Reijer Hooykaas, Editora
Polis, Editora Universidade de Brasília, 1988.
A partir da comparação entre
as concepções gregas e cristãs de Deus e da natureza, Hooykaas empreende um
abrangente estudo das concepções de ciência derivadas de cada uma delas, com
particular atenção para a extensão e os limites da razão humana (racionalismo e
empirismo), o poder do homem (os limites da natureza e da arte) e a
participação das mãos e do cérebro humano na investigação da natureza.
Neste livro, o professor
Reijer Hooykaas oferece aos leitores uma visão nuançada e erudita sobre as
bases filosóficas e teológicas da ciência moderna. Ora, evitando constantemente
as armadilhas típicas de muitos projetos de história das ideias movidos antes
pela apologética, os quais traçam pontes imaginárias entre movimentos distintos
ou inserem rupturas onde não as há, Hooykaas, pelo contrário, esmiúça as ideias
dos filósofos, cientistas e teólogos abordados, para em seguida relacioná-las e
cotejá-las, mostrando assim os avanços, retrocessos, continuidades e
descontinuidades ao longo do desenvolvimento do projeto científico moderno.
Desse modo, o autor demonstra, por meio de vigorosa pesquisa, como os debates filosóficos na Antiguidade clássica e as discussões teológicas desde os primórdios do cristianismo (mas especialmente as do fim do medievo e as da Reforma Protestante) constituíram, respectivamente, “os ingredientes corporais da ciência” e “suas vitaminas e hormônios”, nas palavras do próprio autor.
O resultado de seu trabalho é,
portanto, uma interpretação original da história da ciência, que leva em
consideração, a todo momento, tanto os fecundos diálogos quanto os colossais
embates intelectuais, ao longo dos últimos milênios, acerca da real — ou ao
menos a mais confiável — interpretação da natureza; da função e limites da
razão; e da forma legítima de ação humana no mundo.
Dr. Fabrício Tavares de
Moraes, Tradutor, ensaísta e Professor do Curso de Licenciatura em
Linguagens e Códigos da Universidade Federal do Maranhão
A ciência é uma das atividades
humanas de maior evidência em nossos tempos. Ousaria dizer até mesmo que é a
liturgia da pseudo-religião contemporânea, um produto da evolução de um
iluminismo exagerado que absorveu um pouco do relativismo pós-modernista,
misturando um bom bocado do otimismo modernista com a mutação de uma filosofia
especulativa para uma metodologia experimentalista. No livro A religião
e o desenvolvimento da ciência moderna, Hooykaas explora os laços entre a
cosmovisão ocidental, de caráter religioso e transcendental por natureza, e o
desenvolvimento da ciência moderna. Em uma costura intrigante e ao mesmo tempo
erudita e acessível, o professor de História da Ciência passeia pelo horizonte
histórico, religioso e cultural de nossa civilização. Publicado pela primeira
vez em 1972, este pequeno livro é um sucedâneo da obra primordial de Thomas
Kuhn sobre a história da ciência: A estrutura das revoluções
científicas. Embora sua linha se assemelhe em diversos pontos à obra de
Kuhn, o leitor não deve em nenhum momento subestimar a contribuição do
Professor Hooykaas, que nos traz desde a Grécia Antiga até à Revolução
Científica da Modernidade e levanta insightsimportantes que nos
ajudam a compreender o porquê de o florescimento da ciência ter ocorrido na
cristandade. Em tempos de ciência intransigente e até mesmo irracionalmente
otimista e inconsciente de suas origens, esta obra resgata a perspectiva das
eras e o valor da cosmovisão cristã na fundamentação do pensamento científico.
Dr. Hélio Angotti Neto, Presbítero, Médico, Professor da UNINOVE e atual Secretário Nacional de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde
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