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Nicolas Sarkozy e François Hollande |
Cesar Maia
1. Não é tão simples, como uma
leitura superficial das pesquisas supõe, a eleição presidencial deste fim de
semana na França. Uma dedução formal das pesquisas é que Holande do PS vence no
primeiro turno por alguma margem e vence o segundo turno por uma grande margem.
Os que fazem cálculos ideológicos imaginam que somando os eleitores que
escolhem em pesquisas os candidatos à esquerda e comparando com os à direita, a
vitória de Holande está garantida.
2. No entanto, há que se
incluir alguns fatores de imprevisibilidade. As pesquisas mostram uma grande
faixa de abstenção que vai de 20% a pouco mais de 30%. É claro que num e noutro
caso, aplicados de forma cruzada às demais pesquisas, os números podem mudar no
primeiro turno.
3. O segundo turno – da mesma
forma – não se resolve com uma segunda pergunta nas pesquisas para o primeiro
turno. O surpreendente crescimento do candidato de esquerda para um patamar
próximo a 15% não garante transferência automática de votos no segundo turno.
Não que esse eleitor possa votar em Sarkozy, mas pode se abster, dentro da
tradição europeia de mais de 100 anos da esquerda ideológica se afastar da
socialdemocracia, supondo que esta só faz iludir os trabalhadores e afastar a
hora da verdade. Num quadro como esse, é provável que a abstenção no segundo
turno seja maior que no primeiro e concentrada nos votos à esquerda.
4. Por outro lado, o voto à
direita é sempre mais ideológico e mantém-se organicamente, transferido dentro
desse campo. Assim, Sarkozy será beneficiário destes. Um corte hipotético em
relação às tendências de abstenção ainda mostra vantagem para Holande do PS,
mas quase na margem de erro.
5. Finalmente, numa conjuntura
excitada como a atual, os fatos novos políticos e econômicos são sempre uma
possibilidade diária. A pesquisa da CBS/NYT mostrando empate entre Obama e
Romney dias depois de mostrar Obama oito pontos na frente, é prova inconteste
da volatilidade do voto nesta conjuntura.
6. Por isso tudo, aqueles que
se preparam para desfraldar suas bandeiras vermelhas, é bom que aguardem um
pouco mais e evitem euforia num quadro de tantas nuances e volatilidade. Na
Espanha, um elefante quase derrubou a monarquia... E há vários elefantes na
Europa e na África do Norte, historicamente associada.
Título e Texto: Ex-Blog do Cesar Maia, 20-04-2012
François Hollande já faz
promessas… socialistas.
Confiantes na vitória nas
presidenciais, os socialistas franceses preparam o regresso da reforma aos 60
anos. (Expresso)
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