A velhice – vou fazer 81 anos – e as maleitas próprias da idade, leva-me, contra o meu gosto, a terminar a colaboração.
Não digo adeus, mas se
Deus o permitir, (tenho artroses na mão direita, que me impedem ou dificultam
escrever,) poderei, esporadicamente, se assim o desejarem, ainda enviar alguns
textos.
Quero agradecer a
oportunidade que me deram, que ficarei eternamente grato, e aos leitores, que
tiveram a paciência de me ler, e os que me acicataram a continuar, apesar dos
meus problemas de saúde, o meu muito obrigado.
Com cordialidade:
Humberto Pinho da Silva
No final dos anos sessenta
fui ao Café, que ficava na Praça da Batalha, no Porto, conhecido por ser
frequentado por tertúlia evangélica.
Após ter saboreado o
cafezinho, fui contactado por homem, modestamente trajado, que pretendia
evangelizar-me.
Como lhe dissesse que era
católico, mas conhecia várias Igrejas Evangélicas, e até era amigo de alguns
pastores, confessou-me: "Tenho grupinho de crentes, nos arredores.
Reunimo-nos numa garagem, adaptada a templo. Mas escasseia-me dinheiro e material,
para levar avante missionação séria, já pensei agregar-me a Igreja
tradicional.”
Confessou-me que conhecera
cozinheiro, que após frequentar alguns meses o seminário, ficara a pastorear a
paróquia, com a remuneração de seis mil escudos!...
Na época dos retornados das províncias ultramarinas, apareceram pelas Igrejas Evangélicas, jovens, que pretendiam serem pastores. Alguns foram aceites, outros não.
Ser pastor ou padre, não
é, nem deve ser, profissão, e muito menos lucrativa.
É vocação, que se adquire
com estudo e oração. Infelizmente alguns desses jovens, pretendiam ser "
sacerdotes" para, como dizia Frei Bartolomeu dos Mártires, tosquiarem as
ovelhas…
Certa ocasião entrevistei
pastor anglicano, que me declarou, quase á puridade: aceitara o chamado para
pastorear a paróquia, mas como era professor, tendo vencimento certo, além de
bens, que possuía, não lhe parecia justo, nem cristão, receber remuneração da
Igreja, pois muito desse dinheiro, provem de crentes, que vivem em sérias
dificuldades econômicas.
É justo viver do altar,
mas São Lucas não o fazia, porque tinha profissão. - 1º Co 9:15. Já não é justo
utilizar o Evangelho para ganhar dinheiro ou outras benesses, quando se
sobrevive de outro modo. Jesus, ao enviar os discípulos para missão, recomendou-os
a não procurarem dinheiro – Mt 10:9.
A meu ver o sacerdote
(padre) deveria receber vencimento semelhante ao professor do Ensino
Secundário, pago pela paróquia ou diocese, e esta deveria possuir lar, para os
receber, quando se aposentarem; ou hospedarem, se o desejarem, enquanto
estiverem no ativo.
Evitar-se-ia assim,
escândalos e abusos condenáveis...
Título e Texto: Humberto
Pinho da Silva, julho de 2025
Quantas Senhoras há?
O perigo de cativar
Um crente de coragem
Vamos falar de política
As formigas só andam por celeiros cheios
Parentes pobres e parentes ricos
Homilias enfadonhas e sonolentas
O autor, Humberto Pinho da Silva, junto a este artigo enviou mais dois. Serão publicados nos dias 10 e 17 de julho (quintas-feiras).
ResponderExcluirMe perdoem os contras. Sacerdócio não é vocação, nem profissão. Sacerdócio, apesar de "ser dócio", digo dócil, sacerdócio se traduz por grana. O nosso Mingau, perdão, o nosso Papa, que o diga.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rio.