quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Bondi Beach não é longe

Telmo Azevedo Fernandes

O ataque terrorista em Bondi Beach em Sidney, na Austrália, não foi apenas um massacre. Foi o resultado previsível de uma escolha política feita durante anos: a escolha de tolerar, normalizar e relativizar o intolerável. Esta tragédia foi mais uma vez seguida pelos habituais minutos de silêncio, flores, comunicados oficiais, como é típico na Europa e em Portugal em particular.

Na Europa ainda não aprendemos que o terrorismo é um ataque ideológico cometido por pessoas concretas, movidas por ideias concretas, contra o nosso modo de vida e a nossa civilização. A Europa responde ao terrorismo com negação, slogans vazios e até com sentimentos de culpa. Ao contrário de Israel que responde com realismo, age rapidamente e não pede desculpa por se defender. Como vive sob ameaça constante há décadas, em Israel a prioridade não é proteger narrativas, é proteger pessoas. A prioridade não é evitar polémicas, é evitar funerais.

Em Portugal, durante anos, temos ouvido que o perigo de terrorismo é alarmismo, discurso de ódio ou islamofobia. Israel é um país mais honesto que o nosso porque sabe que esta violência nasce da convicção de que o outro, em particular os judeus, não merece viver.

Portugal gosta de se ver como uma ilha de brandos costumes e um país imune a este tipo de violência. Essa ilusão já custou caro a França, Bélgica, Alemanha, Austrália e a tantos outros. Mas Bondi Beach não é longe…

Contudo, não se protege uma sociedade aberta fechando mercados de Natal, parques, praias e sinagogas nem vivendo atrás de grades em espaços fortificados. Para impedir que o próximo ataque aconteça dentro de portas as autoridades devem controlar quem se deixa entrar no país e verificar que valores trazem consigo.

Mas sobretudo, a Europa e Portugal deve ter a clareza moral e o discernimento de não procurar “explicar” o terrorismo islâmico e antissemita como um falhanço social ou uma resposta a agressão ficcionada. Deve tratar o antissemitismo e o extremismo islâmico como uma ideologia de morte que precisa de ser contida.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 17-12-2025 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-