Francisco Vianna
Analistas políticos e econômicos prognosticam uma
forte desvalorização do bolívar e um forte corte de gastos públicos no país.
Diversos analistas consultados advertem que o
déficit fiscal no petrolífero vizinho do norte já chegou a um nível tal que, o
reeleito presidente Hugo Chávez não terá alternativa senão a de promulgar um
pacote de ajuste fiscal, mesmo que isso agrave o crescimento econômico da
nação, que já é negativo por dois anos consecutivos. Tal pacote, uma ducha de
água fria em quem votou nele, teria como base uma maxidesvalorização da moeda
venezuelana, o bolívar, e um corte radical das despesas e investimentos
públicos.
A verdade é que, com todo o petróleo que tem, o país nas mãos do “socialismo del siglo XXI” não consegue dinheiro suficiente para sovietizar o país como deseja seu presidente e seus próceres.
A verdade é que, com todo o petróleo que tem, o país nas mãos do “socialismo del siglo XXI” não consegue dinheiro suficiente para sovietizar o país como deseja seu presidente e seus próceres.
E tudo depois de alimentar por algum tempo uma
falsa sensação de prosperidade, tendo em vista as eleições de 7 de outubro
último, quando, na verdade, o PIB venezuelano está previsto cair 20 pontos
percentuais nesse ano.
A inflação real no país já anda pelos píncaros de
30 por cento e a escassez de gêneros de primeira necessitada se torna cada vez
mais visível nas gôndolas dos supermercados. A atividade empresarial privada
caiu a níveis próximos de zero e quem tinha algum capital no país, o levou para
o exterior.
Assim, como soe acontecer com as promessas
populistas e demagógicas, o “projeto Missão Moradias”, da “revolução
bolivariana” terá que ser postergado para uma data futura e incerta.
Segundo o professor Ricardo Villasmil da Faculdade
de Economia da Universidade Católica Andrés Bello e do Instituto de Estudos
Superiores de Administração (IESA), “o governo apresenta um ‘gasto público’ que
cresceu desproporcionalmente em razão da “campanha eleitoral”, toda ela
financiada com dinheiro público, num nível de despesa que é impossível de ser
mantido no tempo e, para que o déficit público se torne, pelo menos,
financiável, o Palácio Miraflores terá que reduzi-lo de forma drástica através
de uma maxidesvalorização da sua moeda e do corte radical de gastos públicos”.
![]() |
Presidente Hugo Chávez e seu novo vice-presidente, Nicolas Maduro |
Chávez, que foi reeleito para mais seis anos de
governo, já vinha empurrando com a barriga um enorme déficit fiscal desde o ano
anterior (2011) e esse déficit cresceu dramaticamente no semestre que antecedeu
as eleições, tendo, segundo empresas internacionais que acompanham a economia
do país, atingido o patamar de quase 20 por cento do PIB.
Apesar de alguns economistas terem atribuído esse
aumento incrível do déficit público à sensação de bonança que Chávez quis
incutir no eleitorado – quando na realidade não havia bonança alguma – fazendo
uma prestidigitação eleitoreira de que tudo estava bem com o socialismo do
século XXI, tal discrepância não pode ser apenas atribuída a esses gastos
populistas e demagógicos do regime chavezista, mas em grande parte pelo
crescimento da fortuna pessoal já “amealhada” em locais seguros (com toda a
segurança capitalista) no exterior, que o transformou num dos homens mais ricos
do mundo na atualidade.
Agora que a reeleição foi conquistada a peso de
ouro, a insustentabilidade do déficit público será resolvida com medidas de
“austeridade econômica liberal” – às quais os comunistas adoram recorrer quando
a coisa começa a ‘ficar preta’ para o lado deles – medidas essas que acentuarão
ainda mais o processo de empobrecimento progressivo a que se submete o povo
venezuelano desde que o tenente-coronel assumiu as rédeas da nação.
A descida da ladeira será tão árdua quanto a que
está afetando a Argentina, outrora uma promissora economia capitalista de
mercado...
A Venezuela está cada vez mais parecida com Cuba,
a paupérrima ilha caribenha onde Hugo Chávez e um grande número de comunistas
sul-americanos foram buscar seu fundamentalismo político e econômico.
Título e Texto: Francisco Vianna, 01-11-2012
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