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Poster “Tramp smoking cigar
with cane over arm”, 1899
Origem: Library of Congress,
Prints & Photographs Division
Autor: A Russell-Morgan Print. The U.S. Printing Co., Cin., U.S.A.
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Todos já ouviram essa
expressão pelo menos uma vez na vida. Eu a ouvi a vida inteira e agora nesta
sexta-feira, 22-06-2013, fui brindado com a mais nova e fulgurante edição
deste velho ditado.
Exatamente às 21 horas como
convém à pompa e circunstância, e dentro de um contexto turbulento por que
passa o País, nossa guia espiritual apareceu no vídeo, amarelejada e
robusta, para nos dizer que não iria tolerar mais vandalismos daquela
data em diante e que as forças armadas estariam nas ruas caso necessário fosse.
Vamos colocar apenas os
pingos nos is.
Os ESFARRAPADOS de
hoje, que estão nas ruas, porque os desgovernos a que estão sendo submetidos já
passaram em muito da intolerabilidade, querem manifestar o seu repúdio a tudo
de sórdido e midiático que vem acontecendo há mais de uma década em seu País.
Pacificamente, é claro.
Como todos sabem, não existe
manifestação pacífica que aguente quando a tropa, obedecendo a um
comando, começa a explodir seus fogos de artifício e a espalhar pimenta na
salada dos outros.
Aliás no dos outros é sempre
refresco e isto também é bastante velho. Aí acontece o chamado ponto de
ebulição.
Óbvio que o revide é natural,
até porque, uma lei da física diz que a toda ação há sempre uma reação oposta e
de igual intensidade, (Newton), antiga também.
Isto não é baderna, chama-se
defesa por instinto de conservação. O que está errado não é a manifestação do
revide mas sim a falta de conhecimentos técnicos de como gerenciar uma crise.
Aí são outros quinhentos.
Já seria de se esperar que em
um País de arrastões, assassinatos a granel e que se assemelham a uma
guerra civil, falta de trabalho, miséria, analfabetismo congênito - elementos
desclassificados da sociedade -, se infiltrassem para usufruir de bens alheios
e da desforra, que qualquer manifestação é passível de acobertar. Elementar,
está em todos os manuais da vida. É só procurar e não precisa ter um canudo de
sociólogo para comprovar.
Esses são os
"vândalos" a quem a nossa guia se refere.
Só esqueceu de informar que
aqueles cidadãos que praticam vandalismo, tem no DNA várias gerações de
excluídos pelos governos do passado, ratificados pelos governos do presente. E
agora? Ninguém pensou nisto?
Isto não é vandalismo,
chama-se desforra. Desforra pelo seu tempo, desforra pelos seus antepassados,
desforra pelos maus tratos que vem sofrendo consecutivamente por agora sim,
governos "vândalos" que nunca se preocuparam com eles.
Mas há algo muito importante a
considerar nos "vândalos" e ESFARRAPADOS de
hoje e que nos chamou a atenção. Não foram vistos fuzis ou metralhadoras em
suas mãos, como nos ROTOS do passado.
No passado, usaram e abusaram
desses artifícios, a ponto de provocar um regime de exceção que durou décadas e
alguns nossos direitos perdidos por culpa única e exclusiva deles, os ROTOS.
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Guerrilha do Caparaó. Foto daqui.
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E os de hoje? Só querem paz e
um País decente. É difícil conceder a cidadãos deste Brasil um pequeno pedaço
de paraíso, sem ladrões de cúpula, sem corruptos de carteirinha, sem "maracutaias" ,como diz um nosso velho conhecido, sem miséria, com
serviços públicos padrão "FIFA", sem
analfabetismo, sem injustiças?
Não sabem como fazer?
Entreguem o bastão porque tem um monte de gente que sabe.
E por falar em injustiças,
fora um milhão delas que por aí andam, não se esqueçam dos velhinhos
do AERUS, e que se demorarem mais tempo a pagar o que nos devem, serão
mais 20.000 pessoas que irão se juntar aos ESFARRAPADOS que
estão nas ruas.
É uma questão puramente
aritmética.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 67
anos, 50 anos de trabalho e, quiçá, futuro esfarrapado, 24-06-2013
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