Roger Martin du Gard, Edição
“Livros do Brasil”, Lisboa, 1956, três volumes (522 x 3) = 1 566 páginas.
'Os Thibault' - escrito entre 1922 e 1940 e reunido em três volumes, é considerado um dos grandes clássicos da literatura universal. Adotando os cânones do roman-fleuve e do realismo do final do século XIX e início do século XX - desenvolvimento da narrativa em um longo espaço de tempo, adoção de um ponto de vista puramente objetivo para a obtenção da 'verdade' e a apresentação da visão de conjunto de uma sociedade.
Os Thibault revela os impasses
morais e políticos de uma família francesa, católica e burguesa, diante dos
eventos dramáticos que culminaram com a deflagração da Primeira Guerra Mundial,
em 1914. Narrado ao longo das duas primeiras décadas do século XX, Du Gard
contrasta a figura do velho Thibault, um conformista social e religioso, com o
retrato dos seus dois filhos - Jacques, um revoltado espiritual, e Antoine, um
médico prático e enérgico.
Foi com uma pontada de emoção
que achei os três volumes dos Thibault no sebo online Esconderijo dos livros. Pois ainda
e sempre lembro, na primeira leitura, em 1967, do debate, na metade do segundo
volume, sobre a diferença entre educação religiosa
e fé.
Argumentação que me apressava
em repetir às mesas de cafés portuenses, no Garça Real, por exemplo. Lembro até
da mesa que costumávamos ocupar. Sim, naquela época se conversava (e debatia)
muito sobre política, livros e religião. Mais sobre política. Pudera, era o tempo
do Estado Novo. Foi um privilégio! Eu tinha 16 anos.
Cinquenta e seis anos depois, em setembro de 2023, pego, para ler, o primeiro volume.
Cara, tô na página 205 do primeiro volume, ainda não entendi do que trata o livro… e já deu para julgar que Jacques é um saco. Ou o livro?
Terminei a leitura do volume
I.
Vamos ao II.
Estou na página 101 (de 522) do segundo volume. Será que eu li mesmo este livro? Não fiz confusão?...
Gente! Cheguei! Cheguei à “metade do segundo volume, sobre a diferença entre educação religiosa e fé.”!
Confesso que algumas vezes eu
me perguntava se era mesmo essa obra que eu havia lido…
Que coisa! Como é que (só)
guardei, na memória, esta pequenina parte (quinze páginas) do extenso livro (1
566 páginas) e apaguei, essa é a verdade, toda a história do livro?!
Ok, prossigo a leitura.
Concluído o segundo, eis que
já ultrapassei as primeiras cem páginas do terceiro volume.
Commis trois jours avant
l'entrée de la France dans la Première Guerre mondiale, ce
meurtre met un terme aux efforts désespérés que Jaurès avait entrepris depuis
l’attentat de Sarajevo pour empêcher la déflagration militaire
en Europe. Il précipite le ralliement de la majorité de la gauche
française à l’Union sacrée, y compris beaucoup de socialistes et de
syndicalistes qui refusaient jusque-là de soutenir la guerre.
Cette Union sacrée n’existe
plus en 1919 lorsque son assassin, Raoul Villain, est acquitté.
Le transfert des cendres de Jaurès au Panthéon, en 1924, souligne une
autre rupture politique intervenue au sein de la gauche, entre communistes et
socialistes.
Sim, o segundo e o terceiro volume são melhores, pois que, além da história da família do título, Roger Martin du Gard vai retratando o mundo antes e durante a Primeira Guerra Mundial.
⭐⭐⭐⭐
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