Jackson Vasconcelos critica o abandono da cidade pela gestão Eduardo Paes e apresenta soluções que existem dentro da própria Prefeitura do Rio
Eduardo Paes está ocupado. Bastante ocupado. Ele tem uma energia elogiada por todos. Mas, é um ser humano e, certamente, se cansa, com um cansaço que a cidade já percebe e denuncia, como fez o jornal O Globo com a extensa matéria, “Rio, uma cidade linda, partida e maltratada”, onde o lixo se acumula e a miséria dá notícia a céu aberto.
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Foto: Rafa Pereira |
O jornal O Globo não está
sozinho nos apontamentos que faz. O DIÁRIO DO RIO também
tem denunciado o abandono da cidade e nesse espaço está o Wagner Victer, que
identificou uma “faixa
de gaza” na Ilha do Governador. Entre os elogios que faz ao Prefeito
Eduardo Paes e a declaração de apreço pessoal ao ex-prefeito Marcelo
Crivella, Wagner comenta a situação crítica nas calçadas da Avenida das
Canárias, em artigo publicado no dia 29/5.
No entanto, sejamos justos. O
abandono está justificado, porque, de fato, não deve ser fácil ser prefeito de
uma cidade que tem problemas acumulados por anos com a obrigação conjunta e
autoimposta de conseguir mandatos eletivos para os companheiros de governo e
fazer campanha para um candidato próprio ao governo do estado, além de
organizar dois carnavais em um só ano.
Além disso, ter que consertar o sistema de transportes públicos, que tem um modelo maluco demais, criado para fazer sucesso só nas Olimpíadas e que, no entanto, insistiu em existir depois disso. Não suficiente tudo isso, o prefeito tem ainda que pensar no que fazer com uma ciclovia pendurada no ar numa das mais belas vistas da cidade e o trabalho de criar aplicativos para concorrer com o setor privado, que presta um serviço elogiado em todo o país e em alguns lugares mundo afora.
Ah! Jesus, Maria e José! Se
nada disso tomasse tanto tempo do Prefeito do Rio ele teria a energia
necessária para buscar nos arquivos da Secretaria de Urbanismo alguns trabalhos
que estão lá há bastante tempo e que poderiam ajudá-lo a melhorar, muito, a
vida da população, a beleza e a limpeza da cidade. Lá ele encontrará um
magnífico projeto urbanístico para as calçadas do Rio, um trabalho publicado em
2019. O “Calçadas Cariocas”. Ele projeta as faixas de travessia, as
travessias elevadas, os acessos de veículos, a colocação correta dos postos de
combustíveis, os quiosques, as bancas de jornal, mesas e cadeiras nos espaços
públicos, os postes, a arborização, os jardins de chuva, a iluminação pública,
a sinalização em calçadas, bicicletários e muito mais.
O trabalho está completo. Tem
croquis, plantas, fotos e mapas. E, certamente, nos escaninhos da prefeitura há
bem mais projetos inteligentes como este. Lembro-me dos Planos Estratégicos – o
melhor deles, o “Pós 2016” e dos cadernos para apresentação dos
projetos para o ”Rio, Capital Mundial da Arquitetura” e do “Rio
Conecta”.
Eu estive por perto durante
pouco tempo da Secretaria de Urbanismo, que, naquele tempo, estava somada com
Infraestrutura e Habitação, com o intuito de não se ter mais obras antes dos
projetos e saber que não há projetos viáveis de urbanismo sem os cuidados
essenciais com o lugar onde todas as pessoas moram. Todas, mesmo!
A Secretaria foi desmantelada,
ainda no tempo do Crivella, mas os projetos criados por ela, certamente, ainda
estão lá. Quem sabe se após a eleição dos secretários e da deseja eleição do
seu candidato ao governo do estado, o Prefeito não tenha mais tempo para cuidar
da cidade? Eu torço para que isso aconteça, porque Eduardo quando quer e tem
tempo, faz bem-feito.
Título e Texto: Jackson
Vasconcelos, Diário do Rio, 31-5-2022
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