terça-feira, 30 de agosto de 2011

Obrigatório na mochila



Temos medo de 'pregar' aos nossos filhos, consequência de traumas passados, ou do mito de que os bons pais são amigos e não figuras de autoridade (palavra que tememos).

E é verdade que os exemplos contam mais do que as palavras, mas isso não nos isenta de lhes explicar quais são os valores que nos norteiam, e de os defender com convicção.
Nem tudo é igual, nem tudo vai dar ao mesmo, como provam bem os tumultos em Londres, os casos de bullying na escola, os actos de vandalismo, a agressão a colegas (patente no célebre vídeo de adolescentes a baterem numa rapariga) e a má-educação e violência contra professores.
Sendo assim, é importante que, para lá das roupas novas (e quem é que não gosta delas!), do material escolar (não há melhor do que livros recém-forrados, e lápis afiados, em estojos por uma vez arrumados), é bom que se certifique de que o seu filho também leva na mochila algumas certezas essenciais. Atrevo-me a nomear algumas:
1. Deve tratar os outros como gostaria de ser tratado. É uma fórmula simples de entender e aplicar, e de resultados assegurados, para além de treinar a empatia, qualidade essencial para a vida em sociedade. Explique-lhe que se aplica à relação com as pessoas da idade dele, mais velhas e mais novas, e que não conhece excepções.
2. A força e o poder são para ser usados ao serviço dos outros. Se passa a vida a dizer, em casa, que os políticos são todos uns ladrões, que os chefes só o são por uma qualquer cunha e por aí adiante, não se admire se ele estiver convencido de que o poder deve ser usado em proveito próprio. Deixe claro que não é assim, e que quanto mais responsabilidade tiver, mais obrigações tem para com os outros. É meio caminho andado para que não se envolva em cenas de bullying.
3. Os actos têm consequências, e é preciso assumi-las. Tratamo-los tantas vezes como bebés inimputáveis que corremos o risco de que não entendam que quando tomamos uma opção devemos estar prontos a arcar com as consequências. Sem interiorizarem essa relação causa-efeito, nunca se transformarão em adultos responsáveis.
4. O anonimato é uma cobardia. O mundo virtual pode ter esbatido a noção de que temos de dar a cara por aquilo que dizemos ou fazemos. Uma carta anónima, um comentário anónimo, um insulto que surge do nada são inadmissíveis.
5. A escola custa dinheiro. Diga-lhe quanto é que o Estado gasta por aluno, quanto é que os pais pagam para que ele possa aprender. Se valorizar a escola, ele tenderá a fazer o mesmo.
Texto: Isabel Stilwell, Destak, 30-08-2011
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