Jonathas R. A. Filho
Segundo os sábios, o homem é
fruto do ambiente e do meio em que vive.
Falemos de caráter e
personalidade:
Caráter do indivíduo (é
adquirido): se origina durante a vida de um indivíduo em meio ao ambiente.
Personalidade do indivíduo (é
adquirida): conjunto de características psicológicas aprendidas desde o nascimento
e que determinam a individualidade pessoal e social.
Falemos da comunicação:
A mídia brasileira atribuiu
títulos de Reis e Rainhas a um sem número de celebridades. Rei do Futebol, Rei
do Iê Iê Iê, Rei do Baião, Rei da Voz, Rainha do Rádio, Rainha do Axé, Rainha
dos Baixinhos, Rainha do Basquete, Rei disso, Rainha daquilo etc.., para
artistas, jogadores de futebol, apresentadores de televisão, esportistas em
geral, políticos e por aí vai.
Só não conferiu a ninguém o
título de HERÓI!
Nem um, que eu saiba.
Um Herói, aquele herói, um
“baita” herói... infundiria na consciência dos menos conscientes, que atitudes
dignas, honradas, honestas, justas, corajosas e éticas deveriam ser COPIADAS,
GRAVADAS e EXERCITADAS por toda uma vida, “per semper”.
Algumas sociedades bem mais
esclarecidas, nos anos 20 e 30 do século passado, se utilizaram desse
“expediente” tornando o “universo da petizada” muito mais voltado para essas
práticas, do que para outras menos pedagógicas, valorizando cada vez mais as
virtudes humanas.
Me lembro, quando dos
primeiros períodos escolares, do ensino das matérias como Língua Portuguesa,
Matemática, Geografia, História, Ciências e Educação Física. Sempre fui bom
aluno e sempre gostei de estudar, principalmente o nosso idioma. Também me
interessava por gibis, as revistas em quadrinhos daquela época. Apreciava o
lado “do bem” que os heróis praticavam, cultivando em mim, uma espécie de
vontade de imitá-los. Quem não quis ser como o Superman, Batman, Zorro, Capitão
América, Príncipe Submarino ou outro ícone dessa legião.
Infelizmente não foi “criado”
nenhum Herói brasileiro e acredito hoje, que um Herói da nossa própria língua,
da nossa própria sociedade, da nossa pátria amada salve, salve, teria sido
fundamental para a formação do caráter e da personalidade daqueles que ainda
estavam na formação dessas características pessoais. Não foram criados os heróis
que tanto precisávamos mas, foram criados o “jeitinho brasileiro” (o famoso
recurso chamado de“gatilho”), a “lei de Gerson” (onde só se pensa em tirar
vantagem em qualquer situação), o “paternalismo com o erro” (a proteção do
filho, do aliado, do amigo, mesmos que reincidentes), o “abafa o caso” (não
tornando conhecido o erro cometido), o “gol de placa” etecetera e tal. Incluindo
até o “Deus é brasileiro” induzindo os menos esclarecidos a acreditar que Ele
sempre estará a nosso favor mesmo sem nosso mérito.