Valdemar Habitzreuter
Muito ruim esta ansiedade
coletiva por dias melhores para nosso país. O ano restante do governo Temer –
caso não caia antes - nos angustia, parece não ter fim por conta de ser um
governo transitório e, principalmente, por conta da podridão que envolve o presidente
e, praticamente, todo o staff governamental. Há governo, mas não se governa; o
que se tem é uma disputa de poder: o governo lutando para não ser derrubado
frente às investidas do Ministério Público e oposição que querem a cabeça de
Temer pelos crimes praticados no exercício do cargo.
A economia parece dar sinais
de recuperação, mas não por crédito do governo, antes pela desvinculação e
alienação dos graves problemas políticos que engessam a governança, e
pautando-se pelo autogerenciamento ao ver um governo supérfluo e atrapalhador
da atividade econômica como um todo, ao se dedicar exclusivamente à luta para
se sustentar no poder.
A sociedade tem fome de um
futuro promissor, mas vê-se amarrada quase que num presente estático em que
impera toda a sorte de impedimentos para vislumbrar dias melhores. A sensação é
de que o tempo não passa e as próximas eleições gerais a uma distância eterna
quando teremos a oportunidade de alijar os bandidos do cenário político...
O quê? O que estou a dizer?
Alijar? Quem dera! A maioria dos votos de nossa população não se vinculará a
uma limpeza e renovação parlamentar e sim à conservação desse estado de coisa
caótico em que estamos, haja vista, como exemplo, o índice de favoritismo da
candidatura Lula a presidente. Isto é, prefere-se rimar o verbo alijar com
mijar, mijar nas feridas abertas que a atual política ensejou e esperar que se
curem. Triste sina dessa população!