Paulo Hasse Paixão
O ex-primeiro-ministro Tony Blair quer que o seu sucessor como primeiro-ministro britânico e líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, imponha um regime de identificação digital, em parte para “expulsar” os populistas anti-migração em massa.
Ele explica o seu retorcido
exercício orweliano nestes termos:
“O que os populistas fazem
é pegar numa queixa real e explorá-la, mas muitas vezes não querem encontrar
uma solução, porque as soluções são muito mais difíceis do que falar de
problemas. A queixa sobre a imigração seria a de que a situação está fora de controlo.
No caso da criminalidade, a queixa seria que não estamos a fazer o suficiente.
Por isso, dizemos: ‘Muito bem, vamos fazer o seguinte’. E depois há uma grande
luta política. O populista é forçado a escolher. Tem de criar uma agenda à qual
o outro lado tem de responder”.
Acontece que os populistas
oferecem recorrente e repetidamente soluções para o fluxo migratório insano na
Grã-Bretanha – por exemplo, limitar simplesmente os vistos emitidos em função
da realidade estatística do mercado de trabalho – mas, numa entrevista ao The Times, Blair deu a entender que
essas propostas não existem e que a identificação digital pode preencher a
lacuna. O arquiteto da Guerra do Iraque revelou estar em contacto regular com o
primeiro-ministro Starmer e com o seu gabinete, na prossecução desse sistema:
“Estamos a criar os blocos de construção para essa ideia, o que é bom. Mas devemos abraçá-la totalmente e implementá-la o mais rapidamente possível, porque terá um conjunto imediato de benefícios. Haverá um grande debate a seguir – e este é o argumento político que as pessoas devem ter – que é: quanta privacidade estás preparado para trocar por eficiência? A minha opinião é que as pessoas estão efetivamente dispostas a trocar bastante. Penso que se trata de um debate político que o governo vai ganhar. Também vai afastar muitas pessoas que querem falar de questões como a imigração ou a fraude nas prestações sociais, mas que não querem os meios para chegar ao fim”.
Bom, o Contra fala certamente
por muitos dos seus leitores: não estamos dispostos a sacrificar coisa nenhuma
da nossa privacidade por uma definição vaga de “eficiência” do sr. Blair, um
homem que governou o Reino Unido durante uma década, de 1997 a 2007, só para
ser considerado “o pior britânico vivo” pelos seus concidadãos.
Enquanto primeiro-ministro,
Blair tentou impor cartões de identificação analógicos à população, mas
enfrentou uma enorme resistência, uma vez que o público britânico da altura não
estava disposto a aceitar uma cultura de vigilância estatal, alegadamente em
nome da segurança nacional.
Até porque a primeira ameaça à
segurança de um cidadão britânico, nos tempos que correm, é o governo
britânico.
Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
17-2-2025
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