quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Mourinho agradece ao FC Porto de forma emocionada

Treinador português escreveu no livro de visitas do museu do clube ‘azul e branco’.


O treinador do Chelsea, José Mourinho, já tinha dito antes do jogo no Dragão que opôs o FC Porto e o Chelsea, que tinha ido visitar o museu o clube portista.

Ainda na conferência, o Special One não escondeu a emoção desta visita. O que não se sabia é que Mourinho também deixou uma mensagem no livro de visitas do museu dos ‘dragões’, segundo o site zerozero.

"Sem palavras e de lágrima ao canto do olho... não pode ser de outro modo... tanta história, tantas recordações, tantas emoções. Obrigado Porto por me dares a honra de ser alguém na tua história!", escreveu Mourinho.
Título e Texto: Notícias ao Minuto, 30-9-2015

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Dilma Rousseff e colegas gravaram  um (excelente) vídeo parodiando o sucesso de Michael Jackson: Thriller. Confira.


Veja o (verdadeiro) programa do PT



Movimento Brasil Livre

Revelação de Bicudo

Valter Almeida
Não posso afirmar nem desmentir fatos que estão acontecendo aqui no Brasil. Mas como cidadão brasileiro tenho o direito de questionar, comentar e protestar as mazelas impostas em nossas vidas pela corrupção, incompetência, arrogância dos nossos governantes e da submissão covarde de parlamentares congressistas mercadores da dignidade e da honestidade em troca do poder.

Esta é a triste realidade que continua acontecendo e isso ficou evidenciado por ocasião da votação dos vetos da presidente.

A situação calamitosa que se encontra o Brasil tem sido pautada não apenas por uma sequência de acontecimentos de mais episódios de corrupção, desastre econômico, sucateamento da educação e da saúde, mas também pelas revelações vindas à baila como a do ministro Gilmar Mendes quando disse que o governo do PT (Partido dos Trabalhadores) tem o modelo “cleptocracia” e a do jurista Hélio Bicudo que afirmou que o ex-presidente Lula enriqueceu de forma ilícita.

Diante da gravidade dos fatos revelados, a minha opinião é que haja uma investigação séria que possa esclarecer à sociedade a verdade, porque não podemos mais suportar viver nessa lama podre de corrupção que envolve a nossa Pátria.
Título e Texto: Valter Almeida, 30-9-2015

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Alô Bashar?

José Miguel Sardol

Ligo para dizer que te vi há uns dias na televisão. Surpreende-me sempre a forma serena como reages à tragédia que deve representar, para um presidente, ver o seu país em guerra há mais de quatro anos. Tranquilo face ao drama de ver aumentar todos os dias o número de compatriotas mortos numa lista que já supera mais de 200 mil e assistir à fuga de milhões dos teus concidadãos, mesmo aqueles que te apoiavam.


Na televisão, a pose, como sempre, parecia perfeita. O bigode bem aparado, ao contrário de Saddam, a tez pálida e o sotaque britânico sibilante, ao contrário de Kadafi. Os anos passam e nas tuas entrevistas não parece pairar aquela sombra que, em apenas alguns dias e semanas, começou a escurecer as aparições televisivas de Mubarak e Ben Ali antes do incontornável «apagão». Compreendo, mas não entendo, esse espírito de resistência. Pertences a uma minoria, os alauitas, que desde a subida do teu pai ao poder, conseguiu superar séculos de discriminação para tornar-se a elite económica e política da nação. Mas essa resistência não impediu, e poderá mesmo ter favorecido, o avanço dos combatentes do Estado Islâmico que encontram-se hoje à porta do bastião da família Assad, último refúgio dos afortunados do regime e linha da frente de uma possível operação militar do aliado russo, a província de Latakia.

Mas isso não te parece fazer pestanejar quando surges na televisão. Percebo, mas não entendo, que um homem isolado que perdeu o controlo do país, prefira evitar os temas políticos e opte por recostar-se discretamente na cadeira, sem sinais de transpiração, para dedicar-se a falar dos grandes temas de geopolítica. Já não se trata de ser presidente para construir casas, quando mais de 4 milhões de sírios tiveram que fugir do país, de edificar escolas, quando mais de 5 mil foram destruídas, ou de melhorar as condições de vida da população, quando mais de um milhão de crianças sírias sofrem de desnutrição.

Escolher

Maria João Avillez

Fui-me espantando de vez para vez, não era este político que tinha na cabeça quando tudo isto começou, em Maio de 2015, no jardim da Ribeira das Naus. Que esquisito. Tanto nevoeiro que entrou.

Foto: Vitor Chi

“Está a entrar o nevoeiro” dizia alguém há dias, sentado na esplanada duma praia do norte, com a mesma certeza com que diria ao amigo, “olha, vem ali o Manel”. Sabia que o dia se estragara de vez. O nevoeiro no PS também entrou de vez, dando-lhes cabo dos dias.

1. Os socialistas, coisa extraordinária, sempre acharam que tudo lhes seria fácil, era deixar passar o tempo e cortariam a meta em primeiro lugar. E não era até tão “barato”? Bastar-lhes-ia dizer mal de tudo, do governo, da governação, das medidas, da “direita”, da troika, e claro, de Passos Coelho, o bombo da festa sem direito a uma só folga (de bombo); tão entretidos andavam neste “malhar em tudo” que também malharam no país, sem reparar que há portugueses que estranham ou se envergonham, não gostam disso. Deram-se ao luxo de exibir os Galambas deste mundo como estrelas alumiadoras do caminho, porque o “centrão” já era deles (e com quem havia o centro de estar nesta altura das coisas, perguntavam eles, senão com o PS?) E finalmente tão seguros se encontravam das suas equivocadas certezas que se distraíram de país: Portugal coincide pouco e encaixa mal naquele “país” que o PS vitupera aos gritos (porquê sempre aos gritos?) feito quase exclusivamente de desemprego, infelicidade e fome. Não repararam que não era. Enredados no tédio – ainda faltava mais de um ano – e no nojo – da coligação –, perderam de vista Portugal.

2. O PS não compreendeu que o país – uma grande parte dele, pelo menos – não gostou da austeridade, mas cumpriu-a, engolindo “sacrifícios” e penas, por perceber que não havia volta a dar-lhe.

O PS não viu (mas os portugueses viram) que devagarinho se está a sair do pior da crise, mesmo que só do pior. Sucessivos índices económicos dão aparentemente razão ao governo, quando (sem gritar) sustenta que já há frutos da sementeira atirada ao tão árido solo português de 2011 (e quem dava um chavo por aquela terra e aquele chão?).

O PS não alcançou que se há colheitas que prometem hoje melhores dias para amanhã, isso foi obviamente feito com a colaboração dos portugueses e não por um solitário governo, maldosamente a caminhar “para além da troika.”

3. Distraídos de país e enganados de estratégia, não houve “diferença”, um factor politicamente crucial, como se sabe. Os socialistas contentaram-se em achar que a “diferença” eram eles, e que isso chegava. Bastava-lhes deitar ácido sulfúrico sobre a coligação e pronto.

Faltou essa indispensável “diferença”, traduzida na esperança de uma mudança para melhor. Isso que, muito mal comparado, trouxe consigo Obama quando, portador de todas as esperanças e diferenças, entrou vibrantemente no palco de Washington (e imaginem que sempre gostei de Costa e nunca de Obama, é assim a vida).

Lembro-me de Francisco Sá Carneiro e de Cavaco Silva a fazerem isso, eu estava lá. Vi, in loco e ao vivo, a capacidade de produzir esse indefinível ímpeto interior capaz de arrebatar um eleitor, acordar um “instalado”, ou retirar um indeciso da sua ilha deserta. Não tenho visto António Costa a ser capaz de nada disto. (E porque anda ele tão só? Para onde foi o PS?)

Precisa-se: Explicador de democracia para o PS

Maria João Marques
Que o PS se prepara para truques palacianos de assalto ao poder, mesmo sem qualquer legitimidade democrática, é um dado adquirido. Tal como a claríssima veia antidemocrática de muita gente do PS.

Quando era criança, nos tempos antes da queda do Muro de Berlim, uma das minhas perplexidades de infância era o facto, relatado por pai e irmãos, de a Alemanha que se chamava República Democrática Alemã ser, afinal, não democrática. E de a Alemanha democrática não ter nada de democrático no nome.

Anos mais tarde convenci-me que este paradoxo toponomástico se devia ao cinismo comum dos regimes comunistas de colocar no nome o contrário da realidade nomeada. Mais ou menos como Sir Humphrey Appleby, da série Sim, Senhor Ministro aconselhava ao ministro Jim Hacker: quando nos queremos livrar de alguma política bem-sonante mas que desagrade aos desígnios do político, é colocá-la no título do documento que a institui e gastar o resto das linhas e páginas com outra coisa qualquer.

Só há poucos anos – e através de uma observação quase científica dos dirigentes do PS – percebi que há um conflito na definição de ‘democracia’ e de ‘democrático’ (já aqui elaborei sobre o assunto). Nas democracias tradicionais costuma-se considerar que a legitimidade dos governos vem dos votos obtidos em eleições livres e universais. É um raciocínio simples, que esperaríamos estar ao alcance até das almas socialistas (pelo menos António Costa tem espalhados pelo país cartazes dizendo ‘É o seu voto que decide’): quem tem mais votos ou quem elege mais representantes, governa. Tocqueville divagou até sobre a democracia como a ditadura da maioria.

Mas isso é para as democracias consolidadas, nada que obscureça o fino e apurado pensamento político dessas grandes mentes do PS, de Jorge Coelho a Porfírio Silva. Por cá não somos picuinhas com essa dos votos legitimarem (e os cartazes de Costa são só para enganar os tolos). Por cá a legitimidade para governar vem, qual Antigo Regime de Deus para o Rei, de alguma energia cósmica de alguma galáxia muito, muito distante para o PS.

Foi por isto que durante esta legislatura tivemos Mário Soares e a tropa fandanga que o rodeia (e os acenos concordantes e enternecidos de todo o PS) a apelar constantemente à violência popular contra o Governo e o Presidente da República democraticamente eleitos. Porque para Soares e tropa fandanga, a legitimidade para governar e presidir não vem dos votos. Vem da aprovação de uma espécie de Conselho dos Guardiães iraniano de socialistas, laicos e republicanos que concedem a sua aprovação a quem ganhou eleições. E quando essa aprovação se esvai, tais eminências esperam que Presidente demita a correr o governo que incorreu no desagrado dos donos da democracia. (Isto, claro, se o governo, que se quer temente aos Anciãos, não se demitir – como faria um governo decente – de imediato.) Como ao Presidente não há quem demita, é sugerir com sonsice à população que se lhe dê pancadaria se ousar sair dos seus aposentos. Só anda na rua quem o Conselho dos Guardiães socialistas, laicos e republicanos deixam. Que não haja aí algum espevitado que pense que pode usufruir do espaço público só porque paga impostos ou é cidadão nacional.

Charada (104)


Se a Cristina tivesse 40 euros
a mais do que tem, ela poderia
ir ao Cascais Shopping comprar a mala
e os sapatos que tanto deseja.
Considerando que a mala custa 85 euros
e que os sapatos custam 105 euros,
quanto dinheiro tem Cristina?

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A derrubada de um veto pode ficar na história

Almir Papalardo

Será realizado amanhã, 30 de setembro, às 11h30, uma sessão do Congresso Nacional, onde será analisado em caráter especial seis vetos presidenciais. E para não fugir à regra, um desses vetos será a costumeira obstrução aos direitos constitucionais dos aposentados, a classe mais castigada por obstruções, tornando-se a  grande recordista de vetos sofridos do Legislativo e do Executivo.

E este veto, como todos não ignoram, é a insistência maldosa de não permitirem que os aposentados tenham os seus benefícios corrigidos com o mesmo percentual dado ao salário mínimo. Dois pesos e duas medidas, porque a maioria destes mesmos aposentados do RGPS, têm seus proventos anuais corrigidos com o mesmo índice do salário mínimo (!?). Aí já está erradicado um erro preconceituoso e perverso, evidenciando uma grande discriminação!

Na MP 672/2015 aprovada pelos congressistas existia uma cláusula onde era estendido para todos os aposentados da iniciativa privada, o mesmo percentual dado ao salário mínimo.  A presidente Dilma vetou esta cláusula, dando a seguinte explicação do veto:

Razões dos Vetos: “Ao realizar vinculação entre os reajustes da política de valorização do salário mínimo e dos benefícios pagos pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS, as medidas violariam o disposto no art. 7, inciso IV, da Constituição. Além disso, o veto não restringe a garantia constitucional prevista no art. 201, § 2º”

Replicando, faço o seguinte comentário: Na justificativa da presidente com os artigos apresentados não consegui ver  nada que se entrosasse ou justificasse as razões da Dilma. O verdadeiro motivo do veto, fortalecendo  o que todos já perceberam, é uma tremenda má vontade política contra os idosos aposentados. Continuando a minha réplica, preceitua a Emenda Constitucional nº 20 de dezembro de 1998, que diz o seguinte:

Art. 14 - O limite máximo para o valor dos benefícios do regime de previdência social de que trata o Artigo da Constituição Federal é fixado em R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), devendo a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.

Reforma ministerial: (falso) seguro contra o impeachment. A “babelização” da política


Cesar Maia
               
1. A crise brasileira – econômica, política, social e moral – tem um caráter cumulativo: um novo fato negativo agrava os demais. A projeção de cenários para quando todos os nomes de políticos envolvidos estiverem denunciados é de um impasse parlamentar. Vai se sentir saudades da dinâmica parlamentar dos últimos meses. A cada medida econômica que o governo propõe sem pré-consulta e esta se mostra inviável – total ou parcialmente –, a percepção posterior da crise se torna maior que a anterior. CPMF é um dos exemplos. O dólar um indicador.
               
2. O tamanho da inorganicidade ministerial e parlamentar é de tal ordem que vários analistas, fazendo um exercício de laboratório, passaram a achar que o melhor seria Dilma assumir-se apartidariamente e pagar para ver, organizando um governo de quadros. Isso, ao tempo que produziria dissensos parlamentares, construiria consensos internos e externos e poderia reverter as expectativas. Seria um risco. Mas a paralisia atual é a certeza que o fundo do poço continuará se ampliando.
               
3. A crise política tem duas dimensões. Por um lado a inorganicidade parlamentar e por outro a desintegração da autoridade política da presidente, numa situação de impopularidade sem precedentes. A consequência disso é não ter nem base parlamentar, nem unidade em seu partido e muito menos apoio junto aos sindicatos, associações e ONGs atreladas ao PT e financiadas pelo governo. Há uma “babelização” da política.
               
4. O clamor por corte de despesas levou a um foco prioritário: os 39 ministérios, que só não são 40 pelas piadas nas redes sobre Ali Babá. Mesmo que não produzisse redução significativa nas despesas, seria simbólico da disposição de Dilma em fazê-lo. Sendo assim, esse passou a ser o foco. E iniciou-se a discussão e os vazamentos.
               
5. Até se entendia que a presidente fizesse concessões em nome da governabilidade. Mas o que se está vendo não é isso. Dilma tem um só foco, na dita reforma ministerial, uma só preocupação, que nada tem a ver com o país nem com a crise econômica. O único foco de Dilma é construir uma base parlamentar contra seu impeachment, custe o que custar, faça as concessões que tiver que fazer. Seu passeio diário de bicicleta, inevitavelmente leva à lembrança das “pedaladas”.

Lisboa, um dos melhores destinos

Vitória por 2-1 sobre o Chelsea, num jogo em que o FC Porto dominou por completo os campeões ingleses

José Mourinho voltou a não ser feliz no terceiro regresso ao local onde partilhou tantas alegrias com os adeptos dos Dragões. O FC Porto venceu por 2-1 o Chelsea, com golos de André André [foto] e Maicon, que deram expressão a uma grande exibição dos Dragões, especialmente na segunda parte. Os 14 jogadores utilizados por Lopetegui foram enormes e alguns deles terão feito as suas melhores exibições com a camisola azul e branca. Em 12 jogos contra equipas portuguesas, os londrinos apenas não venceram (duas derrotas e um empate) frente aos portistas, que não perdem em casa nas competições europeias há dez jogos, desde Outubro de 2013. Por sua vez, os blues não perdiam na Champions há nove jogos e eram mesmo a equipa que há mais tempo não perdia na competição, incluindo cinco deslocações. Aliás, esta é apenas a quinta derrota do Chelsea orientado por Mourinho na fase de grupos da prova, e duas delas foram frente ao FC Porto - a primeira foi também por 2-1, em Dezembro de 2004, com o inesquecível golo de McCarthy.

As duas equipas apresentaram-se com sistemas tácticos similares, em torno do 4-3-3. No caso do FC Porto, André André oscilava entre a ala direita e uma posição mais central quando o Chelsea tinha a bola. Lopetegui fez entrar quatro jogadores face ao onze que apresentou frente ao Moreirense: Martins Indi, Rúben Neves, Imbula e Aboubakar entraram para o lugares de Layún, Herrera, Corona e Osvaldo. Com o estádio quase cheio, os primeiros minutos foram dinâmicos e repartidos (50 por cento de posse para cada lado ao intervalo), até porque as duas equipas não tinham receio de ter a bola, se bem que o Chelsea apostava mais nas transições rápidas. E foi dessa forma que criou duas situações de perigo, com Casillas a travar os remates de Fabregàs e Pedro Rodríguez, que apareceram isolados aos seis e 13 minutos.

Se as sondagens não valem, por que as compram?

Maria Teixeira Alves

Assisto com espanto à discussão que se tem desenrolado à volta das sondagens de voto para as próximas eleições de 4 de Outubro. Discute-se na praça pública a fé nas sondagens.


Parece incomodar sobejamente a coligação estar à frente em algumas sondagens. Inicialmente quando as sondagens davam vitória ao PS, ninguém comentava o simples facto de as sondagens serem feitas por… telefone fixo. De repente, é tema em cada fórum o facto de as sondagens só abrangerem o universo de pessoas que têm telefone fixo.

Suspeito que, não fosse a coligação de direita estar à frente das sondagens, e eu nunca teria descoberto essa nuance técnica: o universo de sondados têm telefone fixo. Mas alguém alguma vez exigiu em nota de rodapé a explicação de que a sondagem não é representativa porque só abrange pessoas com telefone fixo? Não, nunca. Mas essa é agora a explicação que todos os portugueses de esquerda (que têm a arrogância de achar que o povo está sempre maioritariamente com eles) e alguns de direita (que não acreditam na popularidade da sua direita) parecem ter encontrado para este fenómeno bizarro "a coligação PSD/CDS está à frente das intenções de voto dos portugueses. Como é que é possível?! É só porque contactam pessoas com telefone fixo.

Campanhas negras

Rui A.
A campanha do PS submergiu, de há duas semanas, numa campanha negra de casos e casinhos contra o governo.

É um erro grave, que em boa parte explica o fracasso deste partido nas sondagens. Porque, quem estava decidido a votar nos partidos do governo, não é com estas tretas que mudará de voto: por fidelidade partidária, por acreditar que estes «factos» não passam de campanha, ou as duas coisas juntas, não haverá desvios de voto significativos por causa disto. Em contrapartida, em relação aos indecisos, com quem o PS deveria estar preocupado, também não é por salientar os deméritos alheios que o PS conseguirá evidenciar as suas excelsas qualidades.

Os indecisos querem ser convencidos a votar em alguém e não propriamente a não votar em terceiros.

Não por acaso, o PS continua a descer nas sondagens, enquanto a Coligação mantém as intenções de voto há semanas.

Alguém sensato que lembre aos estrategas do PS os resultados da última campanha negra em eleições portuguesas. Precisamente a que opôs Santana Lopes a José Sócrates. Pode ser que aprendam alguma coisa para as próximas eleições. 
Título e Texto: Rui A., Blasfémias, 29-9-2015

O mistério de António Costa

Rui Ramos
Para a nossa oligarquia política a simples possibilidade de uma derrota de António Costa é algo de incompreensível. A "austeridade" afinal não foi má? Terá sido a Grécia? O Sócrates? Não percebem.

Por que é que António Costa perdeu as eleições? A resposta, como é óbvio, é que ainda não perdeu. Mas é essa a pergunta que já toda a Lisboa oligárquica faz, muito impressionada pelas sondagens e pelos azares da campanha. A Europa tem-nos dado este ano motivos suficientes para desconfiarmos de primeiras impressões em campanhas eleitorais. Mas para a nossa oligarquia política, a simples possibilidade de uma derrota de Costa já é algo de incompreensível. E isso não apenas à esquerda, como à direita, porque a oligarquia é oligarquia antes de ser de esquerda ou de direita.


A primeira razão de perturbação é esta: um governo que corta rendas e muda hábitos tem de perder eleições. Este foi, durante décadas, um dos pilares da sabedoria oligárquica, e a explicação da abstinência reformista do regime. A imaginação dos nossos oligarcas deriva de leituras liceais dos anos 60 e 70: a si próprios, gostam de se imaginar a partir dos Maias, de Eça de Queiroz, sofisticados e espirituosos; ao “povo”, imaginam-no a partir dos Gaibéus de Alves Redol: uma massa terceiro-mundista e dependente, que cabe à oligarquia dirigir e alimentar. Com cuidado: é que quando falta comida e sossego, o povo morde — porque “as pessoas não percebem”. Daí que a “austeridade” só pudesse ser uma receita de derrota. E daí também que fosse possível conceber o regresso ao poder, como fez Costa, pelo expediente de repetir que a culpa das dificuldades é só dos mauzões “neoliberais”. Costa devia neste momento circular de andor nas ruas do país. Alguma coisa aconteceu: é agora a oligarquia que “não percebe”.

Por que não me vou abster

João Miguel Tavares
O PS avaliou mal o descontentamento do eleitorado flutuante, moderado e centrista, que é aquele que faz ganhar as eleições.

António Costa perdeu a minha abstenção no dia em que disse que não viabilizaria o orçamento do governo no caso de perder as eleições.

Se é certo que Costa nunca teria o meu voto, porque o seu PS ainda é em larga medida o PS de José Sócrates, a minha abstenção era muito fácil de obter. Há precisamente um ano, após ele ter vencido as primárias do PS, escrevi: “Com Seguro, eu seria obrigado a votar PSD. Agora, pelo menos, já me posso dar ao supremo luxo de votar em ninguém.” Foi esse supremo luxo que António Costa me roubou – e desconfio que não foi só a mim.

Conheço demasiadas pessoas que há seis meses juravam não votar em Passos e que entretanto mudaram de ideias, não porque a economia esteja espectacular ou porque tenham sido recentemente descobertas encantadoras qualidades no cerebelo do primeiro-ministro, mas porque a estratégia de Costa deu o empurrão que faltava à direita desiludida para colocar de novo a cruz no quadrado da coligação.

Eu votei em António Costa nas últimas eleições autárquicas, e fi-lo com toda a convicção. Sempre elogiei o seu excelente trabalho à frente da Câmara de Lisboa, acho que tem boas capacidades executivas e acredito que é o melhor candidato a São Bento que o PS tem para oferecer. Acho também que tem lidado da melhor forma possível com a questão Sócrates, que acertou ao ir buscar Mário Centeno e que foi sério na apresentação de um programa económico detalhado – coisa que a coligação, lamentavelmente, dispensou.

Mas a um programa centrista, António Costa contrapôs com assustadora frequência um discurso de esquerda radical. À sua direita, ofereceu mapas Excel; à sua esquerda, ofereceu elogios ao Syriza e discursos anti-austeridade. Adivinhem qual deles ficou no ouvido dos portugueses. Vá lá saber-se porquê, Costa preferiu ir tentar roubar 100.000 votos à sua esquerda em vez de ir à procura de mais de meio milhão de votos à sua direita. Ora, só mesmo o Homem Elástico consegue abraçar em simultâneo Mário Centeno e Jerónimo de Sousa. António Costa não é o Homem Elástico.

O discurso caduco de Dilma na ONU. Para o Brasil e para o mundo

Reinaldo Azevedo

A presidente Dilma Rousseff levou uma pauta de duas faces para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em cuja abertura discursou nesta segunda. Tratou de questões internas, numa fala que ficaria melhor se enunciada no Congresso brasileiro, e de problemas externos. No que nos diz respeito — ou “no que se refere” a nós, como ela própria diria —, apresentou um diagnóstico conhecido e falso. É lamentável porque isso leva à profilaxia errada e a prognósticos que não se cumprem. Na política externa, lá estava o besteirol habitual do petismo, com uma correção de rumo ao menos: desta feita, ela não cobrou negociação com o Estado Islâmico. Vamos por partes.

Ilustração: Aroeira

Dilma disse com todas as letras que o modelo de crescimento adotado pelo Brasil — leia-se: pelo PT — “chegou ao limite”. Por que isso interessa à ONU? Não interessa. Estava falando para dentro, não para fora. Mais uma vez, mistificou sobre as causas. Atribuiu a crise por que passa o país à conjuntura internacional e ainda tentou o caminho da vanglória: durante seis anos, seu governo teria resistido às pressões externas, mas, agora, não deu mais.

Ela resumiu assim o desastre que ela e Guido Mantega produziram no país:
“A lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo das commodities incidiram negativamente sobre o nosso crescimento. A desvalorização cambial e as pressões recessivas produziram inflação e forte queda da arrecadação, levando a restrições nas contas públicas”.

Dilma finge, para citar um autor que, consta, ela já leu — refiro-me a Karl Marx —, que tudo caiu na árvore dos acontecimentos. O tal superciclo das commodities terminou em meados de 2012. Em vez de tomar as medidas prudenciais, esta senhora enfiou o pé nos gastos públicos e manteve o modelo ancorado no consumo do tempo das commodities gordas. Para lograr tal intento, aplicou anabolizantes na economia como desonerações, isenções, estímulo ao crédito. Os que anteviam que o “modelo” naufragaria foram tratados como inimigos do Brasil.

Insisto: essa bobajada não tem nenhum interesse ao resto do mundo. Ela fala aos nativos. O que ela não explica — nem teria como fazê-lo — é por que não admitiu, então, em outubro que as dificuldades seriam imensas e não pediu ao povo, com sinceridade, um voto de confiança. Em vez disso, preferiu o estelionato eleitoral.

No Roda Viva, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal dão show de assertividade. Que a direita se inspire nestes exemplos

Luciano Henrique

O amigo Guilherme Macalossi indicou o programa. Fiquei até quase as 3 horas da manhã para assisti-lo na íntegra, pois o perdi quando transmitido ao vivo. É a entrevista de Hélio Bicudo e Janaina Paschoal (professora de direito da USP) ao Roda Viva. Como quase todos sabem, ambos entraram com o mais sustentado pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Estou positivamente impressionado com a clareza das palavras tanto de Hélio Bicudo como de Janaina Paschoal. Para quem andou dizendo pelo meu Facebook que Bicudo era um agente de desinformação, só tenho algo a dizer: onde arrumam tais agentes de desinformação deste tipo? Que mandem mais uma dúzia.

Janaina Paschoal foi um show à parte. Ela se rotula como “nem de esquerda, nem de direita” (mas me parece esquerdista moderada), mas e daí? Prestem atenção no ponto 1:27:30, quase ao final do programa.

Muitas vezes que um petista diz frases como “Ah, mas se sair Dilma, entra quem? Michel Temer? Eduardo Cunha? Mas o PSDB também não é igual?”, ouve em retorno um “gugudadá”. Claro que há exceções, evidentemente, e sempre encontramos bons casos de direitistas sabendo falar politicamente. Mas a grande maioria não consegue explicar, em termos de hierarquia de valores, por que realmente é importante combater o PT. Não conseguem dar senso de urgência. Não explicam os motivos para a luta. Em muitos casos, perdem o foco. Ou então adentram a teorias que poucos entenderão.

Então a dica é: assistam toda a entrevista. Mas se não der tempo, posicione no ponto 1:27:30 e veja o que significa falar com clareza. (Ah, se ao menos 50 direitistas formadores de opinião tivessem conseguido usar este tom para explicar o absurdo da proibição do financiamento empresarial de campanha, a situação talvez fosse outra…)

Centros de reeducação para jovens viciados em videojogos

As autoridades comunistas chinesas estão alarmadas com os danos sofridos por jovens do país pelo uso intensivo de jogos de computador. O regime criou mais de 400 centros de reabilitação das vítimas. O documentário “Web Junkie” filma casos patéticos de deformação moral e psicológica. Porém, esses centros socialistas assemelham-se a campos de concentração, onde está ausente a caridade cristã, fator chave para um bom tratamento e o abandono de vícios.

Por sua vez, nos países ocidentais, não há dúvida de que a saúde dos jovens fãs dos videojogos está também sendo prejudicada e seu desenvolvimento ameaçado. A Academia Americana de Pediatria sustenta que as crianças não devem ser expostas a nenhuma mídia eletrônica antes de atingirem dois anos de idade. 
Título, Imagem e Texto: ABIM, 29-9-2015

Tumulto em avião pode render pena mais severa para passageiro

Agência Senado
O novo Código Brasileiro de Aeronáutica poderá ter dispositivo que permita a punição de passageiro que colocar em risco a segurança do voo.  Os infratores poderão ser enquadrados em artigos do Código Penal e do Código Civil com grau de severidade suficiente para desestimular situações consideradas corriqueiras, como tumulto causado por pessoa alcoolizada, o uso de cigarros nos toaletes e agressões verbais — e mesmo físicas — contra tripulantes e outros passageiros.

Foto: Pedro França/Agência Senado

O assunto foi tratado nesta segunda-feira (28), em reunião da comissão de especialistas encarregada da elaboração do anteprojeto do novo código. O debate surgiu durante a apresentação do relatório preparado pelo comandante José Adriano Castanho Ferreira, que preside o Sindicato Nacional dos Aeronautas. Ele foi responsável pela análise de dispositivos da atual legislação que aborda a composição da tripulação, licenças e certificados para a função de aeronauta e as prerrogativas do comandante.

— É preciso responsabilizar os infratores. O que não pode haver é um passageiro indisciplinado que coloca a vida de outras pessoas em perigo quando se está num ambiente hostil, num ambiente que não é natural, pressurizado e a mais de dez mil metros de altitude — reforçou em entrevista.

Em relação ao cigarro, por exemplo, ele salientou os casos de incêndio causados por tocos de cigarros ainda em brasa jogado nas lixeiras das toaletes. Segundo Castanho, até chicletes já foram usados para vedar o detector de fumaça e assim acobertar o uso de cigarro dentro das toaletes.

Como lembrado por vários integrantes da comissão, os atos de indisciplina causam prejuízos variados, como pousos fora de lugar para a descida forçada do passageiro indisciplinado, além de atrasos e cancelamentos por causa do tempo perdido pelo comandante para registrar boletim de ocorrência.

Diário de bordo

Para minimizar os problemas atuais, Castanho também sugeriu que, a partir do novo código, o diário de bordo — no qual o nome de cada um dos integrantes da tripulação deverá ser registrado, segundo a proposta — também sirva legalmente como boletim para fins de denúncia das infrações dos passageiros.

Água em Marte


Tecnologia israelita permite a paraplégicos andar

Oliveira da Figueira


A missão da Argo Medical Technologies é mudar fundamentalmente as experiências de vida e saúde dos indivíduos com lesões na medula espinal. Imaginemos como estará esta tecnologia daqui a 20, 30, 40, 50 anos. É todo um futuro de esperança que se perspectiva.

ReWalk ™ é o resultado desta missão; é um sistema que irá permitir que paraplégicos andem de pé nas suas vidas diárias. Culminando mais de uma década de pesquisa e desenvolvimento, o ReWalk representa a primeira solução verdadeiramente prática para pessoas com deficiência dos membros inferiores.

O fundador da Argo, Dr. Amit Goffer, para desenvolver a unidade de exoesqueleto ReWalk, inspirou-se  na sua própria história pessoal. O Dr. Goffer é tetraplégico e fundou a Argo em 2001. O seu objectivo era desenvolver um produto que permitisse às pessoas com lesões na medula espinal andar novamente. Durante a última década, a Argo cresceu de uma pequena start-up de pesquisa e desenvolvimento com sede em Israel para uma empresa internacional com sede nos EUA, Alemanha e Israel.

A Argo opera a nível internacional com os principais centros de reabilitação em testes e desenvolvimento. Como resultado desses esforços, tem sido capaz de desenvolver ReWalk pessoais, a próxima fase da tecnologia exoesqueleto desenvolvida exclusivamente para uso na vida quotidiana. 
Título e Texto (e Marcação): Oliveira da Figueira, Amigo de Israel, 28-9-2015

Voo metafísico...

Valdemar Habitzreuter 

Nas asas do ser flutuo solto
Planeio ao acaso num ato desatino
Não há preocupação com o destino
Não mais em matéria bruta envolto

Nada a temer nas asas do ser fulgente
Minh’alma tênue se translada
Percebo o clarão da alvorada
Sonho ou nostalgia de algo ausente?

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 28-9-2015

Programa de TV do PSDB subverte a lei do Barão de Itararé

Luciano Henrique

Desta vez a lei do Barão de Itararé não funcionou à risca. Segundo o lendário jornalista gaúcho, de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada. Assisti o programa tucano com expectativa zero e, no fim das contas, ele merece bem uma nota entre 6 ou 7.

Apontar sem dó as mentiras de Dilma é um acerto, mas isso seria infrutífero caso não mostrassem o sofrimento real de brasileiros. Nesse intento, há cenas doloridas mostrando pessoas cujos empregos foram perdidos ou que não conseguem pagar suas contas. Vimos ali momentos de “magia política”. É assim que se faz.

Mostrar as mentiras de Dilma com o uso de imagens que a contradizem é outro recurso poderosíssimo, exatamente igual aquele utilizado pelo PT contra Marina nas eleições de 2014. Chamar de mentiroso é uma coisa. Mas mostrar uma gravação com a pessoa mentindo é outra que vale ouro em termos políticos.

Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra e FHC falaram. Dos quatro, o melhor, sem dúvida, foi Aécio Neves, que deu botinadas e acertou no rim. Já Alckmin e Serra ficaram naquele discursinho mela cueca, que só faz abraçar quem está nas cordas. É evidente que os dois não possuem agilidade mental para competir com petistas em eleições presidenciais. Melhor que vistam os pijamas.

Charada (103)

Nunca está no
princípio,
nem nunca
está no fim.
A que nos 
referimos?

Prestígio de Maduro


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Vamos falar do blogue?


Bem ou mal; elogios ou críticas; sugestões ou pedidos; enfim, o que o generoso leitor quiser escrever.
Por favor, faça-o aqui, na caixa de comentários.
Muito obrigado!

A esquerda odeia mesmo a democracia

António Ribeiro Ferreira

O verniz de socialistas, comunistas, bloquistas e afins desesperados está a estalar. O povo, afinal, não passa de um verbo de encher para esta gentinha bem pensante e caviar.


Verdade é como o azeite num copo de água e vem sempre ao de cima. O ditado é velho, a frase foi dita há dias por António Costa, secretário-geral socialista e candidato a primeiro-ministro. Por uma vez tem toda a razão. Quando o seu camarada Correia de Campos, ex-ministro da Saúde de Sócrates, afirmou que o povo era estúpido se desse a vitória à coligação do PSD e CDS estava mesmo a falar verdade. Não é uma metáfora, como a morte aos traidores do MRPP, é mesmo o que pensam os camaradas socialistas.

O povo, reformados, trabalhadores, rurais, desempregados, comerciantes, pequenos e médios empresários, é estúpido se não vota nas mentes brilhantes de esquerda, que ontem como hoje se imaginam a vanguarda bem pensante, a elite que conduz à felicidade suprema um bando de pobres energúmenos que vivem à conta da misericórdia de uma esquerda que inventou um estado social e que todos os dias arranja leis, portarias e regulamentos para evitar que fujam do redil e caiam na desgraça. A esquerda trata os cidadãos em geral como indigentes mentais, irresponsáveis, a quem foi dado o privilégio de votar na esquerda.

Se fogem a esse desígnio são evidentemente estúpidos que mordem a mão a quem lhes dá de comer. Mas se os socialistas, instalados nas suas mordomias e acostumados a viver à grande à custa do Estado em bons lugares na administração pública e no seu sector empresarial, insultam o povo, os comunistas, pais e mães destes renegados socialistas, vão ainda mais longe e tratam os reformados como uns miseráveis cobardes que pensam votar em quem lhes cortou as pensões.

Agora é que é a crise do capitalismo

José António Rodrigues Carmo
150 anos depois de Marx profetizar para daí a pouco, a crise final do capitalismo, a malta continua convicta de que o capitalismo é a fonte de todos os males e que o seu fim está anunciado nas estrelas do determinismo histórico.

Claro que é fácil, cómodo e grátis acusar abstrações (como o "neoliberalismo", por exemplo), mas acusar o capitalismo por tudo o que é imperfeito, é como acusar o tráfego pelos acidentes.

Quem são então os responsáveis? As pessoas, eu, nós!

As pessoas que abusam do seu poder ou da sua informação, na política e nos negócios.

O capitalismo é, até à data, em toda a história da humanidade, o melhor sistema que inventámos, nós, sapiens, para criar riqueza, bens e serviços. Quem tiver melhor que mostre!

Mas não tem uma moralidade intrínseca (tinha-a implícita, na ética protestante onde nasceu) para além da liberdade que nos dá de fazer as nossas próprias escolhas, sejam elas certas ou erradas.
Claro que o abuso da liberdade pode conduzir à anarquia, prepotência e ganância.
Mas a ganância não é o capitalismo. A ganância sempre existiu, o capitalismo não, o que prova, por si só, que não são a mesma coisa, como muita gente pensa.

Umas certas esquerdas e direitas anti-capitalistas (BE, PCP, PNR, etc) estão-se nas tintas para estas distinções, principalmente porque odeiam o lucro.
Um ódio que bebe na ideia marxista de que o lucro é, por definição, o resultado da exploração do homem pelo homem. É, portanto, uma coisa má, um pecado mortal que merece condenação e ódio.

Assim sendo considera-se irrelevante o facto de o capitalismo ter melhorado para níveis inéditos as condições de vida de centenas de milhões de seres humanos. E, ainda que o socialismo tenha falhado rotundamente esse mesmo objectivo, em todas as latitudes onde foi experimentado, de algum modo acreditam que o socialismo é que há de ser a solução. Trata-se de uma Fé, por definição imune aos factos e que perdura apesar deles.

Crônicas da Mala Amada – De malas prontas... Será?

Jonathas Filho
 
Imagem: Dreamstime.com
A definição encontrada nos dicionários diz que mala é um objeto que se apresenta na maioria das vezes com um formato retangular, se parecendo com uma caixa que tem uma tampa usada para fechá-la e que pode ser fabricada com vários tipos de materiais. Tal recipiente é normalmente utilizado para transportar roupa, porém, em determinadas situações pode carregar outros “materiais” que podem tornar a vida bem mais fácil, inclusive proporcionando imensas alegrias a quem recebe a mala. Estas alegrias, entenda-se bem, muitas vezes se referem às notas que, em grandes quantidades, são divulgadas pelas mídias de plantão.

Existem diversos tipos de malas: umas com feitio de dog house, outras iguais a baús, umas em formato de saco de lona, umas de madeira, outras de couro e já existem algumas mais modernas, em plástico moldado e que são providas de rodinhas, para serem facilmente puxadas nos saguões dos terminais rodoviários, aeroportos ou nas gares de ferrovias. 

Quando a mala é provida de alça, indica que pode ser facilmente carregada com as mãos, entretanto, em certas situações – naquelas que aparece sem alças – pode sugerir pejorativamente que certo elemento é impossível de se carregar ou que fulano é um indivíduo insuportável, difícil de se aturar, sendo considerado um “caro” inoportuno... um verdadeiro chato... que não dá pra segurar mesmo!!!

Certas malas, quando encontradas despertam diversas sensações. Num terminal aeroportuário pode traduzir a pressa de uma pessoa que ao se dirigir a uma empresa aérea para conexão imediata com um voo destinado a outra cidade, a esqueceu próxima ao balcão.                                

Se descoberta num sótão empoeirado: ao abri-la, pode ser encarada e percebida como uma cápsula do tempo, mostrando no seu interior roupas de época, fotografias de um momento distante, velhas cartas recebidas de um amor que estava longe, antigos livros de poemas, amarelados cartões postais vindo de outras plagas, enfim, um sem número de coisas que nos remetem ao passado.

Houve um tempo em que eu usei malas, devido ao meu trabalho como Comissário de Voo, a bordo de aviões da maior empresa aérea da América do Sul, reconhecida como uma das melhores companhias aéreas do mundo.

Um guia para os perplexos

Como é possível que a coligação governamental possa chegar a estas eleições sem ser castigada eleitoralmente?
Pedro Magalhães, blogue “Margens de Erro”, 28-9-2015

Duas Dorinas e uma atitude

José Manuel

Copiado do facebook em 26-9-2015
"Só teve pq temos uma tutela antecipada, conquistada pelo Sna .o que fez nestes últimos anos... Me poupem tá.....,
Chega de oportunismo.
É livre qq manifestação mas não esqueça que durante estes anos vc nunca participou.
Vem agora com uma tutela valendo e bastando apenas a votação do congresso querer pegar carona...
Ninguém é mais bobinho . Os que são só fazem isso para não ficar queimado com o grupo ."

Este infeliz, extemporâneo e mal educado comentário como convém a este tipo de pessoa, que infelizmente nos persegue, já não bastando todas as agruras que o Aerus nos proporciona, foi colocado no facebook em meio a uma enxurrada de agradecimentos pela atitude valorosa de nossa ex-colega Varig, Dorina Martha Nowill. [Na foto abaixo com o senador Renan Calheiros]


O que não é de surpreender, é que os agradecimentos são originados dos seus ex-colegas na grande empresa que se foi.

A baixaria, foi inserida por pessoa conhecida pelos seus comentários, que jamais pertenceria aos nossos quadros, talvez aí a sua grande frustração, nunca fez parte do Aerus, e a destilação contínua de venenos a granel.

Aos eternamente desavisados não poderia deixar passar tal ignomínia, até para que aprendam a pesquisar em suas máquinas pessoais, no que hoje se realiza com um simples clique. 

Dorina Martha Nowill, foi nossa ex-colega Varig, mas acima de qualquer mais importante coisa é filha de Dorina de Gouvêa Nowill. 
Aos desavisados de plantão, esta senhora tem o seguinte currículo:

domingo, 27 de setembro de 2015

Já deixou de ser hipotética há algum tempo...

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Era uma vez um "país de meia verdade", daqueles não muito sérios como dizia o General Charles De Gaule.

Sua força terrestre, já faz muito tempo, vinha atravessando um processo altamente despersonalizante, em particular e principalmente, direcionado ao seu alto comando. Neste país, todas as leis, regulamentos e estamentos vigoravam até o instante em que seus dispositivos pudessem passar a incomodar a governança e sua politicalha, que eram absolutamente alheias aos reais problemas de um povo que, malgrado o desgaste material e revanchista por que passava seu exército, ainda o mantinha no topo como a instituição mais confiável do seu país.

Eis que elementos da mais baixa estatura moral, alguns até condenados pela justiça, são condecorados com medalhas deste exército que, tantas vezes humilhado, sem que haja uma reação na sua justa medida por quem de direito e dever, já estava sendo chamado, por isso mesmo, de "brancaleone", mais precisamente pelos civis, justamente aqueles tiranicamente estupefatos com a leniência que se estabelecera e o pouco caso que, de uns tempos para cá, se passara a fazer a um auto respeito, até bem pouco, mantido, ainda, como cláusula pétrea religiosamente observada pelos seus comandantes.

O medo de "pisar no calo" de quem destratava este exército é tanto que seu comando já pensava em alterar (seria mais cômodo para não pegar tão mal) o regulamento das comendas, incluindo parágrafo nos seguintes termos: -"Os dispositivos constantes nos estamentos das medalhas militares devem ser respeitados, desde que não causem melindres aos interesses da governança e dos políticos." Existiam até militares deste desafortunado exército que pensavam não se dever dar tanta importância a este regulamento da medalhística, na medida em que existiam outros problemas nacionais mais importantes merecendo a atenção de seu comando, como se honra e brio pudessem ser relevados por Instituição fincada nestes princípios basilares, estes tão marciais nas suas essências e nos seus juízos de valor.

Vasco vence o Flamengo, de virada


A aula do pivete aos sociólogos brasileiros

O Antagonista 

O Globo entrevistou o menor de 16 anos que foi flagrado roubando o celular de uma jovem no Arpoador, no Rio de Janeiro, no domingo passado. O menor disse que roubou "por prazer" e que a sua mãe prometeu dar-lhe uma bicicleta e um celular, se ele andasse na linha. A mãe confirmou que o filho não precisa roubar para viver.


Pois é, sociólogos brasileiros recusam-se a aceitar que a maioria dos ladrões rouba pelo prazer de roubar ou porque quer ter bens que a sua condição econômica não permite -- e isso não tem nada a ver com fome. O pivete entrevistado deu uma aula de realidade aos sociólogos brasileiros.

Assista ao vídeo:


Título e Texto: O Antagonista, 26-9-2015

Relacionados:

Os cenógrafos

Helena Matos
Não sei quem vai ganhar estas eleições. Sei quem as perdeu: os cenógrafos. Da campanha chegam imagens, números e notícias que a cenografia não previa e o desconcerto instala-se.

1. Os que não cabem no cenário


Perante esta imagem impõe-se uma pergunta: onde esteve durante estes quatro anos este senhor que mostra um cartaz a Passos e Portas? E os senhores iguais a este senhor por onde andaram? Nunca ouvimos estas pessoas, nunca as vimos e sobretudo não era suposto que existissem.

Durante estes quatro anos vimos pessoas indignadas e furiosas com as medidas que estavam a ser tomadas pelo Governo. Nunca vimos alguém dizer que apoiava essas medidas ou declarar que as achava necessárias. Independentemente dos resultados destas eleições, estas pessoas existem, elas estão nas sondagens e nas ruas. E contudo os jornalistas portugueses não as mostraram senão agora. Viveriam escondidas? Estariam em caves? Teriam feito voto de silêncio? Nunca quiseram dar uma entrevista? Nem sequer um testemunho anónimo?

Esta invisibilidade de parte do eleitorado é um dos traços da sociedade portuguesa: enquanto candidato a primeiro-ministro, Cavaco Silva levou o PSD quase aos três milhões de votos mas se fossemos a crer no que então se escreveu e disse sobre os partidos em Portugal seríamos levados a acreditar que, em 1987 e 1991, o PSD não passava de um partido de labregos desinformados liderados por um provinciano inculto. Mandavam o bom senso e o bom gosto que esta gente ficasse reduzida à insignificância.

Mais de duas décadas depois a cenografia da invisibilidade mantém-se. E este não é de modo algum um problema do PSD. Ou melhor dizendo também é. Mas essa é apenas uma parte da questão e nem sequer tem de jogar a desfavor dos líderes laranja: Cavaco aprendeu a capitalizar a seu favor o desfavor com que mediaticamente era tratado e Passos também, como se está a ver. O que de facto nos afecta a todos é esta cenarização do país, uma cenarização onde não existe lugar para quem não pensa e não vota como se entendo correcto nos cursos de jornalismo e nos colóquios do ISCTE.

2. Os que ficaram presos no cenário



Em primeiro lugar o óbvio: António Costa é um homem só no palco desta campanha. Isso nada tem a ver com essa ilusão de óptica para jornalista ver chamada arruada mas sim porque para lá de parecer carregar sozinho o partido, Costa não tem quem colocar ao seu lado nesta campanha. Cada nome que se avança – Centeno, Galamba, Santos Silva… – suscita de imediato um conjunto de observações que nos leva a concluir que é bem melhor que Costa fique sozinho. Sócrates e a divisão Seguro-Costa deixaram marcas no PS: entre aqueles que podiam aparecer mas não querem e os que querem mas não podem sobram poucos nomes capazes de dar um sólido apoio a Costa.