Cesar Maia
1. ALEMANHA:
1.1. Os resultados – amplamente divulgados e comentados – mostraram
a vitória de CDU de Merkel com 33% dos deputados. Ficou quatro pontos aquém do
que previa. Em geral, os analistas apresentaram esse resultado como queda da
centro-direita. Mas não foi exatamente assim. Os Liberais do FDP – parceiros
tradicionais do CDU na formação de maioria parlamentar – retornaram ao
parlamento. A soma das cadeiras do CDU/CSU e FDP superou o resultado do CDU/CSU
de 2013.
1.2. Queda mesmo – no quadro político/ideológico – foi dos
socialistas (SPD), que mergulharam para 20%, de seu piso tradicional de 30%.
Dessa forma, o SPD seguiu a trajetória de declínio dos socialdemocratas
europeus. Os Verdes e a Esquerda ficaram no patamar dos 10%, um pouco acima dos
resultados que vêm tendo.
1.3. A ascensão do AfD – nacionalistas de direita – foi avaliada
por muitos como um reaparecimento da direita alemã (nazi) dos anos 20/30. Para
isso, destacam uma ou outra declaração e cartazes de seus militantes. Este é um
equívoco. É um ascenso que tem ocorrido em toda a Europa – um populismo que
oscila entre o nacionalismo e a antipolítica. Assim foi e está sendo no Reino
Unido, Espanha, França, Norte da Europa, Itália, Grécia, Hungria, Polônia..., e
agora Alemanha.
1.4. Importante sublinhar que o nacionalismo e a antipolítica na
Alemanha, atingindo um patamar de 13% ficam bem abaixo do que MV5 e Marine Le
Pen e Podemos atingiram na Itália, na França e na Espanha, assim como os
nacionalistas britânicos nas eleições europeias, onde o voto é proporcional. Ou
seja, o Alternativa alemão é parte de uma tendência política europeia e por
razões semelhantes.
2. FRANÇA:
2.1. Renovação de quase 50% do Senado francês, que possui 348
assentos no total. Foram renovados 171. Eleição indireta, onde 76.000
conselheiros municipais e regionais votam. Como o partido de Macron é novo, tem
poucos conselheiros/eleitores, mas atingiram uma votação muito aquém do que
supunham, após ter atraído senadores.
2.2. Republicanos de Sarkozy sobem de 141 para 149.
Socialistas: Caem de 86 para
76.
União Centrista: Sobe de 42
para 48.
República em Marcha (Macron):
Elegeu 24. Tinha 29 (senadores migrados de outros partidos, pois na última
eleição partido não existia).
Partido Comunista: Cai de 18
para 12.
RDSE (esquerda): Cai de 16 para
11.
Outros: Caiem de 14 para 9.
2.3. Senado a partir de 2 de outubro de 2017:
Republicanos 149
Socialista 76
União Centrista (próxima a
Macron) 48
Em Marcha 24
Comunista 12
RDSE 11
Outros 9.
Título e Texto: Cesar Maia, 29-9-2017
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