Paulo Brossard
No dia 1º de janeiro de 2011,
teve início o quadriênio da senhora Dona Dilma e, sem demora, o Banco Central
elevou o juro básico, ao mesmo tempo em que deixava claro que outros aumentos
estavam previstos.
Já agora, mal completados 60
dias de governo, o mesmo Banco Central, aumentou pela segunda vez em meio por
cento o juro básico, que passou para 11,75%, tudo por conta da inflação. Desta
maneira, o Brasil cresceu na liderança mundial do juro real, descontada a
inflação, agora a 6,1% ao ano, ficando a Austrália em segundo lugar, com 2% ao
ano.
Não votei na senhora
presidente, mas me parece conveniente, senão necessário, salientar que,
enquanto ao governo do ex-presidente cabem todas as benemerências, as
maleficências vêm sendo imputadas ao governo que se inaugura. Assim, a inflação
apregoada surgiu de inopino no dia 1º, 2 ou 3 de janeiro, e dela não se sabia
gorda e luzidia antes de 31 de dezembro, guardada nos refolhos oficiais para
aparecer no dia 19 de janeiro a motivar o primeiro Ukase do Banco Central? Ou
alguma coisa está mal contada nessa estória?
Afinal, houve o propósito de
mascarar a inflação para não obnubilar o maior e melhor de todos os governos,
deixando à malícia a incumbência de colocar no colo da senhora presidente,
entre as flores da posse, a febre que se alastra? Sem falar em inapagável traço
burlesco, o ministro da Fazenda do maior e melhor dos governos continua sendo o
ministro da Fazenda do governo que acaba de descobrir uma conta de “saldos a
pagar” que rivaliza com o dobro do custo estimado do trem bala do Rio a São
Paulo.
Outro dado de particular
relevo envolve a responsabilidade do ex-presidente da República, depois de
terem sido quitados R$ 28 bilhões, destinados por ele no ano eleitoral,
sobrevêm mais de R$ 98 bilhões a pagar, ou seja, quase o dobro do corte ou do
“condicionamento” decretado pela atual presidente. Bastaria esse número para
retratar o montante excepcional do gasto. Tenho receio de não ser exato em tais
dados, mas o que me parece sem sombra de dúvida é que um governo regularmente
organizado não pode gastar somas desta ordem de maneira anárquica. Nem de longe
falo em desvios ou locupletamentos, pois não tenho elementos a respeito, mas me
limito a registrar o fato em sua objetividade. E estes são espantosos. De tal maneira
que,segundo a mesma fonte, o governo de Dona Dilma estaria examinando a
hipótese de não honrar despesas bilionárias contraídas pelo governo qualificado
de “o maior e melhor de todos os governos em todos os tempos”.
Não sei qual será a decisão da
senhora presidente diante da seleção de despesas contratadas pelo governo do
ex-presidente, sabendo-se, contudo, que o cancelamento de contratos poderia
alcançar R$ 39,9 bilhões. Os números são astronômicos e a facilidade com que se
agia em matéria de dinheiro público autoriza o mais complacente observador a
duvidar da sentença do presidente Luiz Inácio, segundo o qual o seu governo
teria sido o maior e o melhor de todos os governos do país em todos os tempos.
Texto: Paulo Brossard -
Advogado, Jurista, ex-deputado, ex-senador, ex-Ministro da Justiça, ministro
aposentado do STF
Estamos com mais de oito meses
após o artigo do Ministro Paulo Brossard, cuja palavra não se pode colocar em dúvida.
Estamos parando, e o pior é que a Presidente ainda não conseguiu parar as
quadrilhas que assaltavam o País no governo passado e continuam a assaltar, com
a conivência do EX. Os ladrões continuam soltos e a presidente perde força com
a pressão dos politiqueiros que se apossaram do País.
Peter Wilm Rosenfeld
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