E foram esses calhordas
famigerados, gerados na miséria da fome da corrupção do espírito e nos mais
baixos instintos, que deram fim a um dos maiores patrimônios deste País, jogando
quase 20.000 pessoas na miséria.
As palavras me faltam neste
momento, talvez esteja emocionado, para descrever a maneira sórdida como o
fizeram.
Mas nós sabíamos... lá no
fundo de nossos seres, a tragédia que se avizinhava…
Eu estava naquela manhã no
hangar da Varig quando o teatro foi montado. O palco do famigerado Leilão. Vejo
toda a cena como se fosse hoje.
Ao meu lado esquerdo se sentava a minha mulher, também comissária, e a seu lado o Fernando Vieira Dutra, meu colega e amigo,
Todos falavam sem parar, olhei
para cima e vi o Amaury Guedes em uma das varandas que davam para o interior do
hangar, agitando uma bandeira Brasileira.
Então carrego essa imagem e
mais! carrego a culpa e a covardia de não ter dado o grito que queria sair do
meu peito para que invadíssemos as dependências da companhia e a tomássemos como
refém daqueles miseráveis que lá nos traíam. Afinal a empresa era nossa, nosso
patrimônio, nossa vida.
Quis subir até ao pódium mas
inexplicavelmente não o fiz. Não entendo até hoje por que fiquei paralisado
naquele momento. Era isso que eu queria, que eu deveria ter feito.
Na saída olhei para cima e lá
continuava o Amaury com a sua bandeira.
Título e Texto: José Manuel, 30-06-2013
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