segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Estou farto deste jornalismo de merda (2)

Veja, generoso leitor, um exemplo do que aqui vem sendo apontado, denunciado, gritado…
Recebo, no Twitter, o link para esta matéria no Público. Começa no título, obviamente uma torcida (um desejo) da autora da matéria. Comento em azul.

Novas inscrições nos centros de emprego voltam a aumentar
Raquel Martins
Em Dezembro inscreveram-se 57.803 novos desempregados, mais 6,7% do que no ano anterior, mas menos 15,5% do que em Novembro. Número total de desempregados em stock diminuiu.
Preste atenção, leitor, aumentou 6,7% em relação a UM mês, dezembro de 2012, como podia ser, se lhe conviesse, dezembro de 1975.
No mesmo parágrafo lê-se que o número de desempregados em dezembro de 2013 foi MENOR (15,5%) do que no mês anterior, novembro de 2013. E continuamos lendo: o número total de desempregados diminuiu, foi a autora que escreveu. Afinal, como ficamos, aumentou ou diminuiu??

O número total de desempregados inscritos nos centros de emprego continua a cair e em Dezembro totalizava 690.535 pessoas. Porém as novas inscrições voltaram a aumentar, sinal de que a economia continua sem conseguir dar resposta aos problemas do mercado de trabalho.
Peraí, o número total continua a cair ou aumentar?!
Agora, o melhor (ou o pior): “sinal de que a economia continua sem conseguir dar resposta aos problemas do mercado de trabalho.”, a autora revela-nos a sua opinião (ou desejo).

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) dá conta de 57.803 novas inscrições, maioritariamente por fim de trabalho não permanente ou por terem sido despedidos, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo mês de 2012 e um recuo de 15,5% face ao mês anterior.

Ainda assim, quando se olha para o número total de desempregados inscritos no final do mês, o IEFP dá conta de um ligeiro recuo mensal (-0,2%) e um recuo mais expressivo anual (-2,8%), uma tendência que se mantém desde Outubro.

Os números divulgados esta segunda-feira pelo IEFP mostram que a contrariar esta tendência está o desemprego jovem que aumentou 1,7% em relação ao ano passado e o aumento de 5,3% das inscrições de desempregados com habilitações superiores.

Os dados mais recentes sobre a taxa de desemprego exprimem uma melhoria. Os números do Eurostat relativos a Novembro aponta para uma taxa de desemprego de 15,5%. Tratou-se do quarto maior recuo anual da taxa de desemprego, passando de 17% em 2012 para 15,5% em 2013.
Texto: Raquel Martins, Público, 20-01-2014

Não entendi, então, se em 2012 a taxa de desemprego foi de 17% e a taxa em 2013 foi de 15,5%, conforme o meu singelo conhecimento – ínfimo perante o da autora – houve uma diminuição na taxa de desemprego, como explicar então que… “a economia continua sem conseguir…”?!
Valha-me Deus, para não dizer outra coisa!
Inté!

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3 comentários:

  1. Temos 2 medidores de emprego o IBGE e o CAGED, o governo jamais cita o CAGED, sempre o IBGE e seu jogos de números.
    Temos 2 indicadores que a taxa de desemprego é mentirosa.
    O auxilio desemprego do ano passado que atingiu 15 bilhões pagos pela previdência e o Bolsa família que o governo alega pagar a 40 milhões de pessoas.
    No bolsa família a condição "si ne qua nom" é estar desempregado ou seja 40 milhões, e os 15 bilhões do auxílio desemprego significam 15 milhões pelo menos de auxílios pagos, ou 65 milhões de desempregados, 32,5 % da população do Brasil.
    Se descontarmos aposentados e funcionários públicos e privados, mais a população infanto juvenil e os empregos informais que correspondem a 40% de nossa economia esses 32,5% dobram. Me desmintam se puderem.
    O CAGED mede os empregos assinados e os desempregos formalizados naquele mês, o IBGE somente mede os empregos formalizados.
    NO BRASIL A IMPRENSA MENTE>
    VSROCCHA

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  2. Com este jornalismo passou a ser possível descer para cima e subir para baixo... tudo se formata à medida da "realidade projectada".

    Cumprimentos
    Murphy V.

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