Gustavo Ribeiro
A TAP anunciou nesta semana que voará direto de Lisboa, em Portugal, para Curitiba a partir de julho de 2026 — as passagens começam a ser vendidas em 11 de novembro. O voo de volta, porém, não será direto, pois precisará fazer uma escala técnica no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, antes de retornar para a Europa.
Essa solução encontrada pela
companhia aérea portuguesa resolve em partes um problema histórico de
infraestrutura do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região
Metropolitana de Curitiba. Com 2.218 metros de comprimento, a pista principal
do aeroporto limita as decolagens em peso e alcance.
Além da extensão pequena da
pista para voos longos, o Afonso Pena está localizado a 911 metros de altitude,
o que reduz a performance dos aviões, especialmente nas manobras de decolagem.
Com essas limitações, não há como um Airbus A330-200 — aeronave destacada pela
TAP para os voos — decolar lotado de passageiros e de carga, com a quantidade
de combustível adequada, e ainda alcançar Portugal.
Com 2.218 metros de
comprimento, a pista principal do aeroporto de Curitiba limita as decolagens em
peso e alcance.
Entretanto, com menos
combustível, o avião consegue decolar facilmente e atingir o Rio de Janeiro,
que está a menos de duas horas de voo. No aeroporto do Galeão, a aeronave da
TAP fará o reabastecimento e decolará para Lisboa, sem paradas.
A pista normalmente usada para
decolagens no Galeão tem 4 mil metros de comprimento. Além disso, está no nível
do mar, melhorando o desempenho dos aviões.
TAP repete em Curitiba
estratégia de Varig e American Airlines
O uso de uma parada intermediária não é novidade para Curitiba. Foi assim que a cidade entrou anteriormente na malha de rotas para a Europa e Estados Unidos, exatamente pelas limitações da pista de pouso e decolagem.
No início do século, a
Varig lançou a rota de Frankfurt, na Alemanha, para Curitiba. O voo da
Europa era direto. No retorno, porém, o avião — na época um MD-11 — fazia uma
escala para reabastecimento no aeroporto de Guarulhos antes de retornar para a
Alemanha. A rota foi cancelada menos de um ano depois.
A American Airlines repetiu
essa estratégia anos mais tarde. Em 2013, lançou um voo direto entre
Miami e Curitiba. A ligação da volta, porém, passava por Porto Alegre, de
onde seguia direto para a cidade na Flórida. A rota foi bem sucedida por mais
de um ano, mas a taxa de ocupação foi caindo até a companhia aérea americana
cancelar o voo no início de 2016.
Nova pista no Afonso Pena
permitirá voos diretos para a Europa
A TAP havia demonstrado o
desejo de uma ligação entre Portugal e Curitiba em algumas oportunidades, mas
sempre esbarrou na questão da infraestrutura. De certa forma, a companhia aérea
antecipou uma operação que pretende fazer, de forma direta na ida e na volta,
assim que o aeroporto Afonso Pena tiver condições para voos diretos para a
Europa.
Isso só acontecerá quando a
nova pista do aeroporto for construída. Incluída no contrato de concessão do
Bloco Sul, a obra é responsabilidade da empresa Motiva (ex-CCR), e tem previsão
de ser concluída até o fim de 2026, apesar de ainda não ter sido iniciada. O
projeto prevê uma pista com 3 mil metros de comprimento, suficiente para voos
para a Europa e Estados Unidos.
Título e Texto: Gustavo Ribeiro, Gazeta do Povo, 4-11-2025, 12h02

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