segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Gente por esse mundo afora... (15)

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Gente por esse mundo afora...(14)


Crochê
Fazendo crochê, Óbidos, Portugal, 27 de março de 2004. Foto: Hilda Torres
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O petista Emir Sader (que queria ser Ministro)


Emir Sader, foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
O caderno “Ilustríssima”, da Folha, trouxe neste domingo um excelente texto de Marcelo Bortoloti e Paulo Werneck sobre a Fundação Casa de Rui Barbosa, que vai ser presidida pelo petista Emir Sader, acusado por alguns de sociólogo e intelectual. Há alguns anos considero este senhor um país mental, a que dei o nome de “Emirados Sáderes”. O texto da Folha, intitulado “Um emirado para Emir”, seguiu ao menos um pedaço dessa trilha. Já escrevi três posts sobre a indicação do bruto para a fundação: dois no dia 18 — “Abaixo o preconceito! Tiririca para a Casa de Rui Barbosa!” e  ”Sader, o novo presidente da Casa de Rui Barbosa, se diz um especialista acadêmico em “Lula”!!! É mole?” — e um no dia 24: “Um país mental chamado Emirados Sáderes. Ou: A Madraçal do Emir“. Se era para escolher um quase analfabeto para a instituição, por que não o palhaço que é campeão de votos?
O “professor” já havia barbarizado numa entrevista ao jornal O Globo ao anunciar a pretensão de transformar Slavoj Zizek, Eduardo Galeano e Marilena Chaui em referências da reflexão na Casa. A grande ousadia de Zizek é justificar o terrorismo como uma moderna forma de luta política. Lixo moral! Marilena e Galeano são dois dinossauros daquela esquerda que alguns chamam “carnívora”, mas que, estou certo, é “herbívora”, já que pensa com os pés no chão — os quatro… Falarei um pouco mais da instituição abaixo. Quero me fixar um tantinho em Emir. Na conversa com a Folha, ele exagerou na delinqüência intelectual e, é o caso de avaliar, pode ter cometido um crime que dá cadeia, cuja pena é inafiançável e imprescritível: racismo. E nem é necessário que alguém o acuse disso. Se quiser, o próprio Ministério Público tem a prerrogativa de denunciá-lo. Por que escrevo isso?

[A vida que levei... ] Estranhas teses (19º)

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 Após o desembarque, tropas desfilam pela Avenida Marginal, Luanda, 1961. Foto: AD
Enquanto eu vivia no Porto a guerra colonial continuava ferindo e matando. Eram três frentes: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. (Só Angola é quatorze vezes maior do que Portugal). Naquela época éramos todos portugueses, um só Portugal. Poucos eram os que não acreditavam nessa tese propagandística. (Se eram muitos eu nunca me apercebi). Poucos foram os  que se insurgiram, foram presos ou se mandaram para o estrangeiro; a maioria para a França, muitos para a Argélia… URSS e Tchecoslováquia…
Não se falava nessa guerra. Parecia que estava tudo muito bem. As Forças Armadas sempre eram vitoriosas, raras baixas: assim ouvíamos ou líamos nas rádios e nos jornais.
Não se percebia, ou melhor, eu não percebia alguma efervescência política. Tudo e todos calados. Salazar reunia milhares na Praça do Comércio, em Lisboa.

Libye : Benghazi se protège contre les attaques du régime de Kadhafi




La situation en Libye semble échapper de plus en plus au colonel Kadhafi. À Benghazi, dans l'est du pays, un conseil national indépendant a été créé par l'opposition. Suivez en direct l'évolution des évènements en Libye et dans le monde arabe sur France 24

O Congresso se agacha!

1. O Brasil é um país democrático. Bem... mais ou menos. As imperfeições são esperadas para uma democracia de apenas 20 anos. E o tempo vai aperfeiçoando o regime. Mas há vetores institucionais que vêm regredindo. O mais importante deles é a independência entre os Poderes. Há uma crescente invasão de competência entre eles. A começar pelo hiperpresidencialismo, a cada dia mais presente na América Latina. Invasões de competência tornaram-se uma rotina no Brasil.
2. Legislar por medida provisória é quase tão grave quanto os decretos-leis do regime autoritário. Mal se disfarça leis delegadas com justificativas esfarrapadas. O Orçamento, eixo fundacional da relação entre o Executivo e o Legislativo, desde o século 13 na Inglaterra, tornou-se inócuo. O Executivo nem se preocupa mais com sua aprovação, pois abre o Orçamento quando quer, por meio do canhestro expediente dos bilionários restos a pagar, que chegam a ser trianuais. E de créditos adicionais por medida provisória.

O essencial

Tenho pensado sobre o que realmente é importante em minha vida, a que pontos deveria dedicar mais atenção, sobre quais não deveria sequer pensar, e me lembrei de uma determinada frase de Antoine de Saint-Exupéry, lida já há alguns anos, que dizia: “O essencial é invisível aos olhos”.
A capacidade humana de resumir, em poucas palavras, uma infinidade de coisas em uma única frase, um parágrafo, ou mesmo em um texto, com muita objetividade, sempre me deixou admirado, e nessa frase estava mais um exemplo admirável dessa capacidade.
Esse pensamento pode ser aplicado em uma infinidade de casos que fará sentido, e retratará com objetividade centenas de situações. Neste momento porém, resolvi pensar no mesmo quanto aos relacionamentos humanos.
E, por mais que tenha tentado, não consegui me lembrar de nada em meus relacionamentos, desde meus amiguinhos da escola em minha infância, nas paqueras da juventude, até o momento atual, com meus filhos e netos, que fosse realmente importante, mas palpável, visível.

Kadhafi na Bahia

Ana Prudente
Quando Kadhafi ficar totalmente cercado e desaparecer da Líbia, podem procurá-lo no Brasil, mais especialmente no interior da Bahia, no Vale do Salitre.
Ali ele mantém vastas terras cultivadas em nome de uma estatal alimentícia de seu país. Somos mundialmente conhecidos como "a terra de ninguém", onde os "assassinos" do mundo sempre conseguiram se esconder com grande facilidade. E como ele tem amigos aqui… pois é né?!
Outros investimentos do líbio no Brasil estão a cargo da LAFICO (Libyan Arab Foreign Investment), como exemplifica o parágrafo a seguir:


"A estruturação desse projeto está sendo coordenada pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF). Para investir no projeto formou-se um consórcio entre a CODEVERDE (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio Verde), empresa liderada pelo Grupo Odebrecht e a estatal líbia LAFICO (Libyan Arab Foreign Investment), na perspectiva de uma Parceria Público-Privada. O MIN firmou contrato com o Banco Mundial para uma análise crítica dos estudos já feitos e modelagem do projeto. Os estudos iniciais foram realizados por um consórcio formado por incorporadoras e bancos privados, entre eles Banco Santo André, FNP, Odebrecht, CODEVERDE e LAFICO." (Texto completo)

Kadhafi tem cerca de 1,2 bilhões de reais investidos no Brasil, no Vale do Salitre (BA). Até aqui, a Líbia é Kadhafi e nada mais. E se uma estatal é líbia, então é de propriedade de Kadhafi.
Meu desejo é que o povo líbio se livre das garras deste genocida e que saibam distinguir líderes liberais, sem que sejam estes representantes de tribos seguidoras do islã.
A ONU precisa, urgentemente, formar um governo substituto de coalizão para a Líbia, que substitua imediatamente Kadhafi após a sua fuga ou morte. Ruim com a ONU, pior sem ela, neste momento.
Se cuida Arábia Saudita, se cuida Ocidente!!
Abaixo, o link que explica um pouco sobre como Kadhafi chegou a este estado delirante, completamente "sem noção" em pleno século XXI. (Globo News: Líbia – Programa Sem Fronteiras, de 24 de Fevereiro de 2011):

Ana Prudente
PS: Banco de Sto. André com estatal líbia... huummmm, aí tem!!

Matéria enviada por Marcelo Noll Prudente

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Marketing de Dilma terá de mudar por causa de seu adversário: Lula!

Entrando no terceiro mês de governo, a marquetagem de Dilma vai mudar um tantinho, sem abrir mão da imagem da soberana austera, que toma decisões acima das paixões —  sentimentos extremados são coisa de gente plebéia.
A prática em curso tem sido, sim, eficiente. Dilma é considerada uma “grata surpresa”, especialmente por setores da imprensa.  O povão deve continuar satisfeito, apesar do aumento de alguns preços — nada ainda que arranhe a imagem da presidente. Então por que a mudança?
Alguém poderia evocar uma questão de fundo: a economia não vai crescer com o mesmo vigor; a inflação vai incomodar o governo por alguns meses, e Dilma precisa ser menos olímpica. Embora faça sentido, acho que isso é o que menos pesa. O problema me parece outro.
Há uma espécie de vácuo de “liderança popular”, o que eu, cá com os meus valores, tendo a achar positivo. Prefiro um país sem demiurgos. Ocorre que Lula está à espreita. Já lhe devolveram a presidência de honra do PT. Ele é um político apto a falar, opinar, palpitar etc.
O petismo precisa de um líder que mantenha a sociedade mais ou menos mobilizada contra adversários abstratos: os inimigos do povo, o atraso, as elites, sei lá eu… É preciso falar com as massas. Se Dilma não o fizer — e vai ter de aprender a fazê-lo!—, Lula se encarrega da tarefa. Ainda que tomasse um cuidado extremo para não competir com a liderança da presidente, isso aconteceria naturalmente.
Ainda voltarei ao assunto, mas, por ora, sintetizo assim: o marketing de Dilma vai ter de mudar porque, em certo sentido, seu único adversário, hoje, é Lula. Fosse só por causa da oposição, tudo poderia ficar como está.
Reinaldo Azevedo

"Marcha do Rio - A repressão não nos deteve"

A Marcha do Rio realizada neste domingo por Bombeiros e Policiais Militares, na Praia de Copacabana, foi um sucesso apesar da repressão existente na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros contra os mobilizados que estão lutando por salários justos e por adequadas condições de trabalho. Não podemos esquecer que o Capitão BM Lauro Botto e o Major PM Luiz Alexandre forma punidos duas vezes, recentemente, exatamente por lutarem pela cidadania dos militares estaduais.
A Rádio CBN e o jornal O Globo estiveram presentes com equipes no local.
A deputada estadual Janira Rocha (PSOL) prestigiou o evento e discursou em defesa da nossa luta (janirarocha@alerj.rj.gov.br). Além da parlamentar, recebemos o apoio da senhora Cristina Reis (presidente de uma das associações de moradores do bairro de Copacabana); do Movimento Acordo Já! (ex-funcionários da Varig) e de integrante da Polícia Rodoviária Federal. O nosso mais sincero agradecimento a todos que ombrearam conosco.
Na altura do Posto 5 cruzamos com o bloco "Alegria Sem Ressaca", ocorrendo uma confraternização. O bloco é muito especial pois prega a alegria sem a ingestão de bebida alcóolica, o que evita que toda a alegria do carnaval carioca possa terminar em uma maca no hospital ou em uma cadeira de rodas.
No final do ato, os Bombeiros e Policiais Militares realizaram uma assembleia pública e decidiram:
1) Continuar lutando pela aprovação da PEC 300/2008 em Brasília.
2) Paralelamente, lutar pela aprovação da PEC 24/2008 na ALERJ. A PEC 24 de autoria do deputado estadual Paulo ramos (PDT), iguala o soldo do soldado ao salário mínimo regional.
3) Realizar a próxima caminhada no Centro do Rio de Janeiro, às 16 horas, em uma sexta-feira. A data incialmente marcada foi o dia 18 MAR 2011.
A ASSINAP apoiou a mobilização.

JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Título, Texto e Vídeo: Paulo Ricardo Paúl

A farra de suas excelências

Luciano De Moura
ESTES CANALHAS fizeram da política, uma das profissões mais rentáveis deste país sem dono. O grande exemplo que devia vir de cima tornou-se uma das maiores vergonhas de todos os tempos. Está mais do que comprovado: O Brasil, além de não ser um país sério, não está preparado para a democracia. Tem que ser lei da chibata mesmo. Não no lombo do povo trabalhador, honesto e pagador de impostos, mas destes pilantras que legislam apenas em interesses próprios. E ainda sonham em criar um novo imposto, "que seria usado na melhoria da saúde." Melhoria da saúde financeira deles, diga-se de passagem. Se a Suíça e os Estados Unidos resolveram bloquear os bens dos ditadores do Egito e Líbia, porque não fazer o mesmo com estes meliantes que infestam o território nacional? Do Acre ao Rio Grande do Sul, estes cupins da moral e da decência, estão a corroer os ideais da juventude que aí está. Deve-se a esta corja maligna, do crack da desesperança, à fome nossa de cada dia. Qual a esperança de ser alguém algum dia, que um garoto, saindo da infância, pode ter, se no íntimo ele sente, não ter pendores para a política, cantor brega ou jogador de futebol? Estas são as três profissões reconhecidamente de sucesso, que povoam a imaginação de quantos desejam angariar fortunas consideráveis, em um país que tem uma base salarial de R$ 545,00.
Durante dez horas, debateram se era bom ou ruim para o país, atirar estas migalhas ao povo.
A votação dos estratosféricos ganhos a eles mesmos conferidos levou menos de dez minguados minutos.
Basta ter um pouco de imaginação e retroceder à França de 1789. Naquele ano, a todo-poderosa rainha da França, em um acinte que bem poderia ser comparado aos parcos R$ 545,00 da esmola parlamentar brasileira, diante da falta de pão, mandou que o povo comesse brioches. A piadinha de mau gosto, custou-lhe a cabeça coroada.
Luciano De Moura, 27-02-2011 (por e-mail)

Maria Antonieta, em 1775. Quadro de pintor desconhecido, provavelmente de Gautier Dagoty, Atualmente no Museu Antoine Lécuyer, Saint-Quentin, França

À rasca andamos todos


Sou determinantemente contra os rótulos. Até porque, há uns anos, alguém se lembrou de me incluir numa suposta "geração rasca". E quando me falam agora de "geração à rasca" o sentimento é o mesmo. Já para não falar da "geração parva", que me dá calafrios. Não é um indivíduo que faz o todo.
E se estamos preocupados com o colectivo, então sejamos francos: andamos todos à rasca. Por um simples efeito bola de neve. Vejamos. Parte daquela dita geração (e sublinhe-se bem o "parte"), na casa dos 30 anos, está submersa na precariedade. Formou-se, estagiou de borla e/ou está com um contrato a termo, ou a recibos verdes ou desempregado. De vida incerta, não desamparam a casa dos pais (56 %, de acordo com as estatísticas) e atiram para dias melhores a constituição de família.
E os pais? Alguém se lembrou deles? Os pais trabalham até cada vez mais tarde, porque se anteciparem a idade da reforma perdem uma batelada de dinheiro e se forem para a reforma continuam a perdê-lo. E como as despesas em casa se mantêm, porque os filhos lá continuam, há que manter as remunerações. Dito isto, não há avós disponíveis para tomar conta dos netos. E como entrar no pré-escolar público é quase como ganhar a lotaria e os infantários, para além de caros, depois das 16 horas (como se alguém trabalhasse até àquela hora) cobram o denominado prolongamento, adia-se a maternidade lá para os 40.
Se virmos bem as coisas, é uma espécie de eterno retorno. Ao tempo em que numa casa moravam os pais, os filhos, os netos e os tios. E porquê? Porque, simplesmente, a vida está difícil. Porque se foram os anos artificialmente rosa do guterrismo. Porque fomos mal governados, porque o défice está em níveis insuportáveis, porque os especuladores financeiros ganham dinheiro connosco, porque a vida está cara, muito cara. E se na casa daqueles pais, filhos, netos e tios poupar foi a palavra de ordem, na última década andamos a viver claramente acima das nossas possibilidades, como as estatísticas comprovam.
Se calhar, mais pertinente era, de facto, questionarmo-nos que filhos sairão desta geração. Que rótulo lhes será colado?
Joana Amorim, Jornal de Notícias, 26-02-2011

Ambulância em serviço de urgência mandada retirar para carro de ministro (socialista) passar

Foto: Fernando Veludo/arquivo

Uma ambulância do INEM em serviço de urgência a uma idosa com suspeitas de estar a sofrer um enfarte foi obrigada a abandonar a rua onde se encontrava para deixar passar o carro do ministro da Justiça, revelou ontem a TVI. A viatura ia buscar Alberto Martins a casa.
O caso, confirmado pelo INEM, aconteceu na passada quinta-feira, por volta das 12h30, e indignou os vizinhos que relataram o episódio à TVI. Os homens do instituto de emergência assistiam uma idosa com suspeitas de estar a sofrer um enfarte no interior sua casa, na Rua da Quintinha, enquanto a ambulância aguardava para a transportar ao hospital. Como é norma o veículo fica ligado a assinalar a urgência enquanto os técnicos do INEM socorrem a vítima.
Enquanto a idosa era assistida, um elemento da PSP, que faz a segurança do ministro Alberto Martins, ordenou que a ambulância fosse retirada do local para o carro do ministro, que mora perto, passar. A viatura ao serviço de Alberto Martins ia buscar o ministro a casa.
Ambulância acabou por regressar à residência da idosa algum tempo depois, segundo os vizinhos, e acabou por transportar a doente ao hospital.
O INEM revelou à TVI que o incidente não afectou o socorro da vítima que já está em casa após internamento hospitalar. O responsável pela comunicação do INEM afirmou que por norma ninguém pode mudar uma ambulância de local.
Contactado pela estação de televisão, o gabinete do ministro Alberto Martins disse desconhecer em absoluto a situação.
Já a PSP garantiu que os agentes podem retirar uma ambulância de um local por motivos de força maior.
Público, 26-02-2011

E agora, Sócrates?
Esta gente se acha os reis da cocada preta:

Homeopatia: um milhão para quem provar a eficácia

Na revista Visão, nº 937, de 17 a 23 de fevereiro, a reportagem de capa é "Homeopatia - cura ou fraude?". A matéria é assinada por Luís Ribeiro.

Copiei este box:
Tem a certeza de que a homeopatia resulta? Então, pode tornar-se milionário
A Fundação Educacional James Randi, dos EUA, oferece um milhão de dólares (729 mil euros) a quem demonstrar a eficácia da homeopatia - ou a de qualquer outro fenômeno descartado pela Ciência, desde a existência de fantasmas à astrologia, passando pelos diálogos com os mortos. O Desafio Paranormal do Milhão de Dólares nasceu em 1964, em resposta a um repto de um parapsicólogo, irritado com o ceticismo de James Randi, homem que desmascarou vários charlatães nas últimas décadas, incluindo Uri Geller, o conhecido israelita que "dobrava" colheres com o pensamento. Centenas de pessoas já se candidataram, mas ainda ninguém provou coisa alguma. No passado dia 5 (de fevereiro), como forma de aderir à campanha de overdose homeopática "10:23", James Randi publicou um vídeo na internet a recordar aos proponentes desta medicina que o milhão de dólares pode ser para eles. "Estes testes já foram feitos e a homeopatia sempre falhou", diz Randi, no seu site. "Mas estamos dispostos a fazê-los outra vez. De que têm medo? Provem que estamos errados!"
Edição: JP

Cafés antidigitais, em Nova Iorque

Tomar um café. Trocar dois dedos de conversa. Ler um livro ou o jornal. Até aqui, tudo bem. Mandar e receber SMS, navegar na internet pelo portátil, ler no netbook ou num tablet... isso é que não! A polêmica está ao rubro, desde que cafés nova-iorquinos decidiram restringir e, até, proibir o uso de gadgets eletrônicos, por alterarem a estética e o ambiente do espaço, fazendo-o parecer um escritório. Os utlizadores consideram esta atitude um insulto, não apenas aos cibernautas e amantes da tecnologia mas ao próprio espírito dos cafés. Um problema interessante.
Fonte: Revista Visão, nº 937, 17 a 23-02-2011

Logo agora, que éramos tão amigos

Foto: AD


Por cá, uma convocatória cresce nas páginas da internet. Começou por mobilizar jovens precários. Mas poderá arregimentar, também, neonazis e neofascistas.

A Líbia está no centro das atenções mundiais, como o terceiro regime árabe a poder cair em dois meses. E a verdade é que tudo isto foi verdadeiramente surpreendente, sobretudo a revolta na Líbia. Não se estranha que se verifique aqui a maior repressão, e o maior número de mortos, mas era inimaginável ver o duro regime líbio desestabilizado de forma tão eficaz e tão rápida. Sem imprensa internacional no país, sem telefones móveis e sem internet a funcionar, com a rede fixa intermitente e havendo apenas relatos esporádicos e localizados, à hora do fecho desta edição faltava informação fidedigna sobre a sorte da ditadura líbia e até mesmo acerca do paradeiro de Kadhafi. Mas uma coisa era certa: o regime líbio perdia o controlo de partes importantes do país, vários militares desertavam das forças armadas e a liderança de Kadhafi tremia.

Na Líbia libertada

Foto: Valentin Flaraud/Reuters/Público

"Bem-vindos à nova Líbia!" - com um sorriso maior que o seu 1,65 metro de altura, e os dedos em V de vitória, Hameed é o primeiro rosto da nova liberdade líbia, depois de atravessarmos, a pé, o posto fronteiriço egípcio de Salooum. Do lado líbio, o professor universitário de Inglês aponta para a bandeira tricolor (verde, preta e vermelha) do antigo regime monárquico, hasteada sob a guarita guardada por milícias populares.
Com colete antibalístico e ténis, um dos "novos" guardas-fronteiriços encena um pontapé num cartaz de Kadhafi, e mostra um par de algemas para prender quem desafiar a nova ordem.

Kadhafi fait un tabac sur YouTube grâce à un spot musical israélien


Un spot musical israélien incorporant des extraits d'un discours enflammé la semaine dernière du numéro un libyen Mouammar Kadhafi se taille un franc succès sur YouTube.
Intitulé "Zenga, zenga", d'après l'extrait du discours où le colonel Kadhafi, confronté à une rébellion sans précédant, menace de purger son pays "allée par allée", le clip avait déjà été visionné plus de 400.000 fois dimanche après-midi sur le site de partage de vidéo.
Ce clip, qui mixe les paroles vengeresses du colonel Kadhafi sur un air très rythmé et accompagne l'image du discours du "Guide de la révolution" de deux incrustations d'une danseuse assez dévêtue, a été réalisé par un musicien israélien, Noy Alooshe.
Une version sans la danseuse a également été proposée, mais celle-ci n'avait été visionnée que 51.000 fois dimanche après-midi.
"J'ai reçu énormément de soutien de gens du monde arabe qui ignoraient mon identité et m'ont affirmé que ce mixage était devenu une sorte d'hymne de ralliement des contestaires", a affirmé le musicien à l'AFP.
"Un internaute a même écrit que quand Kadhafi tomberait, ils danseraient sur mon mixage dans les rues de Tripoli, ce qui serait vraiment génial", a-t-il ajouté.
D'origine tunisienne, Noy Aloshe, 31 ans, dirige le groupe musical de Tel-Aviv "Hovevei Tzion", célèbre en Israël pour son tube "Rotsé Banot" (Je veux des filles).
France 24, 27 février 2011


Alucinações no deserto

Imagen: Kevansue, 2002
Alberto Gonçalves
O que se pode dizer acerca do Egipto? Pode dizer-se que os protestos públicos de um ou dois octogésimos da população bastaram para derrubar um ditador caduco. E que os gritos dos manifestantes em prol da democracia não anulam o facto, evidente em sondagens recentes, de que a esmagadora maioria dos indígenas exige a imposição da sharia. E que o apoio do Irão, do Hamas e da Irmandade Muçulmana à sublevação talvez seja um melhor indicador do rumo daquela do que o aval atarantado do Ocidente. E que convém pensarmos duas (ou três) vezes antes de festejar a futura “democracia” local como uma paisagem de bem-estar e prosperidade.

Isto tudo, claro, se formos objectivos e contidos, inclinações hoje escassas. O estilo de jornalismo em voga troca a objectividade e a contenção pela parcialidade e a verborreia. No caso egípcio, então, a efervescência poética roçou, e às vezes ultrapassou, o anedótico. No Cairo ou na escrivaninha da redacção, inúmeros correspondentes dos nossos media decidiram enterrar a ética e o discernimento e partilhar a alegria da “rua árabe”, que imensas alegrias nos dá. A certa altura, a coisa transformou-se num concurso para escolher o correspondente mais eufórico.

Não sei quem ganhou, mas sei que Paulo Moura é um candidato de peso, já que as páginas do Público se mostram acanhadas para acolher tamanho entusiasmo lírico. No texto publicado após a queda de Mubarak, originalmente intitulado O dia em que a multidão foi maior do que o Cairo, Paulo Moura abre logo com um paradoxo: “Venceram. Era impossível, mas venceram.” Daí em diante, ninguém o segura.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

“Apollo 18” looks to explain the reason we never went back

Apollo 17' mission insignia
http://en.wikipedia.org/wiki/Apollo_17

Armchair astronomers and space enthusiasts have long had a field day with why the U.S. government  scrapped the Apollo 18 lunar mission as well as two other planned voyages to the moon. Budget limitations was one of the official reasons given. But Gonzalo Lopez Gallego's new movie suggests a different motive.
A mission did make the trip in 1973, Gallego's (fictional) film suggests, but some kind of horror-movie monster/virus attacked the astronauts, resulting in the U.S. never going back. Citing "unconfirmed intelligence," Gallego's movie, which was shot this winter in Vancouver, tracks the mission from its buoyant early days to its spine-tingling final ones.
The trailer for the found-footage film, with an appealingly grainy pseudo-historicity, hit a few days ago. (You can watch it below.) According to Dimension Films, which is set to release the movie on April 22, the trailer has already garnered more than 3 million hits on Apple.
Combining the conventions of science fiction and horror sometimes works ("The X-Files") and sometimes doesn't (Danny Boyle's "Sunshine"). Whether "Apollo" will be the "Blair Witch"-like hit Dimension hopes is unclear, but plenty of new theories (and some old ones) could come in its wake. And, of course, a potential "Apollo 19" sequel.
Steven Zeitchik, Los Angeles Times, February 24, 2011

"Esculhambou geral": Tiririca escolhido para a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal

Não era segredo para ninguém minimamente informado, que o Congresso Nacional era um circo, onde alguns palhaços "brincam" de fazer política, enquanto exercitam suas inesgotáveis habilidades de desenvolver "piadas de mal gosto", entretanto, tal como bem gostam os brasileiros, mantinha-se ao menos uma aparência de seriedade. Agora, com a escolha do deputado Tiririca para fazer parte da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, fica evidenciado que esses sujeitos resolveram deixar claro que não estão nem aí para a opinião pública, partindo para a comprovação explícita de que são uns gozadores. Colocar Tiririca como membro da Comissão de Educação e Cultura só pode ter sido uma forma de evidenciar que essas tais comissões existentes no Congresso, nas quais os deputados "brincam de trabalhar", não passam de "massa falida", usadas exclusivamente para, através de um cínico jogo de faz de conta, justificar os nababescos salários que recebem e as indignas mordomias que usufruem. Uma outra opção, seria a de que Tiririca foi colocado na Comissão de Educação e Cultura para que eles, durante as ociosas reuniões do colegiado, diante de um exemplo vivo de como não deve ser pautada a vida educacional de um cidadão, aquelas "reuniõezinhas modorrentas" possam, graças as piadas e pantomimas do palhaço Tiririca, tornarem-se mais divertidas, quem sabe até transformadas em mais uma dessas ridículas imitações da "Escolinha do Professor Raimundo".
Título, Imagem e Texto: Júlio Ferreira (Exercício de Cidadania), 26-02-2011

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Enviado por Hilda Torres

Domingo, 27 de fevereiro, Copacabana, Posto 6

DOMINGO - 27 FEV 2011 - FAÇA HISTÓRIA NO RIO DE JANEIRO - APOIE AS BANDAS BOAS DO CORPO DE BOMBEIROS, POLÍCIA MILITAR E POLÍCIA CIVIL.


GRANDE MARCHA DO RIO DE JANEIRO
BOMBEIROS MILITARES - POLICIAIS MILITARES - POLICIAIS CIVIS
JUNTOS SOMOS FORTES

PROGRAMAÇÃO BÁSICA:
Data: 27 de fevereiro de 2011 (domingo)
Horário: 10h
Local: Praia de Copacabana
Concentração: Posto 6
Desenvolvimento:
- Cântico do Hino Nacional
- Homenagem aos três Bombeiros Militares que morreram em serviço na Região Serrana
- Falação contextualizada (PMs, BMs, PCs, parlamentares, associações, etc)
- Distribuição do Manifesto ao Governo e ao Povo Fluminense
- Caminhada
- Assembleia pública - apresentação de propostas e deliberação a respeito dos próximos passos da  mobilização
- Cântico do Hino do Soldado do Fogo
- Canção do Policial Militar
- Dispersão
Os Policiais Militares e os Bombeiros Militares da ativa deverão estar de folga, desarmados e em trajes civis.
A ASSINAP estará apoiando com a cessão do trio elétrico e de um ônibus que conduzirá os interessados de sua sede (Av Presidente Vargas, em frente ao prédio da Central do Brasil) até o Posto 6, com saída prevista às 08h20 horas.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Caminhada em Copacabana. Foto: ASSINAP

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Saiba por que há Movimentos Cívicos!

"A Liberdade guiando o Povo", quadro de Eugène Lacroix, 1831, Museu do Louvre
Oswaldo Colombo Filho
Enquanto no mundo, e há muito eclode a cidadania, aqui no Brasil os fatos relativos a esse tema são sempre os mesmos. Nada muda porque não deve e nem há interessa mudar; ora porque assim tudo está acomodado e por mais incomodados que haja ninguém se manifesta em organizar em pleitear mudanças. Tudo fica na mesma. Dos dois lados há uma característica comum; todos são acomodados; uns se aproveitam dessa situação e do outro; bem do outro, eles se se distraem com futebol; BBB; carnaval e que se completa na síntese:- panis et circus
No meio dos que seriam os “incomodados” circulam sempre as notícias, e que já nem mais escandalizam sobre os “admoestadores” da coisa pública; dos direitos; da vida digna e muito mais. Se você não acha é porque é um paria na sociedade em quem vive; ou fruto do populismo retrogrado que crê cegamente na mitomania dos políticos, em especial daqueles quem vendem a miséria como mercadoria à obtenção da imagem populista aos mais humildes. Canalhas, tal qual a turma do leva vantagem; ou daqueles “espertos” que dizem:- “todo lugar é assim”; “-aqui, nunca vai mudar”. Estes últimos são os fabricantes e aduladores do comodismo.
Você pode mudar, e esta é a parte mais difícil da questão, mas só assim poderá mudar o que está a tua volta.

Reflexões sobre as lições do Egito ao mundo

José Cândido de Castro
Com uma história que remonta ao quarto milênio e que, no ano três mil antes de Cristo, iniciou a era dos Faraós, o Egito continua firme em dar lições ao mundo, muitas delas, relacionadas com o povo de Deus e com a obra messiânica da implantação do Cristianismo e da libertação da humanidade do tronco que a retém presa ao jugo das injustiças e do servilismo.
Para citar apenas um destes episódios históricos da história egípcia, reporto-me à EPOPEIA da libertação do povo de Deus que, a partir do Egito, sob a liderança profética de Moisés, rasgou o mar vermelho e abriu o caminho para a liberdade. O MAR VERMELHO de hoje tenta reagrupar as águas sujas e lamacentas de suas ideologias e os Modernos FARAÓS perfilam seus carros de guerra para garantirem suas ditaduras. Eles se esquecem, contudo de que o povo de Deus continua vivo e que cada membro deste povo representa um profeta da fé que secará mares e entortará a ferragem das charangas bélicas, bem como apontará aos tiranos o caminho de outros mares e de outras terras que matem sua sede e saciem sua fome no exílio que os espera.

O ocaso das certezas


“Democracia liberal”, “direitos humanos”, “economia de mercado”, esses são os nossos três principais valores. São eles que compõem o ethos da nossa civilização. Estamos de tal forma imbuídos deles que acreditamos não poder haver nenhum outro modelo político-econômico melhor do que esse. É a sociedade aberta, tão almejada e proclamada por todas as nações ocidentais.
Ocidentais, como assim? Esse sapato não caberia em todos os pés? Não seria essa fórmula a única adequada para o desenvolvimento dos povos?
Não. E basta prestar atenção na China para entender a complexidade do problema. Não existe, por lá, nada de democrático ou liberal, não se respeitam os mais elementares direitos individuais e, ao menos internamente, não se obedece no campo econômico nada parecido com a lei de oferta e procura. Só mesmo o Lula para acreditar que os chineses praticam uma “economia de mercado”.
E, no entanto, a China está dando certo. Já é a segunda maior economia do mundo e é respeitada por todas as outras nações.
Não seria o caso de levar a cultura chinesa mais a sério? Eles são diferentes dos ocidentais em quase tudo. Os valores do confucionismo desconcertam todos os nossos ousados e irreverentes homens de empresa. Todo mundo vai até lá acreditando que poderá fazer um “negócio da China” e a grande maioria se decepciona. Negociar com chineses é diferente. Eles prezam menos o negócio em si do que o relacionamento advindo dele. Os ocidentais cultivam o individualismo; os chineses buscam o coletivo. A tão difundida cultura da impessoalidade nos negócios dos ocidentais não funciona na China.

Nunca antes na história "destepaiz" se viu uma Advocacia Geral da União como esta

A Advocacia Geral da União é um órgão do Executivo, todo mundo sabe. Que trabalhe em consonância com os objetivos desse Poder da República, isso é o normal e o esperado. Mas todo ente da administração pública pertence ao estado, não? Obriga-se a certo decoro. Até os asseclas de Kadafi começam a descobrir isso…
Só hoje, três dias depois de o Congresso aprovar o esbulho, a AGU vem a publico para dizer que é, sim, constitucional o projeto do governo aprovado pelo Congresso, que transfere para a Presidência a prerrogativa de definir o salário mínimo.
Numa argumentação duplamente vergonhosa, lê-se:
“Não há inovação ou invasão de competência por parte do Executivo em matéria ordinariamente reservada ao Legislativo. Este último fixa os valores, por lei, e aquele primeiro dá continuidade à aludida fixação, mediante cálculo de reajustes e aumentos. O regulamento apenas cuida do fiel cumprimento da lei. Trata-se de mera recomposição de referências e de expressão.”
Vamos ver.
Em primeiro lugar,  os bois ficaram atrás do carro. O projeto do governo foi para o Congresso sem passar pela AGU. Esqueceram desse detalhe, acreditam? Ora, o que  o órgão diria agora? “Pô, é, de fato, é inconstitucional…” Dado o contexto, essa avaliação ad hoc não vale três tostões… E a outra vergonha é argumentação em si. Se é possível fazer isso com a lei do mínimo, por que não se pode fazer o mesmo com qualquer outra?
Reinaldo Azevedo

FHC: subir ou não a rampa?

A petralhada tem torrado a minha paciência: “Viu? Seu queridinho Fernando Henrique (para usar expressão de um deles) vai falar com a Dilma. Vai fazer o que Ulysses não fez: dar uma de rampeiro”. Ele se refere ao convite que a presidente Dilma fez aos ex-presidente FHC, na solenidade dos 90 anos da Folha. para visitá-la no Palácio.
Deve ser jornalista, com a minha idade pelo menos — 49, antes que especulem, mas torque de 18, hehe… Lembra uma frase do lendário e legendário líder do PMDB quando indagado se subiria a rampa do Palácio do Planalto para falar com o presidente Figueiredo: “Não sou rampeiro”. Ulysses acreditava que lugar de oposição falar com governo era o Parlamento.
Bem, eram outros tempos, não? Havia uma ditadura, ainda que em decadência, a ser vencida. Nas democracias, deve-se supor que as conversas enfrentam menos percalços. Ainda assim, há rituais que, entendo, são necessários.
Dilma quer falar sobre o quê? Qual é a agenda? Segundo a Folha reportou, teria sido FHC a propor à presidente um encontro com o grupo denominado “The Elders”, que reúne ex-líderes mundiais em defesa da paz — Jimmy Carter e Kofi Annan estão entre eles. Ela não só teria concordado como feito o convite para que o presidente de honra do PSDB a visitasse sozinho, num encontro pessoal.
O Brasil é apaixonado pela idéia de conciliação. E não é de hoje. Como virtude, pode nos livrar de diabólicos azares. Como vício, é uma de suas causas. FHC se encontre com quem quiser, não tenho nada com isso. Há certa leitura influente em áreas do pensamento, da oposição e até da imprensa segundo a qual é preciso romper o paradigma lulista da política, marcado pelo permanente confronto. Lula jamais se encontrou com FHC quando líder da oposição e jamais convidou o antecessor para visitá-lo — não de verdade. Uma reunião entre Dilma e FHC, no Palácio do Planalto, marcaria esse novo momento. Há quem se encante com a possibilidade. Os mais finórios entendem que o PT, por meio de Dilma, finalmente reconheceria o legado do líder tucano, desarmando o discurso lulista do “nós” contra “eles”.

Porque é que o Governo devia cair (e não cai)

Gonçalo Bordalo Pinheiro
Os partidos estão empenhados em discutir se a moção de censura do Bloco de Esquerda é oportunista, incoerente e um número de circo que não pretende derrubar o Governo. É seguramente uma discussão útil que acabará por demonstrar a desonestidade do Bloco. Mas a única pergunta que o s eleitores fazem neste momento é: concorda com a forma como o Governo está a governar o país? Se sim, deve-se deixá-lo continuar; se não, deve-se fazê-lo cair. Não há nenhum jogo político, nenhum raciocínio eleitoral que justifique o contrário. Não há nenhum artigo constitucional, nenhuma razão formal que obrigue o Governo a manter-se no poder sem eleições. Neste momento, a decisão é apenas do PSD: abstém-se e continua a apoiar as políticas do PS, ou abstém-se e apresenta a sua própria moção de censura.
O PS foi eleito a prometer uma coisa e governou a fazer o seu oposto. No último ano e meio, os portugueses não votaram aumentos sucessivos de impostos, não decidiram acabar com as deduções fiscais, não escolheram subir os preços dos medicamentos em vez de cortar as despesas correntes na saúde (luz, água, equipamentos). No último ano e meio, os portugueses votaram por uma política e tiveram o seu contrário. Deixar continuar assim é uma escolha – e paga-se.
Gonçalo Bordalo Pinheiro, revista Sábado, nº 355, 17 a 23-02-2011
O primeiro-ministro está radiante porque prometeu para 2010 um crescimento de 0,7% e conseguiu um crescimento de 1,4%. Detalhe: também prometeu não subir impostos e aumentou o IRS em 1,5%, o IRC em 2,5% e o IVA em 3%. Também prometeu não cortar apoios e acabou com dois escalões do abono de família. Assim, é fácil superar as expectativas.

Quando Kadafi se for, falar com quem?

Muamar el Gadafi, com uniforme militar, na sua primeira visita a Itália, 
antiga métropole, em 2009.- GETTY

Só um milagre, realizado num mar de sangue, seguraria Muamar Kadafi no poder. O mundo já o trata como o ex-governante da Líbia. Sua brutal reação aos protestos apressa o seu fim. O que a “revolução” dos diversos países árabes tem em comum? A luta contra autocracias. Aí cada país tem a sua própria agenda. Há outro traço a unir os povos em revolta: todas as ditaduras que estão em apuros são consideradas aliadas do Ocidente na luta contra o terror — até Kadafi, o terrorista “convertido”, estava nessa. Por alguma razão, as populações da Síria ou dos territórios palestinos parecem contenstes com suas respectivas tiranias.
A Líbia é um agrupamento de cidades separadas por vastas solidões. Não é de hoje, abriga celerados dos mais diversos matizes. À diferença do Egito, não conta com um Exército que possa garantir, em princípio, a unidade do país ou alguma centralidade a um governo. Quem tomará conta do boteco?
Tentando se segurar no poder e, quem sabe, mandar alguma mensagem a seus “aliados” do Ocidente, Kadafi acusou a Al Qaeda de estar por trás da rebelião. Alguém acredita no que ele diz? Nem é o caso de fazer especulações a respeito. Mas uma coisa, no entanto, é certa como a luz do dia: uma Líbia sem governo se transformará num verdadeiro campo de treinamento para a rede terrorista. A ditadura iemenita, em território muito menor e com população menos diversa, não conseguiu dar conta dos jihadistas.
Assim que Kadafi deixar a Líbia — que amigo seu o abrigaria? Chávez? Raúl Castro? Daniel Ortega? —, com quem dialogar na hora do famoso “Leve-me a seu líder”?