Rui Neves
Nos primeiros seis meses deste
ano foram criados em Portugal 20.051 negócios, mais do dobro das empresas que
fecharam ou estão insolventes.
As empresas e empregos criados
estão longe de compensar os negócios extintos e os postos de trabalho perdidos,
mas há uma dinâmica empresarial em curso no Portugal produtivo de 2013. Desde
Dezembro passado que, mês após mês, as estatísticas comparam em crescendo o
número de empresas constituídas em relação ao ano passado. Há cinco anos que
não se criavam tantos negócios em Portugal. E pela primeira vez desde 2009, o
número de insolvências caiu.
Nos primeiros seis meses deste
ano, foram constituídas no País 20.051 novas empresas, mais 17,8% do que na
primeira metade do ano passado, de acordo com o Barómetro Empresarial Informa
D&B, publicado esta sexta-feira. Até Março, o ritmo de crescimento foi de
quase 25% - cerca de 46% em Janeiro, o mais alto nos últimos cinco anos –,
tendo o segundo trimestre confirmado a tendência positiva do primeiro ao firmar
uma subida homóloga de 8,6%.
"Esta tendência, a
manter-se no segundo semestre, poderá transformar o ano de 2013 no mais alto em
termos de constituições desde 2009", enfatiza a Informa D&B. Já as
insolvências de empresas, depois de subirem consecutivamente durante cinco
anos, fecharam o primeiro semestre com uma queda homóloga de 6,2%,
correspondentes a 3.018 processos iniciados. Um fenómeno que, apesar de tudo,
deverá ser relativizado tendo em conta que o programa Revitalizar, que absorve
algumas das tradicionais insolvências, arrancou há pouco mais de um ano.
Ainda segundo a análise da Informa D&B, que utiliza os dados publicados no portal do Ministério da Justiça, o desaparecimento de empresas também está em regressão. No primeiro semestre foram fechadas definitivamente (dissoluções) 6.848 empresas, menos 16,8% do que no mesmo período do ano passado. Se este nível de encerramentos se mantiver durante o resto de 2013, realça a consultora, "será mais baixo do que o total de encerramentos registados em 2011".
Construção em alta
De regresso às estatísticas
que determinam o saldo líquido largamente positivo entre as criações e as
extinções e insolvências, verifica-se que é nos sectores mais penalizados pelas
falências que mais aberturas se registaram na primeira metade do ano. São os
casos dos ramos dos serviços (mais 20% de empresas constituídas e menos 31% de
insolvências) e da construção (mais 18% de aberturas e menos 18% de negócios
insolventes).
Em termos geográficos, dos
distritos mais representativos, Aveiro, Porto, Braga e Leiria registaram um
crescimento homólogo superior a 20% na constituição de empresas. À excepção do
de Leiria, todos os outros fecharam o semestre com menos empresas declaradas
insolventes. No distrito de Lisboa houve mais 11,7% constituições e 11,2%
insolvências.
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