Verdadeiro serviço público são
as reportagens das TVs sobre a neve. Sobre a que caiu e sobre a falta dela,
sobretudo na Serra da Estrela. Dramatizam-se os centímetros que caem e que
tornam ainda mais difícil a vida das gentes, diz o repórter logo desmentido
pelo pastor que, de sorriso aberto, vai explicando que neve no inverno por
aqueles sítios é o que há de mais comum.
Mas verdadeiramente
problemático, com direito a longos minutos de declarações em ar de protesto,
tristeza, desalento e chocante exibição de crianças lacrimosas no banco de trás
do carro, é o encerramento dos acessos ao topo da serra. Por causa da neve, já
se vê. E por causa do governo que há muito deveria ter investido pelo menos
tanto em limpa neves como as pessoas investem em tabogans de plástico. Mais um
direito fundamental, o de usufruir das dádivas da natureza que o governo
implacavelmente nega. Insensibilidade social, é o que é!
Mas também é notícia, relatada
em direto e por ampla equipa deslocada para a Torre, a falta de neve. Se não nevou
naquele fim de semana relata-se a insatisfação dos que vieram debalde. O melhor
de tudo são as questões do repórter postas aos peregrinos da neve.
Invariavelmente aparece um/a brasileiro/a ou um/a alegre africano/a: "Foi
a primeira vez que viu neve?". A pergunta que me encheu as medidas foi
esta: "Olhe, porque é que está a fazer um boneco de neve?".

Título e Texto: JM Ferreira de Almeida, “4R – Quarta República”, 28-01-2014
Bartolomeu:
Em minha opinião, "o
governo" tem a obrigação de vir a público declarar que envidou todos os
esforços, inclusive reuniu diversas vezes com São Pedro, para que este ano
nevasse somente nos locais onde cada português desejasse e na quantidade
pretendida. "O governo" deveria esclarecer ainda os portugueses, que
pretende fazer todos os anos uma consulta pública para apurar dados conducentes
a uma uniformização, de acordo com as normas em vigor para os países da união
europeia, onde ficará estabelecida a incidência nevática (grande termo, vou
imediatamente registar a patente) anual!
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