Não tenho pela senhora nenhuma
simpatia, ao contrário, devoto aversão à sua ideologia e não condescendo com as
suas ações, no passado. Aliás, abomino-as. Não sou sua eleitora e jamais desperdiçarei
o meu voto com candidatos que professam doutrina tão solapadora das
instituições como a do partido que lhe sustenta politicamente e como a dos
demais, oportunistas, e tão nocivos quanto o seu.
Contudo, mesmo à custa do
assistencialismo populista que lhe rendeu os votos de quem nem sabe o
significado político de ‘eleição’, considero que, se a senhora venceu a disputa
eleitoral, tem de manter-se, constitucionalmente, na presidência da nação e, constitucionalmente,
governá-la.
Como pertenço ao eleitorado
consciente, costumeiramente, tenho mostrado a minha indignação com a destruição
das instituições mais caras da sociedade: a Família e a Educação, ambas
atingidas pelo caos institucional que o seu antecessor, a senhora e seus
ministros instalaram no país. Inserir nas escolas a negação dos valores
históricos, éticos, morais e comportamentais, por meio de um conteúdo
programático repleto de conceitos estimuladores da baixa estima do indivíduo,
levando-o aos maus instintos na idade de formação, atinge também a família,
pouco afeita a indignar-se e, o pior, pouco afeita a pensar.
Certamente, a Senhora e os
seus correligionários têm, em mira, eternizar-se no poder, ao levar a infância
a tornar-se promíscua em todas as atividades, inclusive, a sexual. Desta
maneira, adquirindo a criança a marca da corrupção, será, quando adulto, o
reflexo dos seus governantes e, portanto, seu eleitor vitalício.
Senhora Rousseff, se deseja
imprimir ao seu governo um sinal particular, não dê as costas aos que lhe
rodeiam e que lhe desejam, justamente, vê-la pelas costas. Não seja refém de
nenhum partido e nem de seu padrinho político, andarilho desavergonhado que
insiste em permanecer olheiro de compromissos internacionais que somente à
Senhora, como presidente, e às Relações Exteriores, cabem resolver. Mas não. Lá
surge o homem do nada, pois do nada é feito e nada representa para o país.
Espaçoso e invejoso, fala em nome do governo que não lhe pertence mais.
Embora as deteste, só contará
com as Forças Armadas para defender o seu mandato até o final. Sim, estas
mesmas contra as quais a senhora vem contingenciando orçamentos, estas mesmas
sobre as quais a senhora conta histórias pela metade, fazendo-se de mártir ante
a massa eleitoral, estas mesmas às quais impõe um Ministro da Defesa, cujas
ações diplomáticas chocam-se frontalmente com os interesses do Estado
Brasileiro, defendido constitucional, cívica e ardorosamente pelos militares.
São elas, Senhora Dilma, as
únicas com que pode contar, em caso de turbulência de seus assessores, em caso
de sabotarem a sua decisão de governar sem a imundície das facilitações,
deixada pelo lulismo devastador.
Se pretende levar a cabo a
difícil tarefa de oxigenar o seu governo, contaminado pelos miasmas de oito
anos de infecção; se deseja livrar-se dos que a cercam, os corretores da nação,
e que já se mostram insatisfeitos com as suas frágeis demonstrações de
independência em relação à torpe diretriz partidária, desejo-lhe sucesso na
destruição desta praga cada vez mais avassaladora, mais larápia que política.
Da mesma maneira que se
revoltou contra o governo militar que desenvolveu o país, a pretexto de
instituir uma ‘democracia’, faça agora a sua parte, livrando-se de todos os que
desejam derrubar a SUA democracia com o escancarado enriquecimento ilícito.
Mostre que é boa revolucionária.
Para exercer o seu mandato,
mais ou menos em paz, trave o seu padrinho político, ainda não consciente de
que é um reles “ex-“, e reinaugure o que ele anda inaugurando por este Brasil
afora, em plena campanha eleitoral antecipada. Mostre a ele e aos demais que,
por ser feminista, pode pôr os homens para correr, até mesmo o histrião de
Garanhuns.
Como vê, Senhora Rousseff,
mais vale um adversário, abertamente declarado, do que seus ‘amigos’, nada
satisfeitos com a limpeza da casa que, aparentemente, a senhora deseja fazer.
Olho neles e solte o dinheiro das Forças, porque, na hora que lhe nocautearem,
será a elas que irá recorrer, para garantir a tranquilidade do Estado e, em
consequência, garantir o cumprimento de suas próprias funções presidenciais.
Pense nisso.
Apesar da antipatia que lhe
dedico, boa sorte!
Título e Texto: Aileda
de Mattos Oliveira, Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa, membro da Academia
Brasileira de Defesa, 15-08-2011
Colaboração: Peter
Wilm Rosenfeld
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