Imunizante protege contra os quatro sorotipos da doença, mas ações contra proliferação do mosquito devem ser mantidas pela população
O Brasil passa por um momento histórico na batalha contra a dengue. Começa a ser comercializada, no próximo sábado (1º/07), a vacina Qdenga, produzida pela empresa japonesa Takeda Pharma Ltda. Essa conquista representa um avanço significativo na prevenção da doença que, nos primeiros cinco meses deste ano, causou 503 óbitos no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
De acordo com o biomédico
virologista e professor do Centro Universitário IBMR, Raphael Rangel, a
imunização contra a dengue é um passo importante para os brasileiros, uma vez
que o Brasil é um país endêmico para arboviroses, principalmente nas regiões
Sudeste e Nordeste, que são as campeãs nos casos de dengue, zika e Chikungunya.
“Infelizmente, dentre as arboviroses, a dengue leva muitas pessoas a óbito
devido a sua versão hemorrágica. A Qdenga tem uma vantagem, pois protege contra
os quatro sorotipos do vírus. Então, mesmo que a pessoa pegue a dengue com soro
tipo um, que é o mais brando, ou pega o sorotipo da hemorrágica, certamente vai
evitar os óbitos”, explica o biomédico.
O professor conta, ainda, que o imunizante representa um grande avanço para a saúde pública do país, uma vez que qualquer pessoa poderá ser imunizada. “Nós já tínhamos uma vacina para dengue voltada ao público que teve a doença e, então, ela evitava a reinfecção. Já a Qdenga é um imunizante que pode ser aplicado até mesmo em pessoas que nunca tiveram a doença, evitando o seu primeiro contágio”, avalia.