Para chegar à conclusão que o
novo herdeiro do trono britânico NÃO é judeu!
Francisco Vianna
Tanto em Israel como em
Londres há intensa especulação – e apostas – quanto ao fato de o recém-nascido
herdeiro do trono britânico ser ou não ser judeu.
Em Middleton, Shmiddleton,
apesar das alegações de especialistas não confiáveis, de obscuros rabinos
Sephardi, e de uma agência de notícias iraniana, o recém-nascido Príncipe
George não será o primeiro monarca iídiche (judeu) da Inglaterra...
O Príncipe de Cambridge,
George Alexander Louis, nascido anteontem, 23 de julho de 2013, será o terceiro
na linha sucessória do trono britânico. Foto: AP/John Stillwell, Pool
|
Uma situação similar parece
estar se desdobrando na Inglaterra, onde, não importa o quanto os muitos
entendidos neguem o assunto, as multidões on-line parecem cada vez mais
insistentes de que Kate Middleton é descendente de judeus — e que, portanto, o
novo bebê real, o Príncipe George Alexander Louis, não será o último de uma
longa linhagem de reis protestantes, mas o próprio primeiro monarca inglês
iídiche (judeu).
Com apenas três dias de idade,
o jovem príncipe já conseguiu unir dois campos opostos, os antissemitas e os
judeus. É duro dizer que lado é que defende a ideia de forma mais aguda. Até
mesmo a ONG ‘Birthright’ (Direito de Nascer) entrou em cena, ao criar uma peça
infantil que diz na frente, “Sua Alteza Real, Futuro Participante Birthright em
Israel, 2031”.
Do lado antissemítico, há um
sem número de foros sobre a linha materna. Ainda mais quando o ‘timing’ do
casamento e o modo como ocorreu a cerimônia, com base na cultura iídiche
fornecem as evidências… “O casamento do Príncipe William como o herdeiro da
coroa estendida a uma moça judia colocará o future da Grã-Bretanha mas mãos de
um par de crianças judias”, diz o livreto infantil.
A maior parte das fontes
judaicas cita um rabino ortodoxo, sephardi, de Israel” — surpreendentemente
anônimo – a dizer que os pais da mãe Kate eram ambos judeus, mas no geral
tendem a aceitar que isso provavelmente não seja verdadeiro. Não que qualquer
pessoa deixe de juntar os fatos para montar uma boa estória: “Digo que devíamos
enviar alguns “Chabadniks” para investigá-la”, sugere o website thecooljew.net. “Faça com que ela comece
acender as velas e vá ao ‘Mikveh’ real. Talvez William, eventualmente, seja
convertido”.
Ninguém abordou mais de forma
ostensiva o casal real do que o jornalista Michael Cole, ex-correspondente da
BBC para a realeza britânica, que teve uma carta sua publicada pelo jornal
Times de Londres no mês passado (e citada pelo jornal The New York Post na semana
passada), garantindo que a mãe de Kater, Carole Middleton, “é a filha de Ronald
Goldsmith e Dorothy Harrison, ambos judeus. Os pais de Dorothy eram Robert
Harrison e Elizabeth Temple, ambos judeus também. Elizabeth, por sua vez, era
descendente dos Myers, uma ilustre família judia do século XIX”. Cole
acrescentou ainda na carta: “A Duquesa de Cambridge é judia por linha
matriarcal e, portanto, seu bebê nasceu judeu, conforme a tradição e a lei
judaica”. E sugeriu que “uma sábia escolha” do nome poderia ser a de Salomão.
“A senhora Middleton, nascida
Goldsmith, é uma mulher de negócios talentosa... Não é preciso ir a um
monastério ou a uma sinagoga para saber que os judeus são bons negociantes” —
disse Michael Cole. Infelizmente, para os que esperam que o herdeiro do trono
inglês seja, de fato, um judeu, Cole, pelo telefone, mostrou-se mais
circunspecto, admitindo que “as evidências são apenas circunstanciais”.
Como qualquer pessoa, ele se
baseou inteiramente no fato de que os nomes na família de Kate – Goldsmith,
Harrison, Myers e Temple – soam como sendo judaicos, e supões que eles eram
originários de membros da ‘tribo’. “Costuma haver um ímpeto muito forte dos
judeus, na Grã-Bretanha e em outros lugares, de se casarem e em seguida
ocultarem seus antecedentes judeus”, contou ele à mídia israelense.
Acontece que sobrenomes
“judaicos” foram também muito usados por não judeus, e “não existem evidências
de casamentos em sinagogas ou em sepultamentos de judeus”. Pelo contrário,
existem sólidos arquivos de casamentos de igrejas entre os ancestrais de Carole
num recuo de cinco gerações.
O escritório do Rabi Chefe da Grã-Bretanha,
que guarda os arquivos de casamentos na Sinagoga Ortodoxa Unida, diz que “as
publicações prévias tornando pública a herança judaica dos Middletons torna o
assunto completamente elucidado”.
“Os rumores da ancestralidade
judaica de Kate, que Harris começou a pesquisar assim que seu noivado se tornou
provável, começou logo que havia uma indicação de seu envolvimento potencial na
família real”, disse ele. O porquê de esse assunto vir à baila é que – apesar
de todas as evidências em contrário – ele não é claro, e o inglês adora uma
especulação e, consequentemente, uma boa aposta. Ou talvez seja apenas muito
divertido especular sobre a realeza judaica, ao invés de admitir de uma vez por
todas – com desculpas novamente para Monty Python – que o novo Prince George
"não será um rei judeu"…
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia israelense), 26-7-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-