Aparecido Raimundo de Souza
“Tudo no Brasil é falso. Até a verdadeira falsidade tem seus limites”.
Tompsom de Panasco
FIZEMOS UMA PEREGRINAÇÃO, ou melhor dizendo, nos dispusemos a participar de um programa de índio nos tais postos de testagens espalhados pelo Brasil, começando por Salvador, na Bahia. Depois voamos São Paulo, Rio de Janeiro e, por fim, Porto Alegre. O que vimos e presenciamos, nessas belas e estupendas cidades, é exatamente ou foi o que poderíamos chamar de uma gigantesca Babel dos tempos modernos, e, dentro dela, a reinação pútrida do caos total. Um inferno a todo vapor, numa bagunça medonha que se nos apresentou com ares de organização. De organização, sequer, um sinal mínimo de verdade, de lisura, de transparência. Por conta, chegamos a conclusão que o quadro futuro, ou o que ainda está por vir, é o pior possível.
Defrontamos com um povo sofrido e resignado, padecendo em filas quilométricas do INSS, enquanto as equipes reduzidas do pessoal da saúde, nesses locais se desdobravam, faziam praticamente milagres ao tempo em que buscavam realizar o possível dentro de um impossível imensurável para atender aos milhares e milhões de pobres e desvalidos. Descobrimos, estarrecidos, que faltavam vacinas para atender a todos. A saúde, a bem da verdade, segue capenga, manca, amarrada, algemada a protocolos de meia duzia de babacas engravatados que mostram as fuças em nome de uma porra apelidada de Ministério da Saúde (deveria ser “Mistério da Des-Saúde”), na prática, essas lombrigas deveriam estar alinhadas diante de um pelotão de fuzilamento.
O Brazzzzzzil está morto. Seu cadáver apodrece em decomposição, se esquarteja em via exposta, fedendo como carniça no meio de uma multidão flagrante, à espera de uma sepultura digna para ser enterrado com o mínimo de respeito. Não temos futuro em nenhum seguimento, notadamente na área de atendimento aos necessitados. A saúde pública, para os desvalidos, está carente de pessoal especializado para conter as demandas, enquanto as unidades conhecidas como PA’s, UPA’s e outras merdas de nomes engraçadinhos, mergulharam definitivamente num mar de águas procelosas. A pandemia da Covid-19, por exemplo, nos serviu de lição para muitas coisas que estavam às claras, porém a nossa demência acentuada, a nossa ignorância galopante não nos deixou ver e entender.
O Brazzzzzzil, acreditem, senhoras e senhores faleceu. É fato incontestável. Sem ar para respirar, sem oxigênio, quedou inerte e enterrado. Enterrado, não seria bem o termo correto. O apropriado, ficaria mais lídimo, ou soaria trilegalmente maneiro como "insepultado" em vala comum, jogado, atirado num clandestino alapardado que ninguém sabe exatamente onde fica. Por assim, sem volta à vida plena, o desafortunado do nosso querido país partiu em descanso perpétuo. Senhoras e senhores, não vejam essas afirmações como “Fake news”. Não é. Tudo por aqui, e por ai à dentro e à fora, quem tiver a coragem e a sabedoria de enxergar com frieza, respeito e honradez, perceberá que todos os seguimentos conhecidos vivem no “escuso”, vegetam no “capeado”, purgam no “por debaixo dos panos”. Claro, entendam, não é só o Brazzzzzzil.