Paulo Hasse Paixão
Na sequência do decreto do
presidente norte-americano Donald J. Trump, que proíbe o bloqueio de contas
bancárias por razões políticas, altos executivos bancários alegaram que os regimes de Barack Obama e Joe Biden
pressionaram as instituições financeiras a cortar serviços a indivíduos e
empresas com base nas suas posições ideológicas.
A prática de encerrar contas
bancárias ou negar serviços, muitas vezes sem explicação e que tem ocorrido
principalmente no Canadá, nos EUA e no Reino Unido, tem atraído críticas
crescentes de conservadores e grupos religiosos nos últimos anos. Embora em certos
casos estas ações sejam feitas ao abrigo de regulamentos contra a lavagem de
dinheiro, estão, no entanto, a ser implementadas como arma de combate político
e censura.
Dois executivos anónimos de
grandes bancos dos EUA afirmaram que os reguladores exploraram leis federais
ambíguas para pressionar os bancos a negar serviços. Eles apontaram programas
como a “Operação Choke Point”, lançada durante a administração Obama, para
combater indústrias propensas à fraude. Essa pressão, segundo eles, continuou
durante o regime Biden.
Um dos denunciantes afirmou:
“Essas pressões eram muito, muito reais. Quando o regulador dá uma sugestão, não é uma sugestão, é uma ordem. As questões políticas são muito reais, essas pressões são reais.”
A ordem executiva que o
presidente Trump assinou contra esta prática totalitária instruiu as agências
federais a investigar alegações de encerramento de contas bancárias por motivos
políticos.
O JPMorgan Chase e outras
grandes instituições financeiras atualizaram as suas políticas internas,
afirmando que não encerram contas com base na filiação política. Ainda assim,
os executivos bancários afirmaram que os reguladores continuam a pressioná-los
para sinalizar “atividades suspeitas”, procedimento que pode resultar indiretamente
no encerramento de contas bancárias.
Os próprios negócios de Trump
tornaram-se objeto de um caso de encerramento de contas bancárias de grande
visibilidade. Em março de 2025, a Trump Organization processou a Capital One,
alegando que mais de 300 contas comerciais foram encerradas em 2021 devido a
“crenças woke infundadas”. O processo alegava que o banco acreditava que “a
maré política do momento favorecia tal medida”. A equipa de Trump disse que os
encerramentos causaram “prejuízos financeiros consideráveis”.
No Reino Unido, o líder do
Reform UK, Nigel Farage, viu a sua conta bancária bloqueada pelo
Coutts, que alegou que as suas opiniões eram “incompatíveis” com os valores do
banco. Após reação pública e uma tentativa de enganar a imprensa sobre os
motivos do encerramento da conta, o banco pediu desculpas e pagou a Farage uma
indemnização.
Na Alemanha, o Berliner
Volksbank encerrou a
conta de donativos do partido de oposição antiglobalista, AfD, na sequência de
uma petição apresentada pelo grupo “Avós contra a Direita”.
O silenciamento da dissidência
política pela destituição financeira dos cidadãos não passa exclusivamente pela
banca. Durante a pandemia, Peter Thiel, na altura CEO da PayPal, mandou
fechar contas de influenciadores que se opunham à narrativa
regimental, impedindo-os assim de tirarem rendimento do seu trabalho.
Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 24-9-2025
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