terça-feira, 22 de setembro de 2015

Senador José Serra em campanha

Cesar Maia
   
1. Os que imaginaram que a futura candidatura a presidente do PSDB estaria entre o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin se enganaram redondamente.
   
2. É verdade que Aécio calibra sua retórica desde o palanque da oposição. É verdade que Alckmin veste com perfeição a farda de um presidente conciliador.
  
3. Mas, em Brasília, nos corredores e gabinetes do Senado e da Câmara quem se movimenta é (José) Serra [foto]. Tornou-se um interlocutor de confiança do presidente do Senado. Nunca, em toda a sua longa carreira parlamentar, sua produção legislativa foi tão política e tão diversificada.
    
4. Seu alcance atinge o interesse de governadores e prefeitos. E seu foco varia e procura responder tanto às aflições políticas quanto econômicas da conjuntura.
     
5. Os ruídos dos bastidores garantem que Serra não está preocupado em costurar a convenção do PSDB de julho de 2018. O que estaria atraindo a sua atenção são os detalhes do processo que levou Itamar ao poder.
      
6. E não exatamente seu impeachment, cuja dinâmica de hoje ele prefere deixar por conta da Câmara de Deputados. O que interessaria muito a ele é a dinâmica pós-afastamento ou auto-afastamento de Dilma.
       
7. Itamar Franco organizou um governo de união nacional, incluindo o PT. Esse recuou e Erundina rompeu com o PT. Erro fatal do PT. A crise hiperinflacionária levou a uma solução política para o ministério da fazenda. Exatamente FHC que, com o plano real, derrotaria Lula.

8. Os ruídos dos bastidores garantem que Serra acredita que numa crise como a atual só um estadista – político e econômico – poderia geri-la. E o único nome confiável para o PMDB seria o dele, seja por ter liderado uma coligação com Camata, vice em 2002, como pela proximidade com Renan e Temer e por criar a expectativa de que com o novo prazo de filiação de seis meses, Serra poderia ser candidato pelo PMDB.
    
9. E Serra sonha em ser o FHC de 2018. E não tem pressa para definição política, já que se ele liderar a reversão da crise, isso teria um impacto ainda maior que o Plano Real e sua candidatura e vitória seriam compulsórias. Não precisará de convenção partidária. É um jogo de ganha-ganha ou perde-perde que não requer ansiedade.
    
10. Inclusive porque seu mandato de Senador vai até 2022, quando Serra terá 80 anos. Só sua saúde e preparo físico o preocupam. Nada mais. 
Título e Texto: Cesar Maia, 22-9-2015

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