Quem decidiu que Lula é ladrão não foram os seus adversários. Foi a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
J. R. Guzzo
Certas coisas, como se sabe há muito tempo, não devem ser ditas em certos lugares; a recomendação clássica, aí, é não se falar de corda em casa de enforcado. Em outros casos o problema não é o lugar onde se diz isso ou aquilo – é quem diz o quê. Certas pessoas, assim, não deveriam nunca falar de certos assuntos. O ex-presidente Lula, por exemplo, nunca deveria falar em “corrupção”. Ele não – talvez um outro, qualquer outro, mas ele não. É duro, porque candidato a presidente do Brasil tem sempre de chamar o adversário de “ladrão”. Na verdade, isso é praticamente a única coisa compreensível que sabem dizer numa campanha eleitoral. Fazer o quê? Corrupção, no caso da campanha de Lula, é assunto proibido.
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Foto: Max Haack/Futura Press |
Como poderia ser diferente, se o seu próprio candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin, disse que ele quer ser presidente de novo para “voltar à cena do crime”? Alckmin acha que entre hoje e o momento em que falou isso Lula se transformou num santo homem. Mas falta combinar com os eleitores – quantos brasileiros estariam dispostos a acreditar nesse milagre da transformação da água em vinho? Isso será visto em outubro, mas até lá o candidato da esquerda nacionalterá de resolver o seu problema com a ladroagem – e como não pode deletar os fatos que fizeram os seus oito anos de governo os mais corruptos de toda a história da República, o melhor que tem a fazer é se fingir de morto e não tocar no assunto.
Realidades são realidades.
Quem decidiu que Lula é ladrão não foram os seus adversários. Foi a Justiça
brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em
três instâncias e por nove magistrados diferentes. Mais que tudo, há o fato,
também impossível de se negar, de que os corruptores confessaram publicamente a
sua culpa, assinaram acordos de delação e, principalmente, devolveram uma parte
do dinheiro roubado. O que mais seria preciso, em qualquer lugar do mundo, como
prova material de roubalheira? Por acaso as empreiteiras condenadas e outros
piratas devolveram o dinheiro sem ter feito nada de errado – só para agradar o
promotor Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro?
Lula, porém, insiste em falar
em corrupção. Quer vender a ficção de que foi “inocentado” pela Justiça –
quando a canetada que anulou seus processos não diz uma sílaba sobre culpa ou
sobre provas. Quer, até, receber uma “indenização” do seu acusador – e está
mortalmente ressentido com o fato de que ele recebeu em poucos dias mais de R$
750 mil em doações espontâneas para pagar as despesas que o processo trouxer.
Quer, enfim, o papel de “homem injustiçado”. A conferir.
Título e Texto: J. R. Guzzo,
Revista Oeste,
22-5-2022, 20h05
ANÚNCIO LEGAL:
ResponderExcluirVendo, urgente, motivo viagem para Caetés, máquina de "lavar dinheiro". Papo Federal. Ela lava, passa e seca seu dinheiro e o melhor de tudo, não "leva" você para os braços da PF. Tratar com Lula, no Instituto Canja de Galinha, em São Bernardo do Campo. Me chamem na privada, digo, companheiros, no privado.
Aparecido Raimundo de Souza
de Vila Velha no Espírito Santo ES