José Manuel
Não sou um expert político ou
militar, mas como observador atento, consigo perceber que as guerras são a pior
peste que a humanidade pode sentir na própria carne.
Nada, nem pandemias virulentas,
grandes tragédias naturais, fome e miséria matam tantos seres humanos como as
guerras sem o menor sentido.
Estou me referindo apenas às
principais guerras do século passado, à atual na Ucrânia e várias outras
espalhadas pelo planeta, em nome de nada, absolutamente nada. Racismo,
ideologia política e puramente por conquista e anexação de territórios são os
temas recorrentes.
Não vale a pena escrever sobre
um passado mais remoto ao último século, pois não teríamos espaço para tantas
aberrações.
É uma evidência real no gênero
humano que começa a guerrear em seu convívio pessoal, família ou amigos.
O ser humano está sempre
pronto a arrumar uma encrenca séria e dependendo da educação ou a falta dela, a
coisa pode escalar para o que conhecemos.
Elas servem também para
mostrar aos mais civilizados, as inúmeras facetas do que um ser humano é capaz
e nos dão exemplos do quanto o ser humano pode ir, de criminoso, covarde e sem
escrúpulos, a mafioso capaz de usufruir da desgraça de seus semelhantes, sem o
menor pudor ou sentimentos.
Estamos vivenciando neste
momento algo muito parecido em quatro dimensões distintas e inacreditáveis que
estão aos nossos olhos, ocorrendo em pleno século XXI.
A primeira, a invasão, por nada e sem sentido por parte de um mafioso, a um país pacato, pobre e desarmado. E não é a primeira vez que isto ocorre com genocídio generalizado pela mesma nação e politicagem barata, rasa.
O HOLODOMOR, ou a grande fome,
ou morte pela fome, praticado por outro genocida da mesma nação invasora de hoje,
foi o mais extensivo e hediondo massacre do século XX na Ucrânia nos anos de
1932/33, naquilo que é considerado o crime mais covarde, da nossa civilização,
matando propositalmente pela fome dez milhões de seres humanos apenas por
discordarem de suas ordens e ideologia. Apesar de toda a desgraça desse bravo
povo, muitos ainda desconhecem o que ocorreu naquela área do planeta, onde hoje
se trava um extermínio de populações e cidades.
Fez escola, aquele velho
criminoso, repassando ao novo criminoso suas ideias de extermínio e anexação.
A segunda, protagonizada pela
Hungria como membro da OTAN, mas com tendências pró russas, se negando a fazer
boicote ao gás e petróleo, acordado por todos os países membros, para uma ajuda
humanitária e militar a um país fronteiriço e criminosamente invadido.
Esquecem, por razões
desconhecidas e tendenciosas, da revolução protagonizada por seus ancestrais
para se libertarem do jugo soviético, que acabou com os tanques russos, como
agora, invadindo Budapeste em 4 de novembro de 1956, matando dois mil e
quinhentos húngaros e ocasionando a fuga de mais de duzentas mil pessoas para o
exterior.
Não só esquecem, mas
atrapalham e vão contra uma comoção mundial em favor da Ucrânia. Uma vergonha sem par da diplomacia húngara.
A terceira, é ainda pior
porque é claramente uma maneira de obter vantagens junto à OTAN, em algumas
áreas, notadamente a militar.
A tentativa da Turquia e seu
presidente problemático que ora pende para um lado, ora para outro, em boicotar
a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN, é claramente imoral e corre até o
risco de ser expulsa da organização, pois atrapalha em muito as negociações de
paz e tranquilidade para aqueles dois países bálticos.
Usar de momentos tensos como o
que estamos passando, para impor condições a seu favor, sem levar em
consideração o genocídio que se passa na Ucrânia é outra vergonha diplomática
inconcebível.
E a quarta, está aqui muito
perto de nós, com a possibilidade de vir a causar a futuro um enorme problema
ao Brasil.
As tropas russas invasoras na
fronteira com a Ucrânia, e o Presidente do Brasil viaja a Moscou em uma hora
totalmente inapropriada, pata tratar de fertilizantes e material militar. Hoje
sabemos que existem países na África, por exemplo, com capacidade de exportar
fertilizantes para o Brasil sem problema algum, e que o material bélico russo é
de terceira categoria.
As imagens estão online, e
qualquer criança pode perceber o quão patético é o material bélico russo.
Reações fortes no futuro podem
acontecer por parte dos Estados Unidos principal fornecedor de armas ao Brasil,
inclusive com um programa de exportação desse material seminovo, num momento em
que as forças armadas estão se reequipando.
A diplomacia parece não
entender que presidentes são efêmeros, substituíveis, mas o Brasil está muito
acima dessas figuras políticas.
Fora é claro, a falta de
sensibilidade diplomática para o que estava prestes a ocorrer com a Ucrânia,
coisa que o mundo todo já sabia antes da visita oficial brasileira.
Mais uma vergonha diplomática,
coisas que só se tornam visíveis em tempo de guerra, mostrando que o ser humano
não muda nunca e permanece criando problemas históricos a si mesmo ou ao seu
país.
Título e Texto: José Manuel
– Glória à Ucrânia
A estupidez em pleno século XXI
Cinco meses, a eleição e as redes sociais
Acordo? Qual acordo kamarada?
Os loucos e os subservientes omissos
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