático. Estavam ali para tirar a vida dos policiais e, como em
qualquer guerra, as baixas são inevitáveis. Infelizmente, do lado da polícia
também teve baixa, como acontece diariamente com os cidadãos, incluindo
crianças, vítimas de balas perdidas ou de ação direta desses criminosos.
Segundo a polícia, no Complexo do Alemão e da Penha, onde tem mais de 110 mil
habitantes, tem muitos criminosos oriundos de outros estados e comunidades.
Criminosos fortemente armados que fazem a comunidade de refém e que receberam a
polícia com alto poderio bélico, em mais de 18 horas de confronto. Tudo isso
encarado heroicamente pelos policiais que ali estavam para proteger a sociedade
e buscar a retomada da ordem e da paz. Isso não pode ser esquecido em nenhum
momento. Ali estavam cumprindo seu juramento de servir e proteger, mesmo com o
risco da própria vida e enfrentando bandidos da segunda maior facção criminosa
do país.
O próximo passo é seguir com planejamento e inteligência para retomar esses
territórios, mantendo a política longe das decisões. Tecnicamente podemos
caminhar para retirar a progressão de pena para esses criminosos. Manter um
isolamento total e penas mais altas, tirando-os do convívio social. Classificar
essas facções como organizações terroristas é um equívoco. É trazer esse
conceito de terror ideológico para o Brasil.
Afinal, o que temos aqui são narcotraficantes que visam o lucro financeiro,
diferente dos ataques a governos com cunho ideológico ou religioso. Insistir
nessa insensatez por viés político é cometer erro similar à década de 80 quando
misturaram na Ilha Grande criminosos comuns com presos políticos, surgindo a
Falange Vermelha, hoje, Comando Vermelho. Deu no que deu.
Título e Texto: Marcos Espínola, (advogado criminalista e especialista em segurança pública), O Dia, 6-11-2025
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