segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Macri, Dilma e política externa


Javier Gonzalez
1. As declarações do presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri [foto], a respeito da falta de liberdades fundamentais na Venezuela e sobre a necessidade de uma posição firme do Mercosul em relação ao regime venezuelano, não foram bem recebidas pela presidente Dilma Rousseff, nem pelo Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores; assim como por aquele que representa uma espécie de ministro paralelo do governo petista, o pró-castrista e assessor presidencial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

2. Com efeito, mesmo não tendo sido mencionada a Sra. Rousseff nas declarações de Macri, suas palavras deixaram em evidência o silêncio sistemático da presidente e da diplomacia brasileira sobre o drama venezuelano.

3. O assassinato de um líder da oposição venezuelana durante recente manifestação contra o governo bolivariano alguns dias antes das eleições parlamentares, foi um novo elemento de pressão sobre o insustentável silêncio do governo brasileiro. Assim, Dilma viu-se obrigada a mandar Marco Aurelio Garcia a Caracas levando uma carta ao presidente Maduro, na qual manifesta preocupação com o clima de violência que antecede o pleito e pede garantias eleitorais.

4. Outra causa de desconforto da presidente Dilma com o presidente eleito da Argentina é a disposição de Mauricio Macri de que a Argentina e o Mercosul se aproximem de seus aliados naturais, a Europa e os Estados Unidos, e se distancie do Irã, da China e dos governos esquerdistas da região.

Um país dividido


Rodrigo Moita de Deus
35 horas semanais, reversão das privatizações, avaliação dos professores, ordenados da função pública, requalificação da função pública. Sim. O país está dividido. Mas não é entre esquerda e direita ou socialistas e não socialistas. O país está dividido entre aqueles que recebem do orçamento de estado e aqueles que recebem do Orçamento de Estado. 
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Moita de Deus, 31 da Armada, 30-11-2015

Maior facilitismo na escola pública, mais alunos nos colégios privados

Luis Moreira
Vejam aqui o infantilismo da argumentação usada para acabar com os exames e as provas de aferição, por forma a impedir a comparação dos resultados entre escolas. 


A esquerda caviar entre reuniões, manifestações e saídas para jantar não tem horário para levar os filhos à escola pública. O Vitor (comunista) rasga as vestes porque os netos frequentam um colégio privado. O Zé que vive paredes meias com uma escola pública tem quatro netos num colégio no Porto e os restantes (2) em Lisboa. Os horários da escola pública não dão. O Vasco, entre duas tiradas indignadas, acerca da destruição da escola pública, trás o neto num colégio privado. O João que me chama reaccionário, por eu dizer que só há escolas boas e escolas más, paga a frequência dos cinco netos num dos mais modernos e caros colégios da capital (o melhor que se pode deixar a uma criança é uma boa educação diz-me, enquanto acende o charuto e escolhe o whisky.). As minhas netas frequentam o mesmo colégio que o pai frequentou porque as duas escolas públicas aqui da zona sempre foram um inferno. E já aqui vivo há 38 anos...

As crianças stressadas com os exames não se stressam por mal verem os pais à noite entre o apressado banho e o ainda mais rápido jantar? E não terem tempo para brincar?     
Estudar seriamente os problemas do ensino dá um stress do caraças... 
Título e Texto: Luis Moreira, Banda Larga, 30-11-2015

Manifestações de Apoio a Israel

José J.
[…]
Avenida Atlântica, Rio de Janeiro, 29-11-2015, foto: Bárbara Lopes

Hoje na Praia de Copacabana, no Brasil, estiveram cerca de 1500 apoiantes de Israel, em manifestação pela Paz, contra a "Intifacada", contra a nova "estrela amarela" que é a rotulagem de produtos israelitas, e pelo cumprimento do Direito Internacional, que consagrou Israel - a Pátria dos Judeus - como o único Estado Judaico do Mundo (após ter tido o cuidado de lhe roubar 88% do território para fundar um Estado para os invasores Árabes - a Jordânia!).

Não houve desordens, palavras de ódio, pancadaria, montras partidas, carros queimados, nem todo esse folclore que costuma acompanhar certas manifestações. Cantou-se, dançou-se, conviveu-se, confraternizou-se.


Em Lisboa, em frente à Embaixada de Israel em Portugal, decorreu outra manifestação, com menos gente, mas com o mesmo espírito e os mesmos motivos.

Um encontro de amigos, de pessoas comuns, pacatas, que gostam de Israel e que acima de tudo gostam da Paz, da Justiça e do Bem.

Ninguém se importou com a religião, nacionalidade, etnia ou qualquer outra característica de cada um dos manifestantes. Foi bem-vindo quem veio por Bem, e todos vieram.
[]
Leia a ‘reportagem’ no blogue “Amigo de Israel

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Pequena Felicidade

Nelson Teixeira
Seja feliz nas pequenas coisas.
Elas dão à felicidade a oportunidade de se acercar de você, silenciosamente, quase sem ser vista.

Desejo-lhe pequenas felicidades inesperadas,um convite, um presente, o sorriso de um estranho.

Desejo-lhe a felicidade das idéias, a excitação da razão, o triunfo da compreensão, o esclarecimento da visão, o aguçamento da audição,a busca de uma nova descoberta, o prazer no passado e no presente.

Desejo-lhe a alegria da criatividade.

Que possa sempre, sempre, haver alguma coisa que você queira aprender, algo que queira fazer, um local onde queira ir, alguém que queira encontrar.

Que você nunca perca o interesse pela vida.

Desejo-lhe a alegria de dominar seus próprios músculos, um barco, uma bicicleta, um cavalo, uma pintura em tela, culinária, motores, cálculo ou francês.

Qualquer coisa.Tudo. FELICIDADE! 
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 30-11-2015

Charada (140)

Seis jogadores de golfe encontraram-se
no Golf Club da Praia D’El-Rei
e trocaram apertos de mão.


Considerando que cada jogador
cumprimentou todos os outros só uma vez, 
quantos apertos de mão foram trocados?

domingo, 29 de novembro de 2015

A nova ordem nacional


Alberto Gonçalves

Recapitulemos. A 4 de Outubro, a vitória da coligação de "direita" e da "austeridade" provou que o povo é masoquista e retardado. Horas depois, ou o tempo necessário para contar os deputados, apurou-se que afinal a maioria do povo derrotou a "austeridade" nas urnas e concluiu-se, com alívio, que o povo masoquista e retardado é minoritário. O exercício, então, consistiu em parodiar na internet e na nobre arte do comentário político a falta de competência aritmética da "direita", já que 122 lugares na AR são mais do que 107 - "Qual é a parte que não percebem?", repetia-se por aí. Dada a suprema importância dos parlamentares, exigia-se que o PR indigitasse a aliança de esquerda sem ouvir nenhum. Enquanto isso, insultava-se "o Cavaco", que por sua vez indigitou Passos Coelho. Derrubado Passos Coelho, reclamou-se a nomeação imediata do Dr. Costa, ameaçou-se com baderna pública e decidiu-se que "o Cavaco", entretanto ocupado a receber meio mundo, não respeita a Constituição e o eleitorado, embora o homem agisse de acordo com a primeira e tivesse sido eleito em duas ocasiões pelo segundo (a parcela masoquista e retardada). Tudo, da sagrada "lei fundamental" à plebe, existe apenas para ser torcido a benefício da vanguarda esclarecida.

Hoje, com a cedência do PR à piedosa mentira da "inevitabilidade" do governo PS, enterrou-se (entre insultos) "o Cavaco" e passou-se a biografar os membros da coisa como se os ditos fossem para levar a sério. Não são. Desde logo, são, sem excepção ou dúvida, cúmplices de uma golpadazita - inteiramente "conchcinal", dirá o Dr. Costa -, o que por si define o respectivo carácter. À lupa, são no máximo antigos serviçais da autarquia, zombies "socráticos", favores, flores, emissários de interesses, em suma ninguém. Dissecar o currículo formal de cada um, mesmo agrupando os diversos agregados familiares que por lá andam, tem utilidade reduzida e não será grande contributo para prever o futuro e a essência do novo tempo, do novo homem, enfim da nova ordem emergente. A nova ordem está nos pormenores, e nem se esgota no rancho que tomou posse há dias.

Está, por exemplo, num primeiro-ministro que troca o jargão político por um jargão pessoal vagamente aparentado ao português (se ler conforme fala, o "brilhante negociador" ainda irá a meio do clássico Anita Vai ao Circo). A nova ordem está num ministro das Finanças que parece saído dos flashbacks de Family Guy e entrado no circo a que a Anita foi. Está num candidato presidencial oficioso que promete "puxar por Portugal" e, juro pela minha saudinha, ser "um saca-rolhas". Está no ex-governante suspeito de múltiplos crimes que palmilha o território nacional em missão evangélica. Está numa ex-ministra da Cultura, e vibrante entusiasta da "situação", que avisa no Twitter: "Há [sic] direita prefere-se que não se emitam opiniões." Apesar disso, é "há" esquerda que as opiniões incomodam mais.

A nova ordem está na fresquíssima secretária de Estado da Igualdade ou da Fraternidade, que em tempos explicou no Facebook: "Como sabem eu [sic] não tenho por hábito fazer sensura [sic], mas não tulero [sic] insultos (...)". E está no sensor, perdão, censor que saltitou da ERC para a tropa, com escala pedagógica a norte. E está na sugestão do Sr. Seixas da Costa, personalidade conhecida por zelar pela educação parisiense do Eng. Sócrates e por se indignar com a falta de "estrelas" Michelin em Portugal: "A ideia não será popular, mas não seria a ocasião para se introduzir uma transparência total nas redes sociais acabando com o anonimato?" E está no assombroso Dr. Ferro. E no nobilíssimo Dr. César dos Açores. E em sujeitos que passeiam títulos e pêlos nas orelhas em simultâneo. Quem é essa gente, Deus do céu?

Costa a espalhar ignorância

Nuno Gouveia
“A Turquia é um velho e estratégico aliado de Portugal, nosso parceiro como membro fundador da NATO, em 1959, e, portanto, tudo o que seja o estreitamento da relação entre a UE e a Turquia é algo que importa a Portugal” - António Costa hoje em Bruxelas



António Costa estreou-se hoje nas lides europeias. Os portugueses já conhecem a ignorância da personagem. Não foi por acaso que não conseguiu ter mais do que 32% nas últimas eleições. Mas os nossos amigos e aliados estrangeiros não o conhecem. Espero que nenhum tenha ouvido estas declarações. Uma frase, dois erros: a NATO foi fundada em 1949 e a Turquia não foi membro fundador, tendo só entrado em 1952. 
Título e Texto: Nuno Gouveia, 31 da Armada, 29-11-2015

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Faz agora o que quiseres mas depois não te queixes

Helena Matos

Quando este teu sonho acabar no jeito do costume eu estou disposta a pagar ainda mais impostos, a ganhar ainda menos dinheiro mas ouvir-te culpar os outros é que não. Aqui ninguém enganou ninguém.

Imagem retirada daqui, do site do PSTU
Estou a ver-te à minha frente com aquele jeito algures entre a nevralgia e a dor ciática que te acompanha nas situações embaraçosas: foi um momento de esperança, se tivesse corrido bem tinha sido… Mas – e ao proferires este “mas” o tom auto-condescendente da tua voz dará lugar a uma ênfase acusatória – o pêcê lixou tudo.

É sempre assim: os teus sonhos de esquerda esbarram invariavelmente na ortodoxia do pêcê. Como quem acabou de ter uma epifania logo desatarás numa listagem das provas terrenas dessa tua descoberta ou melhor dizendo redescoberta. Ou será que desta vez vais culpar o BE, mais a Catarina porta-voz e as manas Mortágua?

Olha, antes que a conversa azede vamos já combinar uma coisa: faz agora o que quiseres mas depois não te queixes. E sobretudo não culpes os outros.

Sim. Não te faças desentendido. Quem? Tu, o gajo porreiro da esquerda, aquele com quem gostamos de ir de férias, de almoçar no trabalho, de conversar sobre cidades que talvez nunca conheçamos… Tu, esse mesmo que no momento em que se trata do poder político te tornas no nosso maior problema. Um problema muito maior que o representado pelos interesses que se agitam no CDS, pelo destrambelhamento congénito do PSD, pelo lobbie corporativo que é o PCP ou pelo folclore arruaceiro do BE. Porque tu, burguês blasé como ninguém, o gajo porreiro da esquerda que vota PS, ao contrário dos outros atrás citados, achas que o poder te é devido por isso mesmo, por seres um gajo porreiro. De esquerda, claro.

A bola está nas mãos do presidente

José Correia

Lopetegui no Tondela X FC Porto, foto: Agência LUSA

Em complemento ao SMS do Miguel...

Acerca do jogo de hoje contra o último classificado (disputado em campo neutro), direi apenas o seguinte:

Remate e golo espantoso de Brahimi.

Defesa crucial de Casillas, num penalty corretamente assinalado contra o FC Porto, a poucos minutos do fim do jogo. Valeu 2 pontos.

De resto, sobre a exibição de hoje do FC Porto no estádio municipal de Aveiro, é melhor não dizer o que me vai na alma e poupar nos adjectivos.
Digo, apenas, que vi um conjunto de jogadores à deriva, sem saber o que fazer com a bola nos pés, sem saber para onde ir, sem rumo e sem timoneiro.
E isso, falta de um treinador, é o problema nº 1, nº 2 e nº 3 desta pseudo equipa.

Lopetegui parece completamente perdido e está de cabeça perdida.

Compete à Administração da FC Porto SAD e, particularmente, ao presidente Pinto da Costa, reflectir sobre a situação actual e avaliar se Julen Lopetegui ainda será capaz de levar a nau portista a bom porto. 
Título e Texto: José Correia, Reflexão Portista, 28-11-2015

Os atentados terroristas em Paris e a expansão islâmica

Frederico R. de Abranches Viotti


Imerso em um pacifismo relativista, o Ocidente assiste a uma nova expansão do Islamismo enquanto se multiplicam os atos de terrorismo 

“Tínheis a escolher entre a vergonha e a guerra; escolhestes a vergonha e tereis a guerra”. Com essa frase, Churchill advertiu Chamberlain, então Primeiro-ministro da Inglaterra, após este celebrar o “acordo de Munique” e permitir à Alemanha nazista invadir a região dos sudetos, em território tcheco.

A Tchecoslováquia era aliada da Inglaterra, mas o comodismo da paz falava mais alto a muitos dos contemporâneos de Churchill, ébrios de não ver o perigo crescente de um Estado totalitário e expansionista. Meses depois, a Alemanha invadia a Polônia. A II Guerra Mundial começava…

Em 1971, comentando a frase de Churchill e o acordo de Munique, afirmou Plinio Corrêa de Oliveira em artigo para a imprensa diária: “Munique não foi apenas um grande episódio da História deste século. É um acontecimento-símbolo na História de todos os tempos. Sempre que haja, em qualquer tempo e em qualquer lugar, um confronto diplomático entre belicistas delirantes e pacifistas delirantes, a vantagem ficará com os primeiros e a frustração com os segundos.” (1)

Os atentados na capital francesa

A França, Filha Primogênita da Igreja, sofreu uma série de atentados empreendidos por terroristas islâmicos no dia 13 de novembro último. As vítimas não podiam estar mais despreocupadas e despreparadas. Assistiam a uma partida de futebol, jantavam em um restaurante, participavam de um espetáculo de rock numa casa de shows… Tudo indicava mais um dia comum na noite parisiense, mais um dia sem preocupações para os homens de nossa época, tão acostumados a uma paz aparente e tão pouco afeitos ao sacrifício.

No começo deste ano, a própria França já havia sofrido outro atentado, contra jornal “Charlie Hebdo”.

A esses atos do terrorismo islâmico em território francês somam-se diversos outros, realizados nas últimas décadas, sendo o mais paradigmático o que ocorreu nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, quando terroristas sequestraram aviões e os lançaram contra as torres gêmeas do World Trade Center e o edifício do Pentágono.

Veto mantido... Massacre prorrogado...

Almir Papalardo

Os aposentados continuarão penando com  o  mal chamado  discriminação,  sem  nenhuma  chance de  escapatória, confirmado com a recente votação plenária do Congresso, quando esteve  em jogo  o fim da excrescência, ou seja, a preconceituosa obstrução para alguns aposentados de também receberem o mesmo índice de correção dado ao salário mínimo. Veto mantido, massacre, por isso prorrogado!

Refiro-me à votação do dia 18 do mês corrente – Análise dos Vetos -, quando foi mantido incompreensivelmente, entre outros, o veto da presidente Dilma! Depois de muita luta, de acirradas discussões entre situacionistas e oposicionistas, tinha sido aprovado a extensão do mesmo reajuste real do salário mínimo também para os segurados que recebiam acima do piso.

A presidente Dilma mostrando-se insensível, intransigente e confirmando a sua já costumeira má vontade política contra aposentados do RGPS, vetou perversamente aquela Emenda aprovada, infelizmente, confirmada agora com a manutenção do veto! Dilma conseguiu manter a sua nefasta e inglória “Vitória de Pirro”.  

Não se pode considerar de todo anormal a manutenção daquele veto, mesmo contradizendo a vontade dos parlamentares por ocasião da votação da matéria, por vícios, injustiças e muitos equívocos burocráticos existentes na cartilha legislativa.

Por que afirmo isso? Os parlamentares que votaram pela derrubada do injusto veto, totalizaram o cômputo de 211 votos, contra 160 dos que se mantiveram dependentes do governo. Foram, portanto, a maioria, da mesma forma como foram, é lógico, a maioria na votação anterior. Até aí mantida a coerência, a normalidade! No sentido moral, venceram de novo os aposentados, que na verdade, não levaram! A "burrocracia" impediu... 

Isto já se aguenta

Vitor Cunha
O governo dura apenas há um dia e meio e já se conseguem observar melhorias muito significativas nas mais diversas áreas da vida em comunidade. Algumas são tão notórias que prometo não se repetirem enquanto o governo for bom, não radical, pensar primeiro nas pessoas e não as tratar como números. Um governo não subserviente aos mercados, não capacho da Merkel, sem radicalismos ideológicos e de centro-esquerda-democrática, a que não pertence a mais ignorante extrema-direita-radical-xeno-racista consegue, em 36 horas, que:


Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 28-11-2015

Gangorra inspiradora

Jacinto Flecha

Numa roda de médicos, bem antes de eu me exilar em São Paulo, um colega se referiu a um ornitólogo brasileiro, muito em evidência na imprensa da época. Tinha sido colega dele no grupo escolar, quando passava quase todo o tempo livre trepado em árvores para observar a vida dos passarinhos nos seus ninhos. O comentário geral era que ele nunca conseguiria ser nada na vida, se continuasse perdendo tempo com passarinhos. O colega não entrou neste detalhe, mas imagino que ele mesmo e muitos outros também gostavam de passarinhos – uns para matar, outros para capturar com alçapões, outros para roubar os ovos dos ninhos. O futuro ornitólogo encarava os passarinhos de modo diferente, e talvez fosse este o motivo da crítica generalizada.

Teria recebido dos pais ou de outras pessoas o incentivo para prosseguir naquilo que tantos consideravam perda de tempo? Ou teria ele resolvido enfrentar oposições, para afinal realizar o que os colegas não entendiam? Não tenho mais dados sobre a infância desse ornitólogo, para fornecer informações confiáveis. Mas posso fazer conjeturas sobre dificuldades e oposições, apoios e incentivos numa carreira que se esboçava naquela preferência de uma criança. Pode ter sido tudo fácil, mas pode também ter ele sofrido muito ao enfrentar zombarias, oposições, maledicências.

O êxito ou fracasso das pessoas pode depender da interação de preferências pessoais com as manifestações externas, sejam estas favoráveis ou contrárias. Alguns dos grandes personagens históricos contrariaram meio mundo para realizar seus projetos. Se não fossem arrojados, tenazes, talvez não o conseguissem. Para outros, o êxito só foi possível por seguirem bons conselhos, adaptar-se ao que outros mostravam ser mais conforme aos seus talentos. Oposições para uns, facilidades para outros, apoios e conselhos para muitos, tudo isso pode conduzir a bons resultados ou maus, em função de inúmeros fatores individuais ou alheios.

sábado, 28 de novembro de 2015

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Posturas e consequências

João Bosco Leal

Tive um grande amigo, já falecido, que sempre dizia: "Jamais faltará miséria ao miserável ou fartura ao farturento". 
Era um português com muito pouca escolaridade, talvez com somente um ou dois anos do primário, mas com enorme discernimento, com o qual levava a vida de modo extremamente correto, justo. Ajudava muitas pessoas que o procuravam e, em seu julgamento, achava que devia, mas também sabia falar verdades sobre os que, como dizia: "não valiam o que comiam".

Assim também era minha avó paterna. Também portuguesa e mulher de pouquíssimo estudo, era extremamente inteligente e de pouquíssimas brincadeiras. Sempre falava sério, mas com carinho, ensinando o que podia ensinar, e era muito, pois me ensinou muito do pouco que sei.

Até sua morte falava coisas que até hoje me fazem pensar como, durante sua vida, foi capaz de fazer tantas observações que a permitiam resumir determinados comportamentos, que devíamos ter ou não, em simples frases, ditados.

Considero espetacular a vida dessas pessoas que conheci muito de perto e, entre elas, identifico uma clara analogia: Apesar de serem de origem humilde, e de terem chegado ao Brasil sem praticamente nada, trabalharam duro durante toda a vida e, com isso, construíram um patrimônio suficiente para manter diversas de suas gerações.

Nunca vi nenhum dos dois ostentar nada do que possuíam, mas nunca os vi com nenhum tipo de avareza, muito pelo contrário, ajudavam muito e a muitos. Entretanto, nunca percebi nenhum tipo de desperdício em nenhum dos dois. Nada era jogado fora, desperdiçado.

Outro ponto em comum era como nunca estavam reclamando de algo ruim, de uma doença, com eles ou com alguém da família, uma perda - ainda que enorme, como a de um cônjuge, filho, neto -, um prejuízo, nada, não havia reclamações. A vida continua e deve ser assim encarada.

UBER de petista


Vai valer tudo, até arrancar olhos

José Manuel Fernandes
Governo de legislatura para reformar Portugal? Não tenham ilusões: a equipa de Costa é "de combate", mas a pensar em eleições a curto prazo. Isto é, na altura em que uma crise for mais favorável ao PS

Se dúvidas restassem, os últimos dias desfizeram-nas. Abriu-se um tempo em que, na política portuguesa, não vai apenas existir acrimónia – vai deixar de haver escrúpulos e muito menos vergonha. Tudo sob a batuta de António Costa.

Tudo tendo em vista um e só um objectivo: o poder e o seu exercício.

Já tínhamos assistido, entre o incrédulo e o revoltado, à forma como Costa começou por assaltar o seu partido e, depois, por tomar São Bento, atirando borda fora, pelo caminho, qualquer princípio ou qualquer fidelidade à matriz identitária do PS. Já escrevi sobre esse processo, não me vou repetir. Também já tínhamos visto (aqui e aqui) como encontrara em Mário Centeno uma espécie de alma gémea, alguém que num dia nos aparecia como um académico responsável e meio liberal, cheio de boas ideias para o país e, no dia seguinte, trocava todas as suas ideias, as boas e as más, por um compromisso remendadíssimo mas capaz de o alcandorar à pasta das Finanças.

Faltava conhecer a composição do Governo e o seu registo político. Agora que isso aconteceu, não restam dúvidas. Primeiro, Costa não escolheu um governo para durar uma legislatura e reformar o país – formou antes uma equipa de combate político recheada de fiéis e pontuada por trauliteiros. Depois, Costa não tenciona governar a não ser para preparar as próximas eleições, venham elas mais tarde ou mais cedo – idealmente quando o PS considerar mais favorável.

Comecemos pelas suas escolhas para o Governo, algumas das quais são de nos deixar com os cabelos em pé. Como é possível, por exemplo, ir recuperar Augusto Santos Silva, uma espécie de ministro “todo-o-terreno” que deixou má memória em todos os ministérios por onde passou (eu não me esqueço, por exemplo, de como tentou fazer aprovar aquilo que seria uma verdadeira “lei da mordaça” para os jornalistas, ou de como se bateu até ao fim, até aos tribunais, contra práticas de transparência no Ministério da Educação, só para citar dois exemplos)? Como é possível que o político que se distingue por gostar “de malhar” nos adversários políticos vá chefiar a diplomacia? Será para fazer companhia a Eduardo Cabrita, outro político que costuma ter como principal argumento o ser capaz de gritar mais alto no Parlamento?

E que dizer do enorme número de ex-governantes de Sócrates que estão de regresso? Façamos a lista: Augusto Santos Silva, que fazia parte do seu núcleo político; Vieira da Silva, que se preparava para substituir Teixeira dos Santos quando este se começou a recusar a alinhar na loucura que nos atirou para a bancarrota; Ana Paula Vitorino, que estava nas Obras Públicas – as famosas Obras Públicas de Mário Lino; e ainda Eduardo Cabrita e Manuel Heitor, para além de Teresa Ribeiro, Marcos Perestrello e Luís Medeiros Vieira, estes últimos apenas ao nível de secretarias de Estado.

Porque é que Costa devia ter agradecido a Passos

Rui Ramos
As “posições conjuntas” de Costa com o BE e o PCP são a melhor homenagem a Passos Coelho. Se Passos tivesse falhado, Costa não teria combinado reposições, mas os novos cortes do segundo resgate.

Deveria ter sido ontem, mas não foi. Sim, ontem, ao tomar posse, António Costa deveria ter reconhecido finalmente o que deve a Pedro Passos Coelho. Dir-me-ão: está a brincar. Não estou: António Costa deve quase tudo a Passos Coelho: deve-lhe a posição actual do PS, e deve-lhe a possibilidade do entendimento do PS com o Partido Comunista e a extrema-esquerda, que foi a escada por onde subiu ao governo.

Em primeiro lugar, Passos executou o Programa de Ajustamento negociado pelo PS em 2011. Reparou a credibilidade do país, e habilitou Portugal para beneficiar de alguma benevolência da troika (todas as metas do memorando foram revistas) e da cornucópia monetária do BCE. Pôs o Estado a financiar-se outra vez no Mercado das Obrigações. Acima de tudo, conservou Portugal no euro, o que em 2012 quase ninguém julgava provável. Mas mais: permitiu ao governo alemão tratar a Grécia como um caso isolado, em vez de como outra prova de que a zona euro hospedava um conjunto de países condenados a um despejo litigioso.

Mas tão importante como isso para Costa, Passos carregou sozinho o “fardo da liderança” (célebre expressão de Vítor Gaspar) do ajustamento. Deu assim ao PS a opção de descartar todas as responsabilidades. O partido do PEC4 pôde disfarçar-se de partido anti-austeridade; o partido da reforma da segurança social de 2007 teve a oportunidade de fingir que os “direitos adquiridos” eram sagrados. Foi desse modo que o PS se fez “alternativa”, tirou oxigénio a outros protestos, e escapou a um percalço igual ao de 1985, quando perdeu metade dos votos depois do ajustamento que então teve de dirigir.

Primeiro levaram os adjectivos, e eu não me importei

Vitor Cunha
Ontem ensaiou-se o mote para qualquer crítica a decisões judiciais em Portugal numa indignação típica sobre a forma como o Correio da Manhã descreveu duas pessoas – cega e cigano – independentemente de todos os outros jornais o fazerem sem serem alvo de críticas.

A partir de ontem, qualquer que seja o caso, faça a ministra da justiça o que fizer, terá salvo-conduto. Quer passe a existir pena de morte por roubar um pão no supermercado ou ausência de crime por violar crianças à guarda de instituições do Estado, quem se atrever a criticar a justiça será taxativamente rotulado de racista, tornando qualquer crítica como a ignomínia de um intolerante e fanático tresloucado.

Abundarão as caracterizações de “nojo” e escrever-se-á mais uma página no processo de assimilação da estupidez colectiva que legitima o golpe de Costa rumo à deterioração irreversível da 3ª república. 
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 27-11-2015

Charlie Hebosta X Realidade da Morte

Ernesto Ribeiro
Eu nunca embarquei naquela campanha "#Je Suis Charlie" nem "#Nous Sommes France".
Não abro as portas de minha casa para meus assassinos. Não puxo o saco de Maomé, mentindo sobre o Pior Ser Humano Possível apresentando-o como um cara bonzinho e piedoso como Jesus Cristo ou Papai Noel.

Os cartunistas do Charlie Hebdo foram mortos defendendo essa MENTIRA. Assim como o jornal dinamarquês que promoveu um concurso de caricaturas de Maomerda onde todos são reprovados pelo Teste da Realidade, pois nenhum caricaturista o retrata como o MONSTRO ABOMINÁVEL que ele foi.

Daí que o cartum do Charlie Hebdo:
"Eles têm as armas. Eles que vão à merda. Nós temos o champanhe!" apenas demonstra a obstinação em negar a realidade e mentir para si mesmo e a todos até a morte.


Pior: ficam tripudiando sobre as vítimas, rindo de mais de 100 cadáveres de cidadãos franceses assassinados, sugerindo que em vez de chorar pelo luto, deveriam comemorar bebendo champanhe. 

Por isso eu tenho NENHUMA PENA dos cartunistas do Charlie Hebdo.

Minha resposta é:

"Entendi. Quando os terroristas te apontam fuzis, a sua reação é erguer uma taça de champanhe e fazer um brinde aos seus assassinos. Eles entram com as balas. Vocês entram com os seus cadáveres esburacados. E com o seu papo furado. O champanhe é servido no seu funeral."

Está absolutamente claro quem são os perdedores que vão à merda.

Charada (138)

 Se tivermos um copo
em cima de uma mesa
e dentro do copo estiver apenas
uma rolha de cortiça,
como conseguiremos tirar a rolha 
sem deslocar ou tocar no copo?

Ostra ferida

Nelson Teixeira
Quando alguém nos mágoa ou nos fere ficamos muito tristes e até revoltados…
Devíámos lembrar que uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.

Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior das ostras, como um parasita ou um grão de areia.
Na parte interna da concha é encontrada uma substância chamada nácar.

Quando o grão de areia penetra as células do nácar, estas começam a trabalhar e a cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.

Uma ostra que nunca foi ferida nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Já foi incriminado sem nada ter feito?
Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?
Já sentiu duros golpes de preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Conseguiu perdoar? Então você produziu uma pérola.

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.
Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de sentimento.

A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas “ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Perdoar é uma arte! 
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 27-11-2015

Pau que dá em Chico bate também em Francisco

Almir Papalardo
O senador Delsuicídio Amaral, ontem teve a oportunidade de provar do mesmo veneno que é dado aos aposentados do RGPS.

É o seguinte: Os aposentados, todas as vezes em que há discussão e votação de matérias do seu interesse, engolem forçados, desiludidos e constrangidos, uma “taça de vinho amargo”, quando fiéis aliados do governo pegam no microfone somente com o intuito de torpedeá-los. Não nos dão um mínimo de trégua!! Insensíveis aos nossos direitos, jogam “pá de cal” em nossos sepulcros, matando nosso justo, mas inalcançável, desejo de alforria!

É nessa hora que nossas esperanças caem por terra ouvindo palavras derrotistas e obstrutivas, de que aposentados não podem receber os mesmos aumentos do SM, porque, certamente, quebrará o país! Desdizendo suas tolas e fúteis afirmações, vemos, para nossa tristeza  e de todo o povo brasileiro, o erário público escoando-se cada vez mais intensamente pelos ralos da gastança inútil!

Ontem, ao passar a noite preso numa sala da PF do Estado do Paraná, naturalmente com um aparelho de televisão ao seu dispor, não deixou de assistir à sessão plenária do Senado, onde iriam decidir o seu destino. Justamente neste momento, estava provando do mesmo veneno que ele também, friamente, nos dá para engolir, sentindo-se traído por aqueles que poderiam lhe salvar! Esperava ouvir de todos a sentença: “soltem-no”, recusando-se a escutar “prendam-no”… Que decepção! Saibam todos que o mesmo acontece com os aposentados, há dezoito anos consecutivos!
 
Qual não foi o seu desespero e desalento ao ver cinquenat e nove senadores, um a um, votarem pela sua permanência na prisão, onde, somente treze amigos (o número treze será coincidência?), votaram pela sua soltura!

Aqui se faz aqui se paga! Esses cento e sessenta parlamentares que sepultaram a nossa esperança de conter a avalanche que nos soterrou na última votação, que ponham suas barbas de molho, porque o castigo pode vir a cavalo... 
Título e Texto: Almir Papalardo, 27-11-2015

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

“Anarquistas expropriadores”

Cesar Maia
              
1. Da enorme quantidade de artigos sobre a ação terrorista do ‘Estado Islâmico’ contra Paris, um tema tem despertado a atenção de analistas. Não há nenhuma base religiosa efetiva dos terroristas. O Islã é usado apenas para justificar o terror e ganhar simpatia entre os 1,6 bilhões de muçulmanos. Suas fontes de financiamento, tipo sequestro, assaltos e operações no mercado clandestino de petróleo e armas ajudam a entender sua dinâmica.
              
2. Três fatos lastreiam essas análises. a) Ao contrário do mundo árabe, não há quaisquer atos e nem mesmo retórica sistemática que se dirijam contra Israel, ali ao lado. b) As Mesquitas não surgem como cenário nas imagens divulgadas nas redes pelo EI. c) Apesar de ocupar um território do tamanho da Bélgica, as ações do EI, mesmo no território da Síria ou do Iraque, não são realizadas por exército, mas por milícias.
               
3. As razões que explicam a dinâmica do EI, como a ocupação de território, desde a origem como terror individual clássico tipo Al Qaeda, devem ser buscadas com muita atenção. O fato de não ter base religiosa efetiva e não ter como objetivo organizar um Estado com suas estruturas institucionais, nos remete à história do anarquismo radical.
              
4. Os anarquistas – em nome da liberdade- orientavam as suas ações contra a propriedade e contra as estruturas de poder. Mas nunca para a tomada do poder, construindo instituições alternativas como os socialistas e comunistas. Suas ações eram efetivadas individualmente ou por pequenas milícias espalhadas, social ou sindicalmente.
              
5. Nos anos 1920 cresce um segmento anarquista radical: os “Anarquistas Expropriadores”, que adotavam métodos violentos em relação a seu fortalecimento financeiro através de assaltos, especialmente a bancos e pagadorias, e a execuções dos que consideravam os inimigos dos trabalhadores, em geral autoridades políticas e policiais. Os recursos conquistados através de “expropriações” tinham três objetivos: fazer assistência social principalmente às famílias dos seus militantes e simpatizantes, pagar advogados e financiar a sobrevivência dos milicianos em clandestinidade.

Um Prometeu brasileiro e seu fogo expurgador...

Valdemar Habitzreuter

Prometeu com o Fogo Divino. Pintura de Heinrich Fueger (1817)
Nós, brasileiros, podemos vangloriar-nos de ter surgido em nosso meio um titã de fibra, um Prometeu que com seu fogo devorador aos poucos incendeia a sujeira acumulada neste nosso país.

O Prometeu da mitologia grega foi o protetor e o defensor da humanidade; teve a coragem e a ousadia de desafiar os deuses do Olimpo e empreendeu a façanha de lhes roubar o fogo celeste para trazê-lo aos homens e iluminá-los para que assim adquirissem a inteligência de se autogovernar com sabedoria. O nosso Prometeu brasileiro também é desafiador, desafia certos deuses de nossa sociedade: os poderosos corruptos e corruptores que querem transformar este país numa República de fraudes.

Moro já conquistou a simpatia do povo brasileiro. Não tem mais volta, o fogo que ele nos trouxe é o fogo da esperança de um Brasil novo, um fogo que as futuras gerações deverão manter aceso para que não volte nunca mais tanto lixo que emperra o progresso de uma nação.

Assim como o fígado do Prometeu grego se regenerava após ser consumido pelas bicadas da águia, o nosso Prometeu, com certeza, resistirá a todas as tentativas e investidas de desestruturá-lo em sua empreitada de passar o Brasil a limpo.

Nesta semana o senador catilinário, Delcídio do Amaral, ousou colocar em prática um plano para obstruir as investigações da Lava Jato e se deu mal, foi pego em flagrante e irá descansar por um tempo na cadeia. O Judiciário o considerou persona non grata e de mente criminosa, e, portanto, perigoso para a saúde de nossa República.

Impunidade na Passadeira frente ao Instituto Espanhol, no Dafundo



Várias vezes por semana verifica-se este mesmo comportamento irresponsável de cargas e descargas para abastecer um supermercado, colocando vidas em risco.

A passadeira situa-se em frente ao portão principal de uma escola, a hora coincide com a entrada de centenas de crianças, o sol a encadear a vista e o semáforo ignorado pelos automobilistas impacientes são a receita perfeita para mais um atropelamento.

As autoridades nada fazem.

Matrícula 31-47-VF. 
Título, Imagens e Texto: Passeio Livre, 26-11-2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Passado, presente e futuro – III: Criança do subúrbio

Alberto José
Nos anos 50, eu morava em uma rua de terra, como a maioria das ruas de subúrbio. Ficava próximo à linha do trem (EFCB, atual Supervia). Naquela época, os meus limites eram marcados pela linha do trem. As locomotivas Maria Fumaça passavam expelindo vapor e uma fumaça bem agradável que não era óleo e deixava no ar o cheiro forte de lenha queimada. Ela puxava grandes vagões de madeira que transportavam passageiros entre Rio/São Paulo e Belo Horizonte. Para ir ao Nordeste ou ao extremo Sul tinha que fazer conexão na Estação da Luz, em São Paulo, onde era o "hub" ferroviário.

Tue 65 em 1956, foto: Manoel Monachesi
O apito dessas locomotivas, produzido pelo vapor de alta pressão era romântico e mexia com os sentimentos de quem pensava em poder fazer uma viagem. Depois, elas foram sendo gradativamente substituídas por locomotivas a diesel importadas e, finalmente pelas modernas e aerodinâmicas General Electric, elétricas que não poluíam, eram velozes e tinham uma buzina americana diferente, que não mexia com os sentimentos. Tracionavam modernos vagões Pulmann, de aço, que iluminados e confortáveis tinham restaurante e faziam as mesmas linhas para as capitais paulista e mineira. Depois, chegou o JK (Juscelino Kubitschek) e privilegiou automóveis e ônibus o que causou um imenso prejuízo ao acabar com o transporte ferroviário.

Perto da minha casa, passavam também os trens de subúrbio, elétricos que faziam a ligação dos chamados "bairros da central", alusão à operadora do sistema; naquele tempo eram rápidos e seguros. Iam até Santa Cruz, pois a partir desse ponto já era uma parte da cidade considerada Zona Rural, onde se andava de charrete ou a cavalo!

O meu tio, Comandante do Regimento Andrade Neves, na Vila Militar, onde eu ia passar férias em uma casa imensa com direito a praticar equitação nos cavalos do Exército. Isso causava uma inveja danada aos meus vizinhos; era muito mais do que viajar ao "estrangeiro", coisa que estava além dos sonhos do povo daquela época.

Nos trens da Central, viajavam professorinhas que iam para as escolas e Coronéis e até Generais fardados que iam ou vinham da Vila Militar! As tardes no subúrbio eram bem aproveitadas pois as famílias colocavam as suas cadeiras em frente às casas e ficavam conversando. As crianças andavam de bicicletas (Phillips, compradas na Cassio Muniz, ou outras marcas importadas que naquele tempo tinham placa pois tinham que ter licença da Prefeitura para trafegar na rua) enquanto os moleques mais graúdos se dedicavam a infindáveis batalhas aéreas com as suas pipas com linha de cerol ou lâminas Gillete nas pontas (hoje proibidas)!

Como no subúrbio ninguém tinha piscina, toda a casa tinha mangueiras de plástico que traziam a água para refrescar adultos e crianças. Não havia poluição, a gente bebia sem medo aquela água que vinha do Ribeirão das Lajes!

Efeitos especiais

Novo equipamento obrigatório no Rio de Janeiro

Defender a Europa implica defender o Natal

Maria João Marques

Saber conviver com essas raízes cristãs – que até trouxeram coisas boas como a maior festa do ano, a do Natal – está, se se esforçarem, ao alcance de ateus totalitários e muçulmanos.

Não falha: de cada vez que há um atentado terrorista há vozearia alertando para a necessidade de não deixar que o combate ao terrorismo cerceie as nossas liberdades, nem ponha em causa o nosso modo de vida. As preocupações vão para os excessos de vigilância, a limitação (legal ou efetiva – pelo medo) da liberdade de expressão, a segurança cada vez mais apertada em aeroportos (e qualquer dia sabe-se lá onde).

E fazemos bem em perceber que os ataques terroristas são acima de tudo um atentado ao nosso modo de vida ocidental. É corriqueiro viajarmos de avião, usarmos os transportes públicos (os alvos dos atentados de Madrid e Londres), irmos a um espetáculo e jantarmos fora ou tomarmos um café com amigos numa sexta-feira à noite. Matar infiéis é tanto um objetivo dos terroristas como torpedear as receitas com o turismo (e parar esses atos satânicos que são os divertimentos de férias, quase todos muito pouco piedosos, dos turistas) nos locais que atacam – Sharm El Sheik e Paris, com os turistas a fugir, que o digam.
Mas curiosamente convivemos muito bem com outros ataques ao nosso modo de vida.

Na verdade até há abundantes europeus que os iniciam, muito prestimosos na sua proteção dos muçulmanos residentes na Europa. O André Azevedo Alves já aqui alertou para o perigo de passarmos a vida a repudiarmos a sociedade livre, próspera, diversificada e respeitadora dos direitos e liberdades dos indivíduos que é a Europa. Temos culpa de tudo: da pobreza que se vive nos regimes corruptos aos atropelos aos direitos humanos pelos déspotas. E no terrorismo é como nas violações: a culpa é das vítimas, que estavam a pedi-las. A culpa é inevitavelmente da invasão do Iraque, antes da divisão da Palestina, antes ainda dos protetorados europeus no Médio Oriente, do colonialismo, das cruzadas, do exército de Vespasiano que vergou a Judeia, e um quilométrico etc. até ao Big Bang. Tal como os colonizadores queriam educar os selvagens que governavam porque não lhes reconheciam grau civilizacional, também agora os eternos auto-fustigadores dos males ocidentais tratam os outros povos (ou grupos) como crianças que apenas são capazes de responder a interferências e nunca de decidir o seu destino.

Um alerta para perseguidores de aposentados

Almir Papalardo

Com a prisão do líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral – PT/MS [foto], ocorrida hoje, queremos fazer um alerta para quem está acostumado a virar as costas para os aposentados. Não pensem os senhores que passarão incólumes pelas leis divinas, obstruindo os sagrados direitos dos idosos ex-trabalhadores! Os senhores têm até agora derrotado uma oposição frágil, conseguindo em discussões plenárias atropelar nossos projetos, chegando ao cúmulo da maldade de festejar alegremente as rasteiras que nos passam! Desejam que vivamos eternamente rastejando! Mas, o feitiço sempre vira contra o feiticeiro! Ou por outra, “Praga de aposentado pega”; e como pega...

Por tamanha deslealdade contra o aposentado, os senhores nunca terão uma gestão abençoada, admirada e respeitada pelo povo, tendo mais cedo ou mais tarde que resgatar perante Deus essa incoerência fraudulenta, constrangendo os indefesos previdenciários. Teimam em não respeitar artigos do Estatuto do Idoso, depois de terem, inconsequentemente, desvirtuado as determinações da Carta Magna: “Manter as aposentadorias com poder de compra preservado”.

Querem destruir nossas aposentadorias, levando-nos, todos, a receber apenas o salário mínimo!
Fernando Henrique Cardoso além de ter manchado a sua boa administração, por ter lesado aposentados, teve como castigo a derrota do PSDB em três eleições consecutivas para presidente. E continua, até hoje, sendo xingado por aposentados!