Oswaldo Colombo Filho
Na soleira da desmoralização
dos Poderes Republicanos, regozijam-se os “mensaleiros” pela caducidade da
acusação de formação de quadrilha. Os meliantes arrolados ou não, festejam
juntamente com os canalhas ainda no Poder ou fora dele. É a festa do
lulopetismo-fisiológico escarnecendo a ética. Na antessala dessa imoralidade,
alguns hipócritas ousam abonar a não manifestação do ministro “tardinheiro” da
mais alta Corte que deveria ter relatado o caso, evidentemente isto em tempo
hábil a não favorecer quem quer que fosse pela prescrição de acusações.
Debocham da inteligência alheia, pois Justiça escarrou na moral e na ética da
nação. Impunidade são as esporas que estimulam o mais assombroso achaque ao
erário público da nossa história republicana; aliás, somente através da
impunidade e da Justiça indulgente, é que se comente crime maior ao interesse
público do que aquele de dilapidar o erário.
O fisiologismo assalta todos
os cantos da gestão pública, num prodigo da sordidez e de um desregramento sem
precedentes. Não há instituição que não seja achincalhada em qualquer nível, em
qualquer autarquia ou órgão mequetrefe que seja. Acumulam-se denúncias de
corrupção, prevaricação, nepotismo, negociatas, enfim toda ordem de crimes.
Trata-se da prostituição da vida pública que foi institucionalizada por um
ignóbil, porém sapiente na arte de delinquir com altíssima periculosidade.
Lesador escrachado da cidadania como forma a subverter valores e fez perdurar
no poder seus anseios de ganancia e sordidez moral. Qualquer cidadão
brasileiro, instintivamente vê hoje em qualquer autoridade um ente corrupto e
aproveitador do cargo que possui; porém a maioria prefere a asna mansidão ao
protesto.
É manifesto, e incontroverso o
lastimável estado da cidadania atolado na inércia e na mediocridade. Os
estudantes, ora ao que se vê, nem mais os jovens em espíritos o são; padecem na
lhaneza parva dos vícios que o status quo do mundo que preferem viver lhes
impõe. A classe média e trabalhadora abate-se na imbecilidade sindical e na
inércia vulgar do consumismo. O futuro está ao sabor dos ventos.
Na ausência de decência e de
homens públicos que possam liderar a nação, nossos espíritos elevam-se em voos
e orações ao Ser Superior em lhe pedir proteção e forças para obstar tamanha
barbárie acometida contra a nação exatamente por aqueles que deveriam através
de seus atos protegê-la e exemplificar; contudo,
nada mais fazem do que seguir a cartilha deixada pelo vulgar apedeuta.
O padrão e conveniência da
vida pública brasileira “pós lula”, conduz ao estado de governabilidade
tirânico, pois se consagra na “sua lei e seus valores”, e que absolutamente
nada exprime ao entendimento e aquiescência da maioria, muito menos em
princípios, mas sim em meios quaisquer que justifiquem fins aloprados à nação.
São as oligarquias mais tacanhas, opressoras e menos respeitáveis aos
interesses da sociedade que governam. Põem, e dispõem, mandam, e desmandam em
tudo são as negociatas da república que financiam a corrupção de um lado
estando o Poder da “base de apoio” e a dita governabilidade que desde já
devemos atirá-la ao fosso; e de outro lado os grandes rentistas, obreiros de um
país sem infraestrutura sem lei, sem moral, sem política e com governo
desqualificado juridicamente falando dentro de um estado democrático.
Título e Texto: Oswaldo Colombo Filho
Brasil
Dignidade
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