José Mourinho voltou a não ser
feliz no terceiro regresso ao local onde partilhou tantas alegrias com os
adeptos dos Dragões. O FC Porto venceu por 2-1 o Chelsea, com golos de André
André [foto] e Maicon, que deram expressão a uma grande exibição dos Dragões,
especialmente na segunda parte. Os 14 jogadores utilizados por Lopetegui foram
enormes e alguns deles terão feito as suas melhores exibições com a camisola
azul e branca. Em 12 jogos contra equipas portuguesas, os londrinos apenas não
venceram (duas derrotas e um empate) frente aos portistas, que não perdem em
casa nas competições europeias há dez jogos, desde Outubro de 2013. Por sua vez,
os blues não perdiam na Champions há nove jogos e eram mesmo a equipa que há
mais tempo não perdia na competição, incluindo cinco deslocações. Aliás, esta é
apenas a quinta derrota do Chelsea orientado por Mourinho na fase de grupos da
prova, e duas delas foram frente ao FC Porto - a primeira foi também por 2-1,
em Dezembro de 2004, com o inesquecível golo de McCarthy.
As duas equipas
apresentaram-se com sistemas tácticos similares, em torno do 4-3-3. No caso do
FC Porto, André André oscilava entre a ala direita e uma posição mais central
quando o Chelsea tinha a bola. Lopetegui fez entrar quatro jogadores face ao
onze que apresentou frente ao Moreirense: Martins Indi, Rúben Neves, Imbula e
Aboubakar entraram para o lugares de Layún, Herrera, Corona e Osvaldo. Com o
estádio quase cheio, os primeiros minutos foram dinâmicos e repartidos (50 por
cento de posse para cada lado ao intervalo), até porque as duas equipas não
tinham receio de ter a bola, se bem que o Chelsea apostava mais nas transições
rápidas. E foi dessa forma que criou duas situações de perigo, com Casillas a
travar os remates de Fabregàs e Pedro Rodríguez, que apareceram isolados aos
seis e 13 minutos.
É verdade que esses foram os
lances mais perigosos do primeiro quarto de hora, mas a bola rondava as duas
áreas e os Dragões não eram em nada inferiores ao campeão inglês. Com o passar
os minutos, o meio-campo azul e branco foi começando a carburar, com destaque
para as recuperações e entregas de bola de Rúben Neves e para as arrancadas de
Imbula. E, depois de uma série de remates mais ou menos ameaçadores, o FC Porto
chegou mesmo à vantagem, com Brahimi a serpentear e obrigar Begovic a uma
defesa para a frente; André André chegou primeiro ao ressalto e marcou o seu
primeiro golo na Liga dos Campeões, apenas nove dias depois de ter marcado ao
Benfica. Porém, a primeira parte terminou com um balde de água fria: Willian
fez o 1-1 no último lance, na marcação irrepreensível de um livre directo à
entrada da área de Casillas.
Foto: Reuters |
Se a primeira parte terminou à
moda de Londres, a segunda principiou à moda do Porto. Rúben Neves marcou o
canto e Maicon [foto] antecipou-se, ao primeiro poste, para cabecear para o 2-1: ao
21.º jogo na competição, o brasileiro marcou pela primeira vez. Frenético
voltou a ser um adjectivo correcto para o ritmo da partida: o Chelsea poderia
ter empatado quase de seguida, com Diego Costa a acertar na barra, mas depois o
FC Porto teve duas oportunidades para chegar ao terceiro, com os remates de
Brahimi e do omnipresente Rúben Neves a ser bloqueados no último instante. Os
londrinos tentavam reagir, mas os segundos 45 minutos dos Dragões foram
superlativos. Poucas vezes nos últimos dez anos o Chelsea se terá visto em
situações como a do minuto 71, em que Begovic salvou por duas vezes os
forasteiros, face a remates de Imbula - outro dos futebolistas em foco - e
Brahimi. Os ingleses nem respiravam.
Conforme os minutos foram
passando, o Chelsea foi naturalmente reagindo e o jogo deixou de estar
controlado. Porém, em novo pontapé de canto, Layún cruzou para um cabeceamento
à base do poste de Danilo. Azar, muito azar, mas as contas da fortuna até se
poderiam ter invertido no último lance. Só que desta vez o FC Porto não se
deixou empatar nos últimos instantes, o que seria tremendamente injusto. Com
este triunfo no 152.º jogo de Casillas na Liga dos Campeões - é agora o
futebolista com mais participações na competição, ultrapassando Xavi Hernández
- o FC Porto está a par do Dínamo Kiev no topo do grupo G (quatro pontos), tendo
agora pela frente duas partidas com os israelitas do Maccabi Telavive.
FC Porto, 29-9-2015
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