[Atualidade em xeque] Pai Nosso, onde estais?

José Manuel

Eu acredito em você.

Tenho provas disso e sei, tenho a certeza de que você nunca me abandonou.  Quando eu estava lá bem no alto, perto de você, durante trinta e dois anos sempre senti a sua mão por baixo do avião, evitando que a física num momento de distração destruísse meu corpo e, quem sabe, meu espírito.

Não, você nunca deixaria acontecer isso e muitas outras coisas que não caberiam neste texto.

Você não é algo tangível, como muitos pensam.

Você está em tudo que vemos e posso sentir a sua presença até no olhar dos meus cães, gatos, ou sentir o seu perfume numa linda flor.

Mas se a nossa relação é tão estreita a ponto de o sentir tantas vezes ao meu lado, por anda você ultimamente a ponto de me deixar tão triste com fatos que se sucedem de maneiras tão trágicas que para mim está difícil de entender a razão da sua ausência?  Por que a razão da minha pergunta?

Nos últimos dias, analisando a tragédia que vitimou um pobre rapaz de 29 anos cujo único crime foi atravessar dez países com o seu amado fusca e seu querido Golden Retriever, encantando todo mundo com suas histórias e seus vídeos, chego à triste conclusão de que talvez você estivesse ocupado quando um irresponsável colocou seu carro parado no caminho daquela dupla encantadora, fazendo com o destino dos dois não mais fosse o Alaska, mas os céus da América.

Por que você permitiu isso?

E olha, eu nem conhecia o rapaz, apenas tinha visto um vídeo dele no dia anterior, mas senti que aquelas imagens tinham tudo para dar certo, e fiquei muito triste no dia seguinte em que vi o que ocorreu naquela estrada, por que você permitiu aquilo?

Não, por favor, não o estou culpando, apenas querendo entender a sua ausência também lá na Ucrânia, onde um criminoso e louco está dizimando famílias inteiras e pobres jovens ao serviço da pátria, caindo por terra aos milhares deixando suas famílias sem entender o porquê dessa insanidade.

Desculpe, mas por onde você anda, que não dá um basta nessas agressões estúpidas e recorrentes a um povo pacífico, pobre e civilizado?

Não estou conseguindo entender isso, exatamente por você nunca ter me abandonado, essa sua ausência, e dar um ponto final na caminhada desse Satanás saído das profundezas do inferno.

Tenho a certeza de que você pode dar um basta a tudo isso e mais outras coisas horrorosas que se sucedem neste momento. Tenho certeza.

Peço a vós que estais nos céus, que seja feita a vossa vontade aqui na terra e que crimes como esses na Ucrânia e acidentes despropositais como o do fusca, não mais aconteçam, nos trazendo paz ao coração e na terra.

Amém!

Título e Texto: José Manuel – Sei que você pode me atender. Tenho certeza!

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